Capítulo 11


 Auditório da Universidade de Pequim.

Um enorme pôster pendia das beiradas do telhado. Nele, uma garota em trajes de cor tinta com os olhos semicerrados, a saia esvoaçando ao vento, enquanto os dois caracteres “Hua Yun” no centro surgiam com força e elegância. Aquilo era estética e herança da moda chinesa. Era o cartaz do terceiro desfile de formatura do Departamento de Moda da Universidade de Pequim.

Duas garotas faziam de tudo para atrair pessoas na porta, tentando puxar o público para assistir ao desfile, mas não havia muito interesse. Faltando uma hora para o início, temiam que menos da metade das cadeiras no auditório fosse ocupada. Tudo porque os dois desfiles anteriores foram tão fracos que acabaram postados na internet por gente maldosa, virando motivo de chacota — e a universidade também foi duramente criticada por isso. Resultado: ninguém mais tinha paciência pra ver esses desfiles "experimentais".

Se na frente estava vazio, nos bastidores era só agito. Estilistas circulavam entre a equipe, modelos provavam maquiagem, e todo mundo corria de um lado pro outro.

Um garoto bonito observava as modelos com cara fechada, morrendo de medo que algo desse errado.

De repente, alguém deu um tapinha em seu ombro.

— Ei, colega. O seu nome no Weibo é Zhengzheng minha esposa?

Le Wei só conseguia pensar na apresentação que estava prestes a começar. Nem se virou, apenas respondeu:

— É!

Uma risada suave veio de trás.

— Feliz aniversário!

Le Wei congelou. Aquela voz era... era familiar demais. Merda, merda. Não pode ser...

Seu corpo todo enrijeceu. Ele se virou devagar, só pra dar de cara com alguém que ele nunca ousaria sonhar em ver. A pessoa tirou o boné, revelando um rosto impressionante.

Os olhos de Le Wei se arregalaram. Ele tapou a boca, encarando Jiang Zheng, que sorria pra ele, e seus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente.

— V-v-você...

As pessoas ao redor se viraram ao ouvir sua exclamação, e os bastidores viraram um mar de gritos.

— Aaaaah, é a Zhengzheng!

— Não é possível!

— Como assim?! Isso é real?!

— O que tá acontecendo?!

Han Yi sorria ao lado. Uma hora atrás, quando Jiang Zheng avisou que ia num desfile de moda, ele quase caiu da cadeira. E quando soube que o desfile era esse, um projeto de estudante, ficou completamente chocado.

Afinal, os desfiles que Jiang Zheng costumava participar eram da alta costura internacional. Se o nível fosse um pouco abaixo disso, ela nem cogitava.

Le Wei estava engasgado, sem conseguir falar. Ele tinha feito uma postagem no Weibo marcando a Jiang Zheng, dizendo que hoje era seu aniversário e também o dia do seu primeiro desfile. Pediu pra que ela desejasse boa sorte, que tudo corresse bem.

E então... Jiang Zheng apareceu de verdade.

Ele era fã da atriz há dois anos. Segundo os fãs veteranos, ela sempre foi carinhosa com os fãs. Embora tivesse uma imagem arrogante e reservada, ajudava os fãs a realizarem seus desejos em silêncio. Como uma vez, em que um fã a marcou pedindo que ela participasse dos “Jogos das Estrelas” para divulgar o Duzhu Drift de Guizhou. Era algo tão improvável que ninguém levou a sério — até que um dia, Jiang Zheng apareceu no anúncio oficial do programa, e a modalidade do Duzhu Drift foi incluída na competição.

Essa história viralizou nos grupos de fãs, mas parecia tão fantasiosa que muita gente achou que era lenda.

Só que hoje, ele foi o escolhido. Ele foi o “peixinho da sorte” da sua querida Zhengzheng!!!

Jiang Zheng olhou em volta e percebeu que, ao vivo, tudo era ainda mais bonito que nas fotos. Quando estava navegando no Weibo, nas suas horas livres, viu o post de Le Wei e se encantou imediatamente com os nove croquis anexados.

