Por isso, Gu An olhou para o irmão mais velho de um jeito estranho a manhã toda, bufando de vez em quando, mas não teve coragem de falar contra ele.
Então Gu Nan não resistiu e o lançou um olhar vazio:
— Tem algo a dizer?
A voz fria fez Gu An estremecer, ele ficou completamente amedrontado e olhou para ele com cara de injustiçado.
— Você ainda pergunta? Obviamente você só abraçou minha irmã para dormir anteontem, então hoje à noite quem vai dormir com ela sou eu.
Gu Nan zombou:
— Desde quando eu te bati?
Gu An: “…”
Você disse que não é homem forte! Então eu teria que esperar até você ter setenta ou oitenta anos.
Gu An comeu o arroz grelhado com uma cara sufocada, enchendo a boca feito porquinho, e finalmente foi para a escola com a mochila nas costas, resmungando e parecendo insatisfeito o dia todo.
Quando saiu do carro, Nuan Nuan lhe deu um beijo no rosto, chorando baixinho.
— Tchau, irmãozinho, a Nuan Nuan vai te buscar depois da escola hoje.
Quem mais em casa tinha uma fofura tão gentil e carinhosa assim?
Não! Na casa dele era a mais fofa!
Gu An recuperou o ânimo na hora, tocou a bochecha beijada pela irmã, que estava gostosa e cheirando a leite, sorriu algumas vezes e se inclinou para beijar o rosto macio e perfumado da irmã.
Macia demais, por que minha irmã é tão obediente e tão perfumada?
— Que fofura.
Finalmente ele estava feliz e entrou na escola com passos largos que nem os parentes reconheceriam. O segurança olhou para aquela criança particularmente destacada e mexeu a boca com desdém.
De quem será que era esse filho bobo do dono da casa?
Hoje, o irmão mais velho ainda não foi trabalhar. As várias reuniões foram feitas por vídeo, e ele também trabalhou bastante no escritório, enviando Nan Feng para resolver as coisas.
Ela ia plantar árvores frutíferas e legumes na casa do irmão mais velho, em Nanjin Biewan. Nuan Nuan estava de ótimo humor e parecia muito feliz.
O vovô Gu também vestia roupas que o faziam parecer mais jovem, caminhava devagar ao lado de Nuan Nuan, com as mãos atrás das costas, observando a garotinha ocupada feito uma abelhinha.
Ela precisava pegar a pequena enxada, além do registro de plantio que fez com esforço antes, então calçou as botas de chuva, vestiu um par de jardineiras e finalmente levou o ruibarbo para fora, perfeito!
— Cadê o Briquette?
Nuan Nuan percebeu que o Briquette tinha sumido, levou o Ruibarbo para procurá-lo e finalmente o encontrou com a mãe gata.
O sem-vergonha do Briquette estava disputando o leite com dois gatinhos!
Nuan Nuan ficou boquiaberta, com os olhos e a boca pequenos bem abertos, seu rostinho delicado olhou para o gato que tinha apertado os dois coitados gatinhos de leite para o lado e ocupado a maior parte do lugar para ele sozinho. O gato preto, bem chamativo, estava deitado preguiçosamente debaixo da barriga da mãe gata. As patas dele estavam apoiadas na barriga da mãe enquanto ele chupava forte. O som do ronronar indicava que ele estava bem confortável.
E mesmo que a mãe gata de cara peluda estivesse deitada na caixa de areia, todos podiam ver na expressão dela que não havia amor no mundo.
Nuan Nuan cobriu o rosto, tentando fingir que não conhecia o Briquette.
O vovô Gu explodiu em risada ao ver a cena.
A mãe Gu também cobriu a boca com um risinho, e todo mundo viu que o gato dominador Briquette estava roubando o leite da mãe gata.
Briquette: “...”, ronronou, levantou-se, devolveu o lugar para os dois coitadinhos gatinhos de leite e caminhou até os pés de Nuan Nuan com passos graciosos de gato. Então a cabecinha dele esfregou na panturrilha dela.
Nuan Nuan se ajoelhou e apertou as orelhas dele.
— Briquette, você não tem vergonha? Você pegou o leite dos filhotes!
