— Xiao Shen, fica para jantar — a mãe Gu cumprimentou Shen Yujin com um sorriso.
— Tá bom!
Shen Yujin, ainda meio desgostoso com a roupa que tinha acabado de vestir, correu até eles e então entregou o presente que tinha comprado para Nuan Nuan.
— Vocês meninas gostam de bonecas, isso é para você.
Era uma boneca BJD que ele tinha conseguido arrancar do primo. Aquele cara tratava essas coisas como se fossem seus próprios filhos, não era nada fácil pegar uma.
Bonecas BJD requintadas pareciam incríveis, tanto na maquiagem quanto nas roupas. Esse tipo de boneca geralmente era bem mais bonita que pessoas reais. A única desvantagem era que não podiam se mexer.
Quando Nuan Nuan segurava a boneca BJD com os olhos brilhando, na verdade, aos olhos dos outros, parecia uma boneca maior, delicada e inteligente, segurando uma boneca menor, e ambas eram bem bonitas.
— Obrigada, irmão Jin — disse Nuan Nuan, com os olhos formando pequenos crescêntimos, chamando-o doce.
Shen Yujin exagerou, colocou a mão no peito e disse que não precisava agradecer.
Isso fez a garotinha sorrir.
Enquanto comiam, Shen Yujin finalmente entendeu por que o velho da família Gu estava tão animado — era realmente muito bom ver Nuan Nuan comer! Se o velho da própria família dele comesse tanto quanto o vovô Gu numa refeição, com certeza ficaria forte.
Shen Yujin suspirou calorosamente ao observar ela comer, com suas bochechas redondas e olhos cheios de felicidade.
— Um dia, Nuan Nuan também devia vir à minha casa como convidada. Se meu vovô visse Nuan Nuan comendo, ele certamente conseguiria comer duas tigelas de arroz de uma vez, igual ao vovô Gu! — A mãe Gu e o vovô Gu riram na hora.
— Tá bom, tá bom, seu vovô Gu também quer levar Nuan Nuan para conhecer aqueles velhinhos — resmungou a mãe Gu, pensando que na verdade era só para se exibir.
Os olhos carinhosos de Nuan Nuan olharam para todos, meio sem entender, quando, antes que percebesse, sentiu uma mão pousar na sua cabeça — seu irmão mais velho, sentado ao lado, acariciava sua cabecinha.
Nuan Nuan inclinou a cabeça, arqueou um pouco, franziu os lábios e levantou os cantos da boca sutilmente, revelando um sorriso doce e suave.
Hoje era sexta-feira. À tarde, Nuan Nuan iria buscar seu irmão mais novo na escola junto com o irmão mais velho, e depois iriam juntos à Academia Nobre de Nancheng buscar o quarto irmão.
Usando um boné preto com aba, o descolado Gu Mingli estava encostado numa árvore verde no portão da escola, com fones Bluetooth brancos nos ouvidos. Vestia casualmente o uniforme azul e branco da escola, irradiando uma aura jovem e uma certa rebeldia impetuosa. Suas longas pernas pareciam não saber onde se apoiar. Um garoto tão vibrante era o sonho de muitas meninas do campus, que suspiravam apaixonadas na adolescência.
No entanto, o colega descolado e rebelde Gu Mingli não percebia ninguém e mantinha a cabeça baixa, mexendo no celular.
— Quarto irmão — chamou Nuan Nuan, com voz suave e melada. Gu Mingli, que antes estava com os fones e a atitude de "ninguém chega perto", levantou a cabeça de repente ao ouvir isso, e seu rosto bonito e arrogante apareceu para todos. Ele ouviu de longe várias meninas comentando animadas palavras como “lindo”.
Nuan Nuan encostou na janela do carro, com a mãozinha levantada acenando para Gu Mingli. Seus olhos claros e translúcidos pareciam comprimir a luz quente do sol, tão bonitos e gentis.
Gu Mingli tirou os fones, caminhou com suas longas pernas e tocou de leve a testa de Nuan Nuan com o dedo.
— Pensei que tinha esquecido.
Nuan Nuan balançou a cabeça e explicou docemente:
— Não, fui buscar meu irmãozinho na escola.