Diferente daqueles estilos pseudotradicionais que só sabiam encher de elementos chineses amontoados, aqueles nove conjuntos tinham saias elegantes, cores em degradê e detalhes refinados, integrando símbolos tradicionais chineses de forma sutil. Fugiam do convencional — ele tinha criado seu próprio estilo, conectando moda e tradição.

O que surpreendeu Jiang Zheng foi descobrir que aquele fã-designer ainda era só um aluno do último ano. E já tinha ideias tão incríveis assim? Era um sinal claro: aquele garoto tinha um futuro promissor.

Assim que percebeu isso, ela veio direto pra cá.

— Tá faltando modelo? — perguntou Jiang Zheng com um sorriso. Quando ela não sorria, seus olhos e sobrancelhas tinham um ar frio, mas bastava sorrir e todo o seu corpo parecia irradiar um charme irresistível.

Le Wei mal conseguiu emitir um som da garganta.

— S-sim, sim! — Ah, ah, ah ah, a Jiang Zheng queria vestir as roupas que ele desenhou?? Mãe do céu! Ele estava se sentindo como “embriagado por Jiang Zheng e só conseguia pensar nas três mil águas frágeis”[1].

Han Yi foi até Le Wei, que ainda estava meio confuso, e começou a conversar com ele sobre a ordem das aparições e o processo de todo o desfile.

Quando o assunto ficou sério, Le Wei finalmente recobrou os sentidos.

Ele contou que levou um ano estudando as características das roupas de várias dinastias, aplicando amplamente elementos de pinturas clássicas de paisagens, murais budistas e até mesmo de construções antigas nos seus designs. Só assim foi possível criar a série de roupas chinesas que todos veriam naquele dia.

Jiang Zheng assentia com frequência, dizendo que ele havia escolhido bem os tecidos e que o uso do puxador de cobre no cinto tinha sido particularmente engenhoso.

Dava pra ver que ela sabia do que estava falando. Le Wei quase quis passar o braço nos ombros de Jiang Zheng e engatar um papo profundo com ela. Por sorte, conseguiu se conter a tempo.

Depois de analisar as roupas, Jiang Zheng foi até a penteadeira. Diante de traços faciais tão delicados, a moça da maquiagem tremia segurando o pincel, sem coragem de fazer qualquer coisa.

Jiang Zheng a encorajou por um bom tempo, mas ela continuava hesitante. No fim, Jiang Zheng resolveu se virar sozinha, fazendo a própria maquiagem enquanto conversava com a menina sobre o processo. A maquiagem de passarela era diferente da maquiagem comum — ela precisava ser feita conforme os traços da pessoa e a personalização da roupa.

A garota não esperava que o lendário “grande demônio” fosse tão acessível e gentil, e virou fã ali mesmo, na hora.

Le Wei observava com orgulho. Minha Zhengzheng é maravilhosa demais.

O auditório havia sido transformado numa passarela, que ia do palco principal até uma T-stage no corredor central. Uma tela havia sido montada no alto, e os assentos foram posicionados frente a frente. Um longo tecido vermelho descia do topo, com fendas no meio como uma cortina, que as modelos ergueriam ao entrar.

Le Wei espiou dos bastidores e viu que só havia algumas poucas pessoas sentadas de forma esparsa na plateia — todas eram rostos conhecidos do próprio departamento. Ele sentiu, na hora, um pouco de pena de Jiang Zheng.

No meio da arquibancada, alguém estava fazendo uma transmissão ao vivo. Os estilistas dos dois últimos desfiles de formatura haviam se enveredado por uma estética alternativa e esquisita, usando formas enormes em vermelho e verde. Apesar de toda tentativa ser válida e sincera, para o público de fora aquilo beirava o absurdo. O ponto central era que eles não conseguiam equilibrar moda com vestibilidade no dia a dia.

O streamer ouviu dizer que haveria mais um desfile hoje e decidiu aparecer para se divertir com os seguidores.

— Como vocês podem ver, o público aqui tá tristemente pequeno. Provavelmente tem menos gente aqui do que na minha live agora.

