Os olhos de Xing Weimin se encheram de lágrimas, e ele gritou com muita relutância. Levantou-se, fez uma reverência para todos e agradeceu pelo esforço das últimas duas meses.
Ji Muye saltou da pereira e caminhou até Jiang Zheng.
Jiang Zheng vestia um longo vestido preto e montava um cavalo branco. Naquele momento, seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas e o nariz vermelho.
Um segundo antes, ela ainda estava imersa na surpresa pela recuperação da memória de Cui Ling, mas no segundo seguinte, o enredo terminou abruptamente e tudo se transformou em fumaça. A bela vida futura dos protagonistas só poderia continuar na imaginação de todos agora.
Ji Muye sorriu e disse:
— Você não disse que queria cavalgar comigo pela floresta de flores?
Jiang Zheng ficou atônita. Ele disse a frase que Tang Qinlan usara para forçá-lo a concordar quando Cui Ling estava em coma.
Ji Muye tirou um lenço da manga. Três flores de pera brancas bordadas em seda amarela quadrada, e no canto inferior esquerdo um pico de montanha bordado — o Monte Mordo, que era a encarnação da Rainha do Reino do Leste. Isso fora dado a Cui Ling por Tang Qinlan.
— Vamos ajudá-los a realizar esse desejo.
Han Yi estava ocupado apertando as mãos dos outros para comemorar, e quando olhou para cima, viu Ji Muye montando o cavalo e fugindo com Jiang Zheng nos braços... Oh, alguém está sequestrando meu filho!
Vestidos com saias negras e túnicas brancas, cavalgando no mesmo cavalo, flores de pera caíam como chuva sobre os ombros dos dois. O perfume elegante das flores permanecia em suas narinas, e a cena parecia um casal celestial caído no mundo.
Os dois caminhavam em nome de Tang Qinlan e Cui Ling, realizando sua paixão. Aqueles toques e palavras dolorosas ficavam na ponta da língua e gravados no coração, sendo difícil se desvencilhar das emoções por um bom tempo.
Os cascos do cavalo batiam na laje de pedra azul, e os dois ficaram em silêncio por um longo tempo.
O banquete final aconteceu na rua central de Wangcheng. Uma mesa longa, com centenas de metros, foi montada pela manhã, onde as pessoas começaram a se reunir desde o portão leste até o oeste. Quem passava, participava. Além do elenco e equipe, muitos homens, mulheres e crianças da Vila Qiang fizeram apresentações em grupo, e o organizador reservou lugares para eles.
Na mesa, havia bacias, pratos, tigelas, hashis e colheres dispostos em profusão. Os chefs da Vila Qiang se esforçaram para colocar iguarias coloridas da etnia Qiang na mesa, para agradecer à equipe por trazer uma nova vida ao vilarejo.
Desde a estreia de “País Dongnu” naquele mês, o número de turistas em Xiaojin aumentou bastante, e os benefícios colaterais foram evidentes. A Vila Qiang tornou-se um dos destinos turísticos mais populares recentemente.
O Shibi mais respeitado da Vila Qiang, também conhecido como o grande feiticeiro de “País Dongnu”, usou molho de vento, carne, bolinhos de arroz pegajoso com batata e milho para preparar um grupo que prestasse homenagem aos ancestrais antes da cerimônia de abertura, e então ergueu um brinde.
Num momento tão importante, beber vinho era indispensável. Todos abriram os braços, brindaram e celebraram animadamente. Estava uma festa.
Todos bebiam, mas por algum motivo, os gerentes dos atores principais masculinos e femininos brigavam pela bebida.
Han Yi e Jing Meini sentaram-se frente a frente, com os braços cruzados e as mangas arregaçadas, trocando olhares desafiadores.
Disparavam facas com os olhos um para o outro, e parecia haver uma faísca no ar.
— Senhorita Jing, homem de verdade não briga com mulher. Eu termino esse copo aqui, faça o que quiser — Han Yi bateu na mesa com coragem e gritou.
Jing Meini não sorriu.
