Capítulo 27: Nuan Nuan Envergonhada


 A foto estava realmente linda. E não demorou muito para que, após esse intervalo, ela começasse a circular por todos os cantos.

—Gente, devagar! Não deixem o Senhor Gu descobrir isso!

Todo mundo entendeu o recado — então salvaram rapidinho a imagem, e a pessoa que tinha postado correu para deletá-la logo em seguida!

O Assistente Especial Chen viu a foto no grupo, salvou na hora, e ficou ali em conflito. Deveria contar pro chefe sobre isso?

—O que você está fazendo?

Uma voz familiar soou atrás dele. O Assistente Chen congelou no lugar e, num movimento rápido, apagou a tela do celular.

Os olhos escuros de Gu Linmo o encararam. Parecia que ele tinha visto a foto — e era uma foto da sua filha!

A primeira coisa que ele viu foi o rostinho tenro da filha, mas ele mesmo nem tinha notado na imagem.

—É uma foto da minha filha?

Franziu levemente a testa e, com o olhar, perguntou de onde aquilo vinha.

O couro cabeludo do Assistente Chen chegou a formigar. Agora não adiantava mais hesitar — antes que ele caísse, que caíssem os outros. Desculpa aí, galera...

Tentando manter a expressão mais neutra possível, ele desbloqueou o celular.

—Senhor Gu, essa é uma foto do senhor e da senhorita que alguém tirou na cafeteria. Eu salvei do grupo agora há pouco.

Entregou o celular respeitosamente e, em silêncio, pediu desculpas à alma bondosa que tinha tirado a foto.

Gu Linmo pegou o telefone e, ao olhar a imagem, ficou um instante paralisado. Seus olhos, enfim, focaram nele mesmo na foto. Era assim que eu estava naquele momento...?

A imagem inteira transmitia uma sensação de calor, de ternura. Quando o Assistente Chen já estava começando a ficar tonto de ansiedade, Gu Linmo devolveu o celular.

—Me envie essa foto. A pessoa tem talento.

E saiu tranquilamente.

Olhando para as costas imponentes do chefe, o Assistente Chen ficou alguns segundos em silêncio, até entender o que aquilo significava.

—!!! — Foi quase um grito mental.

Então o Senhor Gu não só não se importou, como ainda elogiou a foto?! Isso quer dizer que ele também pode guardar a imagem de boa e sem culpa! Que bênção!

Com todo cuidado do mundo, o Assistente Chen passou a foto para o Senhor Gu... e ainda deu aquela disfarçada e elogiou mentalmente sua própria eficiência.

Senhor Gu e a Senhorita Gu… que imagem mais acolhedora.

—Ding dong...

Não demorou muito e o celular dele apitou com uma nova mensagem. Ao verificar, viu que era do próprio Presidente Gu!

“Boa visão. Vou aumentar seu salário este mês.”

A surpresa foi tanta que o Assistente Chen quase flutuou. O Senhor Gu... ele é mesmo um papai babão assumido.

Viva a senhorita!


Naquela tarde, Nuan Nuan dormiu apenas uma hora e acordou toda grogue. Seus olhos estavam enevoados de sono, e os fiozinhos de cabelo na cabeça arrepiados. O cabelo curto e fofinho na nuca balançava levemente.

—Nuan Nuan acordou.

O Velho Gu nem tinha dormido direito e já estava acordado fazia tempo. Em vez de sair, pegou um livro no quarto e ficou lendo, de vez em quando olhando com carinho para a netinha adormecida.

Quando viu que ela começava a despertar, largou imediatamente o livro.

A porta do quarto se abriu, e o Papai Gu entrou com um copo de leite nas mãos.

—Nuan Nuan, ainda quer dormir mais um pouco?

Ele perguntou com carinho, enquanto colocava o copo na mesa e se aproximava da cama.

A pequena Nuan Nuan, ainda sonolenta, balançou a cabeça suavemente. Levantou os bracinhos e esfregou os olhos, tentando acordar. Bocejou com um suspiro tão delicado que seus olhos se encheram de lágrimas, fazendo com que parecessem ainda mais cristalinos e brilhantes.


—Nuan Nuan não quer dormir.

A voz suave e adocicada soava como um leve denguinho. Nuan Nuan abriu seus olhos grandes e olhou para o avô e o pai. A vozinha leitosa era tão doce.