— Que tal apostar? Digita 1 quem acha que vai ter roupa cobrindo a cabeça, 2 quem acha que as mangas vão arrastar no chão, 3 quem acha que vão aparecer uns trajes verdes parecendo lagarta, e 4 se você acha que a modelo vai ser feia...

A tela do chat foi imediatamente inundada com um mar de 1, 2, 3 e 4.

O streamer deu uma risada satisfeita:

— Fechou. Vamos esperar pra ver. Se aparecer UMA roupa normal nesse desfile, eu faço uma live comendo merda.

Naquele momento, a música começou de repente. As batidas dos tambores passaram de espaçadas a intensas, o som tomou conta do ambiente, e assim que a luz se apagou, o refletor lançou um círculo de luz branca sobre o longo véu vermelho.

O streamer mandou todos ficarem quietos, preparado para se divertir às custas dos outros.

Um som agudo de flauta ecoou do alto, e a modelo que surgiu vestia um top tomara-que-caia de gaze branca, com uma saia curta ajustada na cintura. Ao abrir a cortina feita do longo véu vermelho, ela caminhou direto para o público. A leveza da gaze de seda e a estampa de lótus em tinta combinavam perfeitamente — a saia parecia flutuar, o conjunto era gracioso e incrivelmente belo.

Público ao vivo: “?”

A modelo seguinte usava o mesmo tecido de gaze branca, drapeado diagonalmente sobre um ombro, que se transformava numa folha de lótus balançando com a chuva conforme ela andava. A calça apresentava um degradê em ciano suave que subia dos pés às pernas, combinada com uma capa esvoaçante na parte superior, dando movimento e leveza ao visual.

Público ao vivo: “??”

O encerramento dessa série foi o terceiro conjunto de roupas. A blusa era feita de cânhamo tradicional, contrastando com a saia conservadora. Havia um fecho tradicional no peito, e a barra da longa saia era belíssima, com algumas flores de lótus cor-de-rosa surgindo suavemente dali, o que dava ao traje inteiro uma sensação suave e poética.

Público ao vivo: — Comer cocô.

Streamer: — Hu Hu. Como é que a estética brega virou uma coisa tão bonita assim? Vai se ferrar, quem foi que me passou a informação errada?

Han Yi era experiente e, mesmo assim, teve que admitir que Le Wei era um jovem de talento. No início, ele foi contra a participação de Jiang Zheng, com medo de que as roupas desenhadas fossem de qualidade tão baixa que nem mesmo a beleza deslumbrante dela pudesse sustentar — e que ela acabasse sendo ridicularizada. Agora, parecia que ele havia se preocupado à toa.

Em seguida, o cenário foi trocado, e uma imagem do Bodisatva Samantabhadra montado num elefante branco foi projetada na tela. O som dos cânticos budistas surgiu de repente e parecia alcançar diretamente o coração.

O véu vermelho foi erguido, e uma fileira de modelos entrou em cena.

A que vinha à frente usava um longo vestido de tule em tom de platina dourada, com bordado de seda no peito, uma coroa alta sobre a cabeça e uma fita esvoaçante que descia até o centro da testa.

O streamer olhava fixamente para as irmãs-feiticeiras no palco, sem piscar, até que, de repente, ficou completamente pasmo.

A jovem senhorita que estava no final da fila usava uma saia longa que prendia os pés, dando passos delicados, com a saia azul-escura ondulando suavemente. Seus ombros retos e perfeitos sustentavam o vestido carregado de um ar etéreo, enquanto ela segurava uma pagoda dourada com as duas mãos. O coração vermelho no topo da pagoda refletia a luz diretamente em sua testa, e as fitas de seda que a acompanhavam se arrastavam pelo palco à medida que ela avançava, como uma deusa saindo diretamente dos murais de Dunhuang.[2]

Espera aí… por que aquela moça de sobrancelhas tão expressivas parecia tão familiar??

Ahhh, merda. Não pode ser.

O streamer gritou empolgado:

— Eu como merda, eu como qualquer coisa!

As pessoas na live também viram a cena e começaram a comentar freneticamente.