Briquette olhou para Nuan Nuan com cara inocente e miou, parecendo dizer “Não sei do que você está falando.”
Ele era muito arteiro.
A mãe gata tinha que cuidar dos filhotes, então não podia ir para Nanjin Biewan com eles. No fim, a tia cozinheira ficou em casa para cuidar dela, e todo mundo, incluindo o velho mordomo, foi junto para Nanjin Biewan.
A villa de Nanjin Biewan estava igual à última vez na parte da frente, mas no quintal o gramado anterior tinha sido revirado e o solo preparado, só esperando para plantar.
Tinha acabado de chover ontem, e o chão estava muito molhado; mesmo pisando, a sola do sapato ficava cheia de lama.
Foi raro Gu Nan não usar terno hoje, e a mãe Gu o puxou feliz para o chão.
— Haha... esse é meu filho mesmo, está com cara jovem pela primeira vez! Para de usar terno preto o dia todo parecendo que é uns anos mais velho. As pessoas vão pensar que eu sou sua irmã quando a gente andar junto! — Gu Nan ouviu a conversa da mãe sem expressão, mas os olhos dele pareciam um pouco sem saída.
Nuan Nuan cuidadosamente tirou o plano que ela e o irmão mais velho tinham feito antes, onde desenharam o que plantar em cada lugar. Muitas linhas eram retas e suaves, e eles marcaram os nomes com uma caneta bonita, só tinham alguns desenhos tortos e imaturos de pequenas flores e plantas que ninguém conseguia entender.
Os traços tortos e imaturos, claro, foram feitos por Nuan Nuan.
— Vovô, vovô, vamos fazer assim.
Nuan Nuan entregou o projeto para o vovô com delicadeza, como se estivesse oferecendo um tesouro. O velho e a menina olharam por um tempo e murmuraram, depois foram para o campo com uma pequena enxada.
Nuan Nuan tinha perninhas curtas e andava na terra molhada feito um pinguinzinho aprendendo a andar. A família cavou buracos em vários cantos do quintal para plantar pessegueiros, que dariam frutos grandes.
Quando Gu Nan estava prestes a carregar as mudas, incentivado pela mãe, seu celular tocou.
— Ei, Nan, estou na sua porta, abre pra mim.
— Tá.
Gu Nan respondeu com voz fria, e tirou a terra das mãos sem expressão.
Ele, o jovem mestre que nunca plantou uma única flor, tinha sido mais desajeitado até que o avô ao cavar a terra agora há pouco, enquanto Nuan Nuan agitava a enxadinha feito profissional. Eles eram tão melhores que ele que foi pego e zoado pela mãe e pelo vovô, dizendo que finalmente havia algo que ele não sabia fazer. Heh... ele só nunca tinha tentado! Agora tinha mais um que não sabia.
Pensando nisso, Gu Nan deu um passo maior para fora.
Shen Yujin vestia um terno branco, o que o fazia parecer um homem elegante e bem-vestido. Segurando um presente para Nuan Nuan, encostado em uma Lamborghini azul brilhante e com um sorriso nos lábios, parecia bem... galanteador. Assim que a porta se abriu, ele abriu os braços, e o tom estava levemente afobado.
— Surpresa, quanto tempo, surpresa, surpresa, surpresa... quer dizer, surpresa.
Shen Yujin olhou para a roupa de Gu Nan, atônito — camiseta preta e calça com sujeira evidente.
— Puta que pariu!!!
Shen Yujin ficou tão assustado com Gu Nan nesse visual que falou um palavrão. Deu duas voltas ao redor dele, até esticou o dedo para cutucá-lo no braço.
— Você é mesmo o Gu Nan? Não é seu irmão gêmeo, o Gu Bei? Não, nem o Gu Bei faria isso.
Gu Nan afastou a mão dele com um tapa sem expressão, a voz fria, mas familiar para Shen Yujin:
— Entra.
Shen Yujin: “!!!”
— Caramba, é mesmo você, meu irmão, por que você ficou assim hahaha... Não, fica em pé para eu tirar uma foto, essa é uma baita oportunidade!
Apontou para Gu Nan com o celular e clicou algumas fotos, rindo até chorar.
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