—Vovô, papai~

A voz macia e dengosa era tão encantadora que os dois adultos a olharam com uma ternura inacreditável nos olhos.

—Vamos levantar, tomar um copo de leite.

Papai Gu pegou a menininha da cama e começou a alimentá-la com o leite.

Nuan Nuan se encostou no pai enquanto segurava o copo com as duas mãozinhas e ia bebendo devagar. Ela gostava do leite quentinho com aquele leve toque de doçura.

Depois de tomar tudo, ficou com um pequeno bigodinho branco ao redor da boca. Ela esticou a linguinha e lambeu, depois pegou o lencinho que o vovô lhe entregou e limpou direitinho a boquinha.

—Obrigada, vovô~ — agradeceu baixinho, toda delicada.

Na hora de descer da cama, não pediu ajuda nem ao pai nem ao avô. Calçou os sapatinhos sozinha, e deu uma ajeitada rápida no cabelo com os dedinhos.

—O papai ainda vai demorar um pouco pra sair do trabalho. Que tal a Nuan Nuan assistir desenhos com o vovô aqui por enquanto, pode ser?

Gu Linmo passou a mão com carinho no cabelo da filha, preocupado que ela pudesse se entediar.

A menininha assentiu com a cabecinha, sentou-se sobre a almofada como antes, abraçou o coelhinho rosa-claro e começou a ver TV quietinha. Com medo de atrapalhar o trabalho do pai, ainda teve o cuidado de abaixar o volume do desenho animado.

Seus olhos grandes e límpidos estavam fixos nos desenhos. De vez em quando, quando via algo engraçado, ela sorria discretamente, os olhos se curvando num arco. Mas não fazia barulho — era toda contida e delicada.

Enquanto comia uvas redondas e roxas, suas bochechas ficavam cheias, parecendo um pequeno hamster fofo. De vez em quando, alimentava o vovô com uma uvinha, e lançava olhares curiosos e discretos para o papai, que trabalhava concentrado.

Pensando um pouco, a menininha pegou uma uva bem grande, descascou com jeitinho, pulou da cadeira e correu até o pai, segurando a fruta na mãozinha para alimentá-lo.

—Papai, come... é docinha.

Gu Linmo olhou para a filha tão delicada e sentiu o coração aquecer. Abriu a boca e comeu a uva translúcida e brilhante.

Logo depois, a garotinha tirou um morango bem vermelhinho da tigela.

—Esse também.

—Obrigado, meu amor — disse Gu Linmo.

As sobrancelhas de Nuan Nuan se curvaram num sorriso cheio de ternura, os cantinhos dos lábios rosados se ergueram, revelando os dentinhos branquinhos e alinhados. Ela encostou a cabeça na palma da mão do pai e esfregou com carinho.

—O papai é sortudo.

Nesse exato momento, a porta do escritório se abriu, e um gerente que vinha de fora para relatar o andamento do trabalho deu de cara com aquela cena.

Mas que fofura é essa?!

A menininha esfregando a cabeça na palma do pai... Aquilo era fofo demais!

Vários olhares se voltaram para a pequena junto de Gu Linmo.

Ao ouvir o som da porta se abrindo, Nuan Nuan virou o rostinho, e seus olhos grandes e negros se fixaram neles.

Mas no segundo seguinte, suas bochechas coraram num tom rosado, e ela rapidamente enterrou a cabecinha no colo do pai, toda envergonhada, ficando igual a uma pequena estatuazinha.

A reação foi tão fofa que todos ficaram sem saber o que fazer!

—Cof, cof... Senhor Gu, viemos relatar alguns assuntos — disse o homem à frente, tentando manter a compostura, embora o olhar se perdesse na pequena Nuan Nuan, que seguia escondida no colo do pai, sem dar sinais de que sairia dali.

Gu Linmo assentiu com a cabeça, depois olhou para a filha, que fingia estar "desmaiada" de vergonha, com um sorriso nos lábios.

—Nuan Nuan, quer ir lá ficar com o vovô um pouquinho?

A voz era tão gentil, tão suave, que parecia até pingar ternura. Os que estavam na porta chegaram a estremecer. Olharam para Gu Linmo com expressões estranhas.

Esse era mesmo o Senhor Gu? Embora sempre tivesse um jeito calmo, ele jamais falava com tanta doçura assim.

Ai, ai...


Postar um comentário

0 Comentários