— Senhor Han, que tal terminarmos essa garrafa de vinho e aí vemos se você é homem de verdade ou covarde?
Então ouviram um grito animado.
Xing Weimin se aproximou sorrindo:
— Venham cá, apostem.
Ele arrastou seu crachá de trabalho para Jing Meini.
— Xiaojing, vamos lá. Estou apostando em você. — Os outros da equipe também tiraram seus crachás e os jogaram na frente de Jing Meini ou Han Yi. Jing Meini tinha a maior pilha de crachás.
O canto da boca de Han Yi se contraiu, ele enfiou a boca no jarro de vinho e começou a beber.
Jing Meini riu, pegou o jarro e bebeu erguendo a cabeça, com um ar cool e confiante.
Todos aplaudiram. Toda a equipe já tinha provado aquela bebida antes, apesar do sabor levemente doce, ela exigia muita resistência. Pessoas comuns facilmente caíam de bêbadas por subestimá-la.
Jing Meini olhava para Han Yi enquanto bebia; ele simplesmente perdeu o fôlego e pegou o jarro para continuar bebendo.
Dois minutos depois, Jing Meini e Han Yi terminaram quase ao mesmo tempo.
Os dois estavam vermelhos e falavam claramente, e era difícil decidir quem tinha ganhado. Logo, alguém trouxe mais dois jarros para eles.
Jiang Zheng tomou um gole de vinho, olhou de lado para onde a briga da bebida acontecia e continuou rindo, com o queixo apoiado na mão.
Ji Muye sorriu:
— Zhengzheng, em quem você aposta?
— O quê? — As sobrancelhas e olhos de Jiang Zheng estavam levemente embriagados, e o rosto sorridente voltou para ele.
O coração de Ji Muye tremeu com aquele olhar. Ele se controlou e sugeriu que cada um apostasse no gerente do outro, e quem perdesse teria que prometer algo ao outro.
Jiang Zheng deu de ombros.
— Tudo bem! — Han Yi, um homem, deveria aguentar mais bebida que Jing Meini. Se ela ganhasse, poderia pedir uma foto autografada a Ji Muye?
Depois do acordo, os dois se viraram para assistir a disputa.
O rosto de Jing Meini não mudou depois de beber três jarros de vinho, ela permaneceu firme, mas Han Yi parecia ter atingido seu limite, os olhos começavam a se perder, a boca murmurava, e o corpo balançava para os lados.
Vendo que ele ainda não desistia, Jing Meini mandou alguém trazer o quarto jarro.
Han Yi se jogou na mesa antes de conseguir beber metade dele.
Jing Meini bateu no ombro de Han Yi:
— Senhor Han, Lao Han, Han Yi?
Mas Han Yi continuava imóvel. Jing Meini riu, pegou o celular para tirar fotos e vídeos, decidida a usar aquilo contra ele na próxima vez que se encontrassem.
Jiang Zheng virou a cabeça, Ji Muye tirou o celular e disse sorrindo:
— Você devia admitir a derrota, Zhengzheng, adiciona no WeChat.
Jiang Zheng piscou.
Ji Muye sorriu de leve:
— Sua Majestade está me esnobando?
Jiang Zheng não sabia se ria ou chorava — por que ele a atacava com as próprias falas dela? Parecia que ela era a garota durona.
Ji Muye balançou o telefone, e Jiang Zheng teve que pegar o seu.
Depois que se adicionaram no WeChat, alguém veio tirar uma foto de Ji Muye. Jiang Zheng segurou o celular e se escondeu num canto. Batia os pés animada e clicava cuidadosamente.
O ID do WeChat de Ji Muye era seu nome real, e ao clicar no avatar, os olhos de Jiang Zheng se arregalaram.
Era uma foto de perfil, mostrando a testa inteira, a ponta do nariz bonita e o contorno do maxilar em destaque, enquanto os olhos estavam firmes, como se milhares de palavras estivessem escondidas naquele olhar. O mais importante: as orelhas fofas de Ji Muye estavam bem visíveis, de frente para a câmera, como se o convidassem a beliscar...
Ah, ah, ah, que incrível.
0 Comentários