Embora... o processo tenha sido um pouco difícil, no final os bolinhos ficaram prontos.
Entre eles, os bolinhos da Mamãe Gu e da Nuan Nuan eram os mais bonitos. Os bolinhos bem-feitos estavam organizados de forma impecável, uma verdadeira bênção para quem sofre de transtorno obsessivo-compulsivo. Já os bolinhos feios, amontoados juntos, criavam um contraste particularmente trágico.
— Certo, vamos deixar esses bolinhos para o seu avô e para vocês. Vamos cozinhar primeiro os do Mingli. — disse Mamãe Gu.
— Tá bom~ — respondeu Nuan Nuan animadamente, seguindo a mãe como uma pequena sombra para ver como ela cozinhava os bolinhos. Eles riam felizes enquanto colocavam os bolinhos brancos e gordinhos na panela.
Quanto ao pai e ao filho que olhavam para elas, suas expressões eram de puro desgosto.
— Pai, seus bolinhos estão mais feios que os meus! — acusou Gu An.
Papai Gu franziu a testa.
— Bobagem, os seus é que estão horríveis!
Os dois ficaram discutindo, cada um rindo do outro.
Quando os bolinhos ficaram prontos, Nuan Nuan abraçou a caixa térmica e entrou no carro com o pai e o irmão.
— Tchau, vovô, mamãe! A Nuan Nuan volta logo. — se despediu a menininha com sua voz suave.
O sorriso no rosto dos dois adultos ficou ainda mais aberto.
— Então, lembra de ligar pra mamãe quando voltar.
— Tá bom~ — respondeu a pequena.
No Colégio de Elite de Nancheng, após o período de estudo noturno, muitos alunos se dirigiram ao refeitório para jantar.
Gu Mingli olhou para o celular. Nenhuma ligação. Isso o deixou um pouco irritado. Será que aquela menininha tinha esquecido?
Ele pensou em ligar para o número do tio, mas seu polegar ficou parado no ar. Hesitou e acabou não apertando.
Ainda sentia um pouco de medo do tio. Seria muito constrangedor se quem atendesse fosse ele.
— É melhor ela não ter esquecido o que prometeu! — murmurou Gu Mingli.
— Irmão, vai jantar? Vamos juntos? — Tang Le correu até ele, batendo em seu ombro.
Gu Mingli enfiou as mãos nos bolsos, o rosto preguiçoso e a sobrancelha arqueada.
— Vai você, eu vou voltar pro dormitório primeiro.
Depois de falar, deu grandes passadas e se afastou. O garoto alto e magro se moveu agilmente, deslizando sobre o corrimão da escada. Seus traços, já marcantes, ficaram ainda mais impressionantes na escuridão da noite, realçados pelo cabelo vermelho escuro. Seu visual parecia ter saído direto de um mangá, com uma beleza selvagem que só ele conseguia sustentar.
Tang Le olhou Gu Mingli se afastando, coçando a cabeça, confuso.
— O que deu nele?
Lu Xingzhi se aproximou, com seu habitual ar frio e estudioso. Para quem não o conhecia, ele parecia deslocado nesse grupo rebelde, mas quem sabia de verdade, sabia que ele era tão bom de briga quanto Gu Mingli.
— A irmã dele vai trazer o jantar pra ele hoje — disse Lu Xingzhi, com voz indiferente.
— O quê!!! — Tang Le arregalou os olhos, chocado. — A irmã dele vai trazer jantar?
Lu Xingzhi não disse mais nada e apenas seguiu em frente. Os outros dois, esquecendo o jantar no refeitório, correram atrás de Gu Mingli.
— Irmão Ming! — gritou Tang Le. — Por que não contou pra gente? Quando nossa irmã vai chegar? O que ela vai trazer pra comer?
Gu Mingli deu-lhe um chute.
— Sai daqui! Que irmã nossa, o quê!
De volta ao dormitório, a diferença era gritante: enquanto a cama e a mesa do Lu Xingzhi estavam arrumadas, o resto parecia um verdadeiro canil.
Gu Mingli ficou de cara feia.
Antes ele nem ligava, mas agora...
— Limpem essa bagunça, seus cães, senão vão assustar minha irmã!
Sua irmã era tão fofinha, e aquele dormitório cheirando a chulé... de jeito nenhum!
Os dois começaram a limpar na mesma hora, conscientes da gravidade da situação.
Enquanto eles arrumavam o dormitório, um carro de luxo parou na frente da escola. Uma menininha saiu do veículo assim que a porta se abriu.
Nuan Nuan usava meias-calças brancas, sapatinhos de coelho e um vestidinho rosa claro. Seu cabelo fofinho parecia uma nuvem macia, e suas feições delicadas e olhos grandes brilhavam de vida, deixando-a extremamente adorável.
De fato, a base genética da Nuan Nuan era excelente. Bastaram poucos dias na casa nova para que sua pele e seu espírito melhorassem visivelmente, dissipando completamente o olhar apagado de antes. Agora ela irradiava sua própria luz.
— Papai, dá aqui pra Nuan Nuan. — disse ela, esticando os bracinhos para pegar a caixa térmica com o jantar do Quarto Irmão.
— Vamos, o papai mostra o caminho. — respondeu Papai Gu.
Nuan Nuan assentiu obedientemente e seguiu o pai com passos miúdos, abraçando a caixa com força, enquanto olhava curiosa para o enorme colégio onde seu irmão estudava.
— É tão grande... — exclamou a vozinha doce, com os olhos brilhando de admiração.
Gu An, caminhando do outro lado, bufou.
— Nossa escola também é grande! E vai ser a sua escola no futuro.
Nuan Nuan sorriu, os olhos curvados em felicidade.
— Então, meu irmão também vai estudar aqui no futuro?
Gu An respondeu, meio embaraçado:
— É... né?
Nuan Nuan sorriu ainda mais, seus lábios rosados se curvando, mostrando seus dentinhos brancos e lindos.
— Então essa será a escola do meu irmão e da Nuan Nuan também, né?
Gu An ficou em silêncio.
As notas de corte dessa escola eram meio altas... mas, como irmão mais velho, ele não podia deixar a irmãzinha achá-lo burro!
— Claro! Mas você tem que estudar bastante, hein!
Nuan Nuan assentiu com força.
— Uhum! A Nuan Nuan vai estudar muito. E o irmão também tem que estudar muito. Senão, como o irmão vai ajudar a Nuan Nuan?
Ela piscou para Gu An, que logo encheu o peito e respondeu arrogante:
— Eu sou superinteligente! Tudo o que você quiser, eu faço — disse, mesmo ganhando um olhar de desprezo do Papai Gu. (Com essas suas notas sofríveis... que vergonha de falar isso.)
Ao chegarem embaixo do dormitório do Gu Mingli, já havia muita gente observando a pequena figura de Nuan Nuan. Quando viram a menininha abraçando aquela enorme caixa térmica e tentando subir as escadas com suas perninhas curtas, muitos ficaram com vontade de correr para ajudá-la.
— Nuan Nuan, deixa o papai carregar pra você. — ofereceu Papai Gu.
Nuan Nuan balançou a cabeça.
— Nuan Nuan não tá cansada.
Apesar das pernas curtas, ela ainda tinha bastante força, afinal, na Vila Xiaoxi ela fazia trabalhos pesados com frequência. Então, para ela, subir escadas com a caixa não era um problema.
Mas para um certo papai... ver sua menininha carregando peso era inaceitável.
Então, sem cerimônia, Papai Gu a pegou no colo junto com a caixa térmica.
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