Lin Xinghe ficou um pouco surpresa por estar, na verdade, bastante calma. Depois de se espantar por alguns segundos, começou a pensar em como chegar aos prédios do Departamento Moderno. O campus dessa escola de vilões era consideravelmente grande. Ontem, o carro de passeio de Lu Qin levou vinte minutos para atravessá-lo. Se fosse a pé, provavelmente levaria mais que o dobro do tempo.
Enquanto pensava nisso, Lin Xinghe sentiu um aroma no ar.
A ampla avenida era dividida em vias para pedestres e veículos.
A cerca de cinquenta metros à frente, na calçada onde ela caminhava, havia várias barracas de café da manhã em sequência. Vendiam pãezinhos fritos, alguns cafés da manhã comuns como rosquinhas fritas e leite de soja, e outros itens que ela nunca tinha visto antes, como tubos e tubos de poções coloridas.
Lin Xinghe parou diante de uma barraca que vendia medicamentos.
O dono da barraca apresentou seu produto com entusiasmo:
— Você deve ser do Departamento Moderno, certo? Nunca viu esse tipo de poção, né? É uma poção mágica, basta tomar um tubo e sua resistência dobrará durante todo o dia, sem precisar se preocupar com os exames. Cinco pontos por tubo, temos vários sabores: blueberry, chocolate, baunilha, morango e limão. Você parece nova aqui, então te dou 20% de desconto, e se levar dois tubos, o desconto vai para 30%.
— Irmãzinha, não escuta ele não! — interrompeu outro vendedor. — Cinco pontos numa poção é um roubo. Compra aqui os bolinhos fritos da minha irmã, com leite de soja, são cem vezes melhores que a comida do refeitório e pelo mesmo preço. Só 0,1 ponto, compra um e leva outro de brinde. Muito mais sustento!
— Ei! Roubar o negócio dos outros desse jeito?
— Só não aguento ver mais isso. Cinco pontos num tubo? Isso é empurrar calouro pro abismo! Quantos pontos um aluno de nível D consegue ganhar? Que diferença tem isso de roubar?
— Você não entende nada! Eu chamo isso de capital de risco!
O dono da barraca apontou para a placa de papelão no seu balcão.
— Compra um tubo e ganha uma chance na minha máquina de sorteio. O prêmio especial é uma vassoura mágica feita à mão, um novo meio de transporte que não usa gasolina nem eletricidade e nem precisa de carteira de motorista. Uma vassoura dessas não sai por menos de cinquenta pontos!
O vendedor de rosquinhas e leite de soja revirou os olhos:
— Você está vendendo essas poções faz meses e ninguém nunca ganhou nem o terceiro prêmio, quanto mais o prêmio especial. Quem garante que esse prêmio existe mesmo?
— Não fala besteira! Um colega do nosso departamento que tem visão de raio-X confirmou que tem, sim, uma bolinha dourada lá dentro. Se você é azarado e não tira, a culpa não é minha! — insistiu o vendedor. — Colega, compra uma poção, vai te levar ao mundo místico da magia. Com 20% de desconto fica só quatro pontos. Compra para se preparar para as provas, não é prejuízo!
Lin Xinghe disse:
— Vou levar uma.
— Ótimo! Que sabor?
— Chocolate.
— Encosta seu bracelete no meu.
Lin Xinghe viu uma mensagem aparecer no visor do bracelete com um "bip".
Pontos: 96
Só então Lin Xinghe percebeu que a cor do bracelete do vendedor era diferente do dela. O dela era ciano, o do vendedor era roxo, e o do vendedor das rosquinhas era azul.
Naquele momento, o vendedor, radiante, embalou a poção e entregou para Lin Xinghe, explicando:
— Essa poção é de uso direto, mas se não for usar agora, pode guardar no congelador. Fica mais gostosa assim. Agora vamos ao sorteio! Mexa na máquina! Dourado é o prêmio especial, vermelho é o primeiro prêmio, laranja é o segundo, roxo é o terceiro e branco é sem prêmio.
Mal o vendedor terminou de explicar, Lin Xinghe já tinha sacudido a máquina e feito sair uma brilhante bolinha dourada.
Ela nem ficou surpresa.
...Parece que, mesmo vindo para um mundo diferente, sua boa sorte continuava firme.
— — —
Com olheiras profundas, Lu Qin desceu do ônibus de passeio. Só de pensar na noite anterior já se sentia enjoada.
Ela tinha certeza de que viu Lin Xinghe desaparecer da sua vista. Havia apenas uma estrada levando ao prédio dos dormitórios do Distrito 1, cercada de ambos os lados por cercas. Era extremamente perigoso à noite, então só havia aquele caminho.
No entanto, Li Jun disse que não encontrou ninguém e ainda fez um escândalo, aproveitando-se dela depois. Só de pensar em Li Jun, aquele bastardo asqueroso e feio, Lu Qin sentia nojo até a alma. Ela era apenas uma pessoa comum, sem superpoderes, sem magia, sem habilidades de cultivo ou de artes marciais. Por isso, sempre era derrotada nas arenas de exame. Dependia dos outros, o que a obrigava a suportar esse tipo de humilhação em silêncio.
Ela até desconfiava que Li Jun a enganou; talvez ele já tivesse feito algo com Lin Xinghe e depois veio se aproveitar dela.
Só havia uma estrada ali, era impossível não encontrar Lin Xinghe.
— Sai da frente! — uma voz aguda ecoou no ar.
Antes que Lu Qin pudesse reagir, uma rajada de vento bateu em seu rosto, quase a derrubando. Quando recuperou o equilíbrio e olhou direito, viu Lin Xinghe descendo de uma vassoura mágica. Seu rosto estava corado, seus olhos curvados como luas crescentes, e ela sorria para Lu Qin:
— Yo, bom dia, prezinha.
Lu Qin encarou a vassoura e perguntou:
— Você... como conseguiu uma vassoura mágica?
Lin Xinghe respondeu:
— Tive sorte! Comprei uma poção mágica no caminho e ganhei no sorteio que vinha junto.
Lu Qin: ???
0 Comentários