Capítulo 25.1


 Filmar uma cena de beijo à vista de todos exigia, de fato, uma certa determinação e coragem. Ninguém sabia o quanto Jiang Zheng estava se esforçando para se convencer, enquanto se inclinava na frente dele: Só trate ele como uma flor, uma flor perfumada, e toque suas pétalas macias, é assim que deve ser.

Quando o diretor gritou “corta”, ela abriu os olhos lentamente.

As pestanas de Ji Muye tremiam levemente, e seus lindos olhos estavam cheios de surpresa.

Jiang Zheng se sentiu como uma velha proprietária de terras que forçava intimidade com a filha dos outros, algo extremamente constrangedor.

Ainda assim, teve que admitir que as habilidades de atuação de Ji Muye eram realmente boas. Ela só encostou nos lábios dele, e as orelhas dele ficaram vermelhas. Quando ela o beijou, as orelhas continuaram vermelhas.

As orelhas dele estavam tão rosadas quanto um rubi, e ela de repente teve vontade de apertá-las.

Imediatamente se assustou com seus próprios pensamentos sujos. Que coisa horrível!

Jing Meini se aproximou e trouxe um copo de água gelada para Ji Muye. Ultimamente ele estava com uma sensação de calor interno, na verdade estava sempre assim. Água gelada era um remédio salvador. Han Yi entregou uma xícara de chá de flor de goji para Jiang Zheng, que tomou dois goles e disse:

— Professor Ji, olha isso.

Ji Muye ouviu e olhou para eles, só para ver Jiang Zheng virando o rosto, enquanto as orelhas se mexiam de um lado para o outro.

Han Yi:

— … Hehe. Essa menina é tão colegial.

Jing Meini:

— … Que diabos?

Ji Muye bufou:

— A professora Jiang sabe fazer mágica.

Jiang Zheng respondeu seriamente:

— Comparado à professora Ji, ainda estou longe. Eu só consigo mexer as orelhas, mas não deixá-las vermelhas. Senão, você me ensina?

Jing Meini riu até a barriga doer. Han Yi deu uma risadinha e preferiu ficar calado.

Ji Muye bufou de novo:

— Professora Jiang, por favor.

Jiang Zheng saiu junto com ele. Provavelmente, como as manobras e mágicas não podiam ser reveladas em público, ela foi chamada para receber um ensinamento particular.

Os dois foram para trás daquela coluna.

Jiang Zheng estava ansiosa para aprender, esperando pela orientação do mestre.

Ji Muye olhou para seus lábios finos:

— Se eu te beijar, suas orelhas vão ficar vermelhas?

Jiang Zheng ficou paralisada por um momento, depois ficou assustada, começou a corar e, no segundo seguinte, suas orelhas realmente ficaram quentes.

Ji Muye cerrou os dentes:

— Professora Jiang, entendeu?

Jiang Zheng se assustou com o olhar ardente dele, assentiu meio sem jeito, depois negou rápido.

Ji Muye fechou o punho:

— Quer tentar?

Jiang Zheng ficou tão nervosa que perdeu a fala, e disse sem sentido:

— Ji, professora Ji, não decepcione as expectativas dos fãs, você está destinada a ficar no topo da montanha… não pode…

Ji Muye:

— …

Han Yi viu Jiang Zheng sair de trás da coluna com o rosto vermelho e pensou consigo mesmo: Ah, Ji Muye é muito bom, ele vai ensinar ela daqui a pouco.

O próximo episódio foi basicamente doce.

A rainha Tang Qinlan trouxe pessoalmente a água sagrada da Montanha de Mordor e a entregou ao palácio do marido através de Cen Baoqian. Havia um penhasco na montanha sagrada, e uma água cristalina brotava ali o ano todo. A lenda dizia que a primeira rainha do Reino Dongnu se feriu em uma batalha feroz, mas ao tomar banho com a água da nascente sob o penhasco, suas feridas cicatrizaram instantaneamente. Esse era o fundamento centenário do Reino Dongnu.

Os descendentes da rainha consagraram a água sagrada, que só a própria rainha podia usar. Sujeitos que contribuíssem para o país e o povo também podiam ter direito a usá-la, mas, em 100 anos de história, não passaram de cinco pessoas.

No começo, Cui Ling não conhecia a lenda da água sagrada que Cen Baoqian trouxe com tanto respeito, mas a criada não podia deixar o carinho da rainha passar em vão, e explicou pacientemente.

— Sua Alteza Real, perdoe as palavras desta serva. A Majestade tem um profundo afeto pelo senhor, senão não teria se esforçado para coletar a água sagrada do penhasco e atravessar montanhas e rios para entregá-la a Sua Alteza.

Cui Ling franziu os lábios, levantou a túnica, ajoelhou-se e fez uma reverência em direção ao palácio, agradecendo.

