Capítulo 148


Sob o Mesmo Céu


"...Realmente não estou convencido," respondeu o soldado líder, honestamente. "Quem poderia 'acidentalmente' destruir um mausoléu imperial por diversão?"

Xu Shulou suspirou e se levantou dos escombros.

"Não aja por impulso," os guardas do túmulo rapidamente apontaram suas lanças para ela. "Não precisa resistir — apenas venha conosco. Você só passará alguns meses na cadeia, no máximo. Não há necessidade de uma luta de vida ou morte!"

"Pare de mentir para mim," disse Xu Shulou amargamente. "Destruir um mausoléu imperial é um crime capital."

O guarda principal encolheu os ombros. "Se fosse o mausoléu da nossa dinastia, você perderia a cabeça. Mas o Reino Xiao caiu. Que oficial se daria ao trabalho de condená-la à morte por isso agora?"

Xu Shulou congelou, então se virou para confirmar — as palavras "Estela da Virtude Sagrada do Imperador Xiao Juncheng" estavam inconfundivelmente esculpidas no túmulo.

Seu coração se agitou com emoções conflitantes. "A dinastia Xiao... já faz parte do passado?"

"Claro," responderam os guardas, observando-a estranhamente.

"..."

"A dinastia Xiao durou mais de dois séculos — isso não é exatamente pouco," acrescentou um guarda cautelosamente. "Se você tinha algum rancor contra os Xiao, não precisa descontar em nós. Nós nem somos do Reino Xiao. Apenas pegamos o lado ruim da situação e fomos designados para guardar este velho túmulo."

"...Não vou causar problemas para vocês. Levem-me ao magistrado."

"Imediatamente!"

Dada sua aparente capacidade de destruir um túmulo imperial com as mãos nuas, os guardas não ousaram ofendê-la. Eles a escoltaram com tanta atenção que quase parecia uma guarda de honra levando-a ao yamen.

A nova dinastia havia mudado sua capital para outro lugar, deixando esta antiga cidade de duas dinastias como uma simples cidade comum e próspera. O magistrado local claramente se importava pouco com o túmulo da antiga dinastia. A princípio, ele casualmente ordenou que os oficiais a jogassem na prisão — mas quando Xu Shulou se ofereceu para pagar pelos reparos, sua expressão mudou instantaneamente. Depois de extorquir uma quantia considerável dela, ele nem se preocupou em trancá-la e a mandou embora, completamente satisfeito.

———

Na Ilha Imaculada, Bai Roushuang esfregou o pescoço rígido. "Vão dizer a eles — se continuarem falando bobagens, liderarei uma invasão ao portão da montanha deles!"

"Sim, Anciã Bai!" responderam os discípulos prontamente.

"Anciã Bai, que temperamento você tem," uma voz feminina zombeteira ecoou.

Os discípulos se assustaram. "Quem está aí?!"

"Eu vim convidá-la para jantar, Anciã Bai," a voz continuou, divertida. "Você me honraria com sua companhia?"

Eles se viraram para ver uma figura encostada na porta do salão, girando um leque dobrável chamativo. Retroiluminada, seu rosto era indistinto, mas apenas sua silhueta exalava charme sem esforço.

Bai Roushuang só precisou vislumbrar aquele perfil para saber exatamente quem era.

"..." Ela sorriu. "Eu sabia que você voltaria!"

Quando essa pessoa quebrou uma promessa alguma vez?

———

Um mês depois, em uma cidade mortal.

Xu Shulou vagava despreocupadamente pelo mundo humano, comprando bolos de castanha aqui, vinho de arroz gelado ali, até que se deparou com uma loja de frutas cristalizadas e entrou.

A porta era adornada com uma cortina de contas intricada — claramente, a proprietária sentia alegria nas pequenas belezas da vida.

Enquanto Xu Shulou levantava a cortina, as contas tilintaram suavemente, anunciando sua chegada.

A lojista a cumprimentou com um sorriso caloroso. "Primeira vez aqui, senhorita?"

"..."