#jiangzheng? Zhengzheng? Senhorita Zheng?

#Tô passando mal, confirma aí!

#Ela é mais bonita que toda a coleção de roupas.

#PQP. Alguém confirma se é verdade que a Jiang Zheng apareceu no auditório de Pequim pra prestigiar o fã?

#Minha nossa senhora. A minha favorita sempre foi a irmã Zheng. Isso sim.

De repente, a notícia se espalhou.

A primeira leva a chegar no auditório foi composta por professores e alunos da Universidade de Pequim que ouviram os rumores. Quem diria que, depois de dois desfiles de formatura tão criticados, eles teriam um sucesso tão estrondoso hoje?

A segunda leva foi formada por fãs da Jiang Zheng que moravam nas proximidades da universidade. Afinal, nem todo mundo tinha dinheiro ou oportunidade de viajar pro exterior pra ver a musa desfilar. Com uma chance dessas, quem é que ia perder?

A terceira leva... já nem conseguia mais entrar no auditório.

A confusão foi tanta que até o reitor da Universidade de Pequim ficou sabendo. Ele imediatamente mandou chamar a equipe de segurança pra conter a multidão.

Ji Muye ergueu as sobrancelhas enquanto olhava pela janela. Jing Meini, por sua vez, baixou os olhos pro celular, e quanto mais lia, mais achava tudo aquilo um sinal do destino. Quem poderia imaginar que, justo quando Ji Muye finalmente aceitava o convite pra ser professor visitante na Universidade de Pequim, acabaria esbarrando num evento de fãs em larga escala da Jiang Zheng?

— Muye, me desculpa — disse o reitor, com um sorriso constrangido.

Ji Muye se levantou sorrindo:

— Entendo que esteja ocupado, então vou indo. Vou preparar um plano pras próximas aulas. Conto com seus conselhos depois.

O reitor não conseguiu evitar um suspiro. Muitos artistas famosos se formaram pela Universidade de Pequim, mas poucos eram como Ji Muye, dispostos a retribuir com tanto carinho à sua alma mater.

Ao sair da sala do reitor, o mais lógico seria seguir discretamente para o estacionamento subterrâneo, mas Ji Muye disse que o campus da Universidade de Pequim estava especialmente bonito naquele momento — e que não podia perder a chance de dar uma volta.

Jing Meini não o expôs e o acompanhou para uma caminhada pelo campus sob o sol. Do portão leste ao portão oeste, do prédio dos dormitórios até o campo de esportes, e por fim até a entrada do auditório.

Jing Meini estava quase sem palavras. Se queria vir aqui, por que não disse logo? Nunca vi alguém andar tanto sem objetivo.

O auditório estava abarrotado de gente, e muitos dos que não conseguiram entrar estavam irritados, se arrependendo de ter recusado o convite de entrar quando foram abordados na porta uma hora antes. Agora, não conseguiam nem escalar os portões altos.

Jing Meini já ia sugerir a Ji Muye que fossem embora, mas então viu o sujeito levantar o pé e dobrar por outro caminho. Atrás de um bosque havia uma casinha com escadas para dentro. Lá dentro, havia várias salas pequenas — o espaço de trabalho das principais organizações estudantis da Universidade de Pequim. Uma porta no fim do corredor levava diretamente aos bastidores do auditório.

Jing Meini ficou pasma.

Ji Muye continuou caminhando com calma, dobrou a esquina e entrou nos bastidores do auditório. Ele usava boné e máscara, então ninguém o reconheceu. Jing Meini até pensou em se esgueirar atrás dele, mas ao avistar Han Yi mais à frente, teve que se esconder atrás de um cabideiro e só pôde assistir Ji Muye desaparecer. Ah! E a meditação? Adiantou nada.

A coleção Hua Yun de Le Wei apresentou três séries: Lótus em Nanquim, Deusa de Dunhuang e Estilo Arquitetura Antiga. Cada peça era tão belamente desenhada que dava vontade de comprar na hora. Inicialmente, muita gente veio assistir só por causa do nome da Jiang Zheng, mas ao chegar, acabou se apaixonando pela beleza oriental das criações.