Se era água sagrada, roupas de brocado ou comida de jade, ou as palavras orgulhosas que a rainha escreveu para ele, até galhos de flores quebrados no caminho eram entregues a Cui Ling como surpresa. Cen Baoqian viu que ele só fazia reverência e agradecia, e pensou secretamente que Sua Alteza não entendia sentimentos humanos. Não pôde evitar de lembrar:

— Será que Sua Alteza tem algo para a Majestade? Não precisa ser valioso, apenas sincero.

Três dias depois, um arco curto e requintado foi enviado ao palácio. Feito de madeira de amoreira, o cabo era gravado com o padrão Kuilong[1], pequeno, delicado e fácil de carregar a cavalo. Tang Qinlan só lançou um olhar para ele diante de Cen Baoqian, sem dizer nada. Mas na manhã seguinte, quando Cen Baoqian entrou para ajudar a trocar as roupas, viu flechas com penas cravadas nas colunas, biombos e até nas vigas do palácio.

Ela conteve o riso e mandou alguém subir para tirar as flechas e colocá-las de volta no carcaj.

Finalmente, o grande dia do casamento. Todo o reino Dongnu estava em festa, muito animado.

Desde meio mês antes, Kang Yanchuan já estava cheio de convidados dos Oito Reinos de Xishan. Os nobres dos Oito Reinos podiam entrar no palácio para o banquete, e a família real dos líderes podia participar da grandiosa cerimônia.

As muralhas da cidade estavam decoradas com lanternas e fitas vermelhas esvoaçantes.

Sua Majestade a Rainha diminuiu o imposto de março para premiar o povo.

Nas ruas e praças, havia todo tipo de brincadeiras, danças, ópera Nuo, e os rostos de todos estavam radiantes de sorriso.

Quando o momento auspicioso chegou, Cui Ling, vestido com traje vermelho de casamento, montou um cavalo branco na Torre do Marido, seu irmão mais novo Chen Gang conduzia o cavalo branco, e eram escoltados pelos guardas até o palácio. A lei marcial estava em vigor pelo caminho, e a multidão se ajoelhava nas laterais. Ao passar do cavalo branco, todos gritavam bênçãos para os noivos reais.

Eles entraram pelo portão da cidade, depois na cidade interior, atravessaram a praça em frente ao palácio, onde Tang Qinlan estava alta sob a torre, olhando para Sua Alteza Real, que caminhava até ela passo a passo.

Ele parecia tão bonito de vermelho.

Com sobrancelhas marcantes e olhos que brilhavam como estrelas, essas palavras passaram na mente de Tang Qinlan, e seu braço já se estendia para segurar a mão de Cui Ling.

Os ministros gritavam “viva!” e desejavam mil anos juntos, enquanto o líder do país vizinho chorava. O ponto de virada milagroso daquela quinzena parecia um sonho.

Os ancestrais foram venerados, o decreto emitido, o selo de consorte entregue, os súditos os adoravam, e a grande celebração durou o dia todo. À noite, a praça em frente às torres estava iluminada, e os líderes dos oito países, conforme suas posições, sentaram para o banquete.

Os ministros brindaram a rainha e seu marido em sequência.

Tang Qinlan bebia bem, sem mudar de cor mesmo depois de vários copos. Cui Ling também não se desesperava, bebia moderadamente e não ficava bêbado.

Tang Qinlan olhou para ele, com um sorriso nos olhos e nos cantos dos lábios.

Depois do banquete no salão principal, os cortesãos se dispersaram a contragosto. Por mais curiosos que fossem, não ousaram perturbar a câmara nupcial da rainha.

Tang Qinlan segurou a mão de Cui Ling, atravessou os degraus e foi atrás da torre do palácio.

Ela ainda lembrava quando houve a rebelião no palácio, eles estavam ali, e Cui Ling subiu na torre sem dizer nada, pegou a caixa de brocado e trouxe um conjunto de roupas de corte de Tang Qinlan para ela.

— Eu queria que você subisse aqui de novo esta noite — Tang Qinlan riu, depois balançou a cabeça — Mas, afinal, eu não sou uma plebeia, e você é um homem casado... Ainda temos que ter um pouco de decência.

Ela se arrependeu um pouco, mas já tinha o amante que queria, então esses arrependimentos não valiam a pena.

Cui Ling mordeu o lábio inferior:

— Se você quiser...

Tang Qinlan o interrompeu:

— Não vou deixar você correr riscos.

Cui Ling:

— …

Eles voltaram para o salão da frente do palácio e subiram as escadas. A escada de madeira também estava decorada. Tang Qinlan segurou a mão de Cui Ling (que ela nunca soltou desde que o viu) e sentou-se.

— Zhen disse que, cedo ou tarde, aqui será seu lugar.

— Eu nunca quebro minha promessa, Cui Ling, sabe disso?

Cui Ling estava prestes a se ajoelhar de novo, mas Tang Qinlan o segurou:

— Você e eu somos marido e mulher, não precisa disso. Eu agradeço se não fizer isso.

Os dois entraram no quarto, e a cena mais emocionante começou.

●❯────────「⊙」────────❮●


Notas:


[1]: 



Postar um comentário

0 Comentários