"Como é sua primeira visita, vou lhe dar uma amostra de cada uma. Experimente o que você gosta antes de comprar."

Xu Shulou a encarou, o rosto da mulher se sobrepondo a uma memória de elegância nobre. Ela aceitou o garfo e o pratinho oferecidos, colocando uma ameixa em conserva na boca — e de repente, seus olhos se avermelharam.

A lojista piscou, então apressadamente entregou a ela um lenço. "Senhorita, o que houve?"

O pano estava recém-lavado, carregando o cheiro nítido de saboneteiras. Xu Shulou o segurou cuidadosamente, engolindo o título que quase escapou. "Nada. Apenas... de repente com saudades de casa."

A expressão da mulher suavizou em compreensão. "Longe há muito tempo?"

"Tempo demais."

"Por que não voltar?"

Xu Shulou sorriu. "Agora... o mundo é minha casa."

Outro tilintar de contas soou quando alguém entrou — um homem de meia-idade estudioso, suas roupas manchadas de poeira, uma cesta de vegetais na mão.

A lojista deu a Xu Shulou um olhar de desculpas. "Com licença, senhorita," antes de se virar para o homem com uma leve repreensão. "Olha você, todo sujo de novo! O que tem na cesta?"

Xu Shulou manteve as costas para eles, ouvindo a voz mais familiar de suas memórias responder: "O cachorro de Wang Er desapareceu. Relatei ao yamen, e ajudei a procurar metade do dia. No caminho de volta, ele insistiu que eu levasse esses vegetais."

Ela se virou. "Você trabalha para o yamen?"

O homem sorriu timidamente. Embora suas vestes estivessem manchadas e suas mãos cheias, seu calor era inegável. "Apenas um oficial menor de nono posto, nada grandioso."

"Não deixe que ele minimize," ecoou uma mulher idosa selecionando frutas cristalizadas com sua neta. "O Oficial Xu é o oficial mais amado no Condado de Xianyou! Seja um porco desaparecido ou um cachorro perdido, ele ajuda sem reclamar. Também conhece seus livros — preenche na escola sempre que necessário. No mês passado, quando minha neta ficou doente e o condado ficou sem remédios, ele cavalgou por horas por várias cidades para buscá-lo. Voltou com as coxas esfregadas em carne viva — sangue encharcando suas calças, horrível de ver!"

O Oficial Xu estremeceu. "Precisa mesmo contar a todos sobre minhas coxas? E, por favor, guarde seus ovos para sua neta. Também não precisa visitar a loja diariamente."

"Quem disse que estou aqui por sua causa?" A mulher o dispensou com a mão. "É a habilidade de sua esposa que me traz! Não consigo fazer minha filha tomar remédio sem esses doces."

O homem sorriu para a esposa. "Verdade. As frutas cristalizadas dela são as melhores."

Ela revirou os olhos.

Xu Shulou riu. "Nesse caso, vou levar um pacote de cada."

"Consegue comer tudo isso?" a lojista advertiu gentilmente. "Eles duram bem, mas os lotes frescos são mais saborosos."

"Eu me viro. Adoro isso."

"Muito bem, vou embalá-los para você."

"Querida, se não vierem mais clientes, feche para o jantar," disse o Oficial Xu, envolvendo os doces em papel oleado. "Vou cozinhar seu peixe agridoce favorito hoje à noite e usaremos esses vegetais para uma salada mista."

"Parece perfeito."

Xu Shulou acertou a conta, lançou um último olhar demorado para eles, então se virou com um sorriso. Carregando uma grande sacola de papel de frutas cristalizadas, ela caminhou pela longa rua e entregou a Bai Roushuang uma ameixa verde em conserva na beira da estrada.

Bai Roushuang estava examinando os itens em uma pequena barraca. Depois de pagar com moedas de cobre, ela se apressou para alcançá-la. "Irmã Sênior, para onde devemos ir agora?"

No final da rua, sob o sol poente, Xu Shulou parou e se virou para sorrir para ela. "As lotes de neve da Montanha Tian estão prestes a florescer. Eu gostaria de vê-las."

Postar um comentário

0 Comentários