A cabeça desgrenhada de Gu An se aproximou, com cara de criança, sobrancelhas levantadas, olhando provocativo para Gu Mingli, parecendo que merecia uma surra.
— Nuan Nuan veio me buscar primeiro, o que isso significa? Significa...
— Significa que você é idiota.
Antes que Gu An terminasse de falar, Gu Mingli interrompeu, e Gu An rosnou irritado.
— Você é idiota! Você é o mais idiota!
Gu Mingli nem se deu ao trabalho de discutir com o pequeno idiota. Ele olhou para o lugar no carro — era ótimo, não tinha ninguém no banco de trás.
Por que o irmão mais velho estava aqui?
Resmungou e sentou no banco do passageiro. Todos foram para a velha casa da família Gu.
Gu An descobriu que todos tinham ido plantar árvores de manhã, e logo quis levar a irmã junto de novo.
Nuan Nuan comeu as grandes uvas que o quarto irmão deu, e balançou a cabeça feliz com as bochechas redondas:
— Claro que a gente vai amanhã!
No dia seguinte, depois do café, todos foram plantar árvores juntos por meio dia, menos Gu Nan.
Gu Nan finalmente foi trabalhar sob o olhar atento do pai Gu.
— Tô cansado...
Gu An, que estava plantando há menos de meia hora, já estava exausto, parecia um morto-vivo. Ele balançou os braços e olhou para Nuan Nuan com uma expressão de “que monstro é você”.
— Você não cansa? — perguntou.
Ele não conseguia acreditar que não conseguia acompanhar a irmãzinha delicada!
Nuan Nuan balançou a cabeça, colocou alegremente as sementes de acelga num pequeno ninho de terra que o Rhubarb tinha cavado com as patas, e então levantou a pequena enxada para empurrar na terra.
— Não canso.
Depois de falar, ela saiu feliz para organizar as sementes.
Gu An: “...”
Não seja tão animada assim, você me faz parecer um inútil!
Gu Mingli... ele também estava um pouco cansado, afinal era um jovem mestre que nunca tinha plantado flores, mas achava até interessante a experiência, principalmente ao ver aquela garotinha bonita e meiga pulando na terra feito um coelhinho.
As atividades da manhã terminaram, e eles não voltaram à tarde. Gu An ficou em frente ao ninho dos gatos, olhando para os dois gatinhos que estavam fazendo ronronar e queria acariciá-los.
— Você é tão burro, nem consegue andar — resmungou.
O gatinho amarelo-claro, com olhos grandes e claros como vidro transparente, andava desajeitadamente com as quatro patinhas moles, tropeçando e caindo com facilidade.
Gu An cutucou a testa do gatinho com o dedo, e ele imediatamente tombou no ninho, agitava as quatro patinhas branquinhas descontroladamente.
Nuan Nuan estendeu a mão para ajudar o gatinho a se levantar, e assim que ficou em pé, os dois filhotes que acabavam de abrir os olhos miaram, tremendo enquanto se moviam rumo a Nuan Nuan, com as patinhas ainda instáveis. Cada vez que tentavam dar dois passos em pé, caíam com certeza.
Gu An riu sem cerimônia:
— Por que você é tão burro?
Eles recuaram dois passos para escapar da bronca e depois se sentaram feito crianças.
Também levantaram as cabecinhas peludas, tremendo, olhando para todo mundo com um olhar especialmente perdido.
Gu An riu de novo, os cantos da boca de Gu Mingli se ergueram, e ele falou:
— Burro.
Nuan Nuan achou aquilo muito fofo, esticou o dedo e cutucou de leve a barriguinha gordinha do gatinho, que era macia.
Gu An também tentou cutucar, e então olhou para o rostinho de Nuan Nuan, falando sério:
— Parece um pouco com a cara da minha irmã.
Nuan Nuan inflou as bochechas:
— Não parece.
Com cara séria, ele disse:
— Se não acredita, tenta você mesma?
Nuan Nuan piscou e realmente tocou o próprio rosto com as duas mãos.
Macio.
Gu Mingli também se agachou e apertou. Quando a mãe Gu chegou, viu o filho e o sobrinho apertando o rosto da boa filha deles. As bochechas estavam vermelhas de tanto apertar, e os olhos grandes estavam marejados e inocentes, como se estivessem sendo abusados.
Mãe Gu: “...”
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