O streamer não fazia ideia da quantidade de merda que teria que comer agora. Estava exausto. Só conseguia soltar um ah ah ah ah de tanta empolgação. As primeiras fotos e vídeos do desfile já haviam saído, e todo mundo estava indo conferir. Vieram mais fãs, e até o número de seguidores e curtidas dele explodiu.

Nesse momento, o estilo da música mudou de repente. Uma suona ecoou do alto, e o auditório inteiro ficou em silêncio — ninguém ousava falar.

Foi então que o véu vermelho se ergueu, e um grupo de modelos com vestidos de noiva vermelhos surgiu.

Elas usavam maquiagem vermelha nas têmporas, e os vestidos embriagavam de tão belos.

A cintura era marcada com fios de ouro, a saia envolvia as pernas, e o colarinho alto tradicional ressaltava os rostos arredondados das modelos, transmitindo uma elegância marcante.

Ao trocar o visual, a “noiva” surgiu com uma capa estilosa, uma saia justa até o quadril perfeitamente cortada, e a cada passada, suas pernas longas e esguias apareciam, acentuando o apelo sensual.

Essa série, que rompeu com o tradicional vestido de noiva vermelho, fez os olhos da plateia brilharem de admiração.

A empolgação era tanta que as luzes se apagaram mais uma vez.

De repente, uma mão delicada ergueu a fresta do véu vermelho. Ela estava com o olhar abaixado, mas logo levantou os olhos semicerrados — e então Jiang Zheng surgiu, usando um longo vestido branco de gaze, como uma fada deslumbrante.

A gaze branca era fina como asas de cigarra, envolvendo flores e folhas, cobrindo apenas o essencial, e ao mesmo tempo dava a impressão de não cobrir nada. Parecia um sonho sedutor. Seus olhos brilhantes cruzaram o olhar do público — e naquele instante, entraram direto no coração de todos.

— Ah, ah, ah, eu morri!

— Zhengzheng tá linda demais!

— Isso é o que chamam de beleza nesse mundo!

— Quem for o sortudo que casar com uma noiva dessas montado num cavalo... ganhou na loteria da vida.

Jiang Zheng colocou as mãos na cintura e deu um passo à frente.

Os olhos de Ji Muye foram se tornando cada vez mais profundos, o coração batendo forte, como se uma vida inteira estivesse passando diante dele.

Conforme Jiang Zheng se aproximava, ele parecia até sentir o perfume que vinha da barra do vestido balançando. Ji Muye tirou a máscara, enfeitiçado, e a encarou sem piscar.

Jiang Zheng passou por ele… sem nem notá-lo.

Ji Muye: — …


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Notas:

[1] “Três mil águas fracas, basta tomar uma concha” é uma frase baseada em uma história curta das escrituras budistas.

Certa vez, o Buda perguntou a um homem debaixo da árvore Bodhi:
— Você é rico, poderoso e tem uma esposa que o ama. Por que ainda se sente infeliz?

O homem respondeu:
— Justamente por isso... eu não sei o que escolher.

Então, o Buda contou uma história:

Um homem estava morrendo de sede, à beira da morte. Movido por compaixão, o Buda fez surgir um lago diante dele. Mas o homem não bebeu. Intrigado, o Buda perguntou por que ele não bebia da água.

A resposta foi curiosa:
— A água do lago é demais, e meu estômago é pequeno. Se não posso beber tudo de uma vez, é melhor não beber nada.

Após contar essa história, o Buda disse ao homem rico que, na vida, é comum encontrar muitas coisas belas e desejáveis — mas o segredo está em valorizar aquilo que se pode realmente ter e cultivar com o coração.

Por fim, o Buda disse uma frase cheia de significado:
“Três mil águas fracas, basta uma concha para matar a sede.”

Nesse contexto, “águas fracas” simbolizam coisas belas, e “três mil” remete aos “três mil mundos” do budismo — uma metáfora para a imensidão da existência. A essência da frase é: em meio a tudo o que o mundo oferece, basta uma escolha sincera para ser pleno.

[2]: Um exemplo:





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