Depois de alimentar seu pai, Nuan Nuan ouviu que ele logo sairia do trabalho, então ligou para sua mãe.
— Mamãe, o papai vai sair do trabalho, a gente já tá voltando.
Do outro lado da linha, o coração da Sra. Gu ficou completamente derretido ao ouvir a voz adocicada e macia da filha.
— Mamãe sabe, meu amor. O que Nuan Nuan quer comer? Mamãe vai preparar pra você agora mesmo.
A menininha segurava o telefone com as duas mãozinhas de forma muito comportada.
— Nuan Nuan não é enjoada, gosta de tudo. Mamãe trabalhou tanto... Mamãe quer comer alguma coisa? O papai e eu podemos comprar pra você.
— Em casa tem tudo, não precisa se preocupar, Nuan Nuan...
A Sra. Gu adorava ouvir a voz da filha, então as duas começaram a conversar animadamente pelo telefone. A mãe perguntou o que Nuan Nuan tinha feito na empresa do pai naquele dia, e a garotinha contou tudinho, cheia de entusiasmo.
O Sr. Gu trabalhava ao lado, mas ao ouvir a conversa entre sua filha e sua esposa, um sorriso feliz apareceu no canto de sua boca, renovando suas energias.
— Papai, a gente vai buscar o irmão na escola?
Depois do expediente, no caminho de volta para casa, o Sr. Gu não se esqueceu do filho.
— Vamos, que tal ir com a Nuan Nuan?
A pequena assentiu obedientemente.
— Uhum, tá bom.
— E o quarto irmão, onde ele tá?
Ela ainda se lembrava de como o quarto irmão a tratava bem.
— Seu quarto irmão tá no ensino médio e mora no dormitório da escola de segunda a sexta. Nuan Nuan quer visitar ele?
A pequena bolinha de amor piscou seus olhos brilhantes, e seus cílios longos e curvados pareciam borboletas batendo as asas.
Sentadinha de forma comportada, seus olhos bonitos estavam cheios de estrelinhas cintilantes.
— Mas... pode? Não vai atrapalhar o quarto irmão?
— Claro que não. A gente vai depois que ele terminar as aulas. Se a Nuan Nuan quiser, a gente janta primeiro.
Nuan Nuan assentiu mais uma vez, e ainda lembrou:
— Quero levar um presente pro quarto irmão.
O Sr. Gu sorriu e acariciou a cabecinha fofa da filha.
— Tá bom. O cartão da Nuan Nuan tá com o papai. Você pode comprar o que quiser pro seu irmão.
Ele entregou um cartão bancário para a garotinha.
— Esse é o dinheirinho que o papai separou pra você. Quando você tava na empresa, os tios também deram dinheiro de boas-vindas, e tá tudo nesse cartão. A Nuan Nuan pode usar quando quiser.
A menininha imediatamente balançou a cabeça, seus olhos grandes e úmidos brilharam de sinceridade, e sua voz macia e apressada recusou:
— Nuan Nuan não precisa de dinheiro...
O vovô Gu fingiu fazer cara séria:
— Como assim? Seus irmãos têm mesada, como a Nuan Nuan vai ficar sem? Todas as crianças da família são tratadas igual.
Os olhos de Nuan Nuan se arregalaram, e ela inclinou a cabecinha para perguntar:
— Meus irmãos também têm?
Os dois adultos assentiram firmemente. Eles não estavam mentindo. Na verdade, o valor no cartão da pequena era a soma de toda a mesada que ela deveria ter recebido desde que nasceu, além dos presentes que vários parentes e colegas do Sr. Gu deram — no total, mais de dois milhões.
Cada filho da família recebia cerca de cem mil por mês como mesada.
Nuan Nuan, é claro, não sabia de nada disso. Só aceitou o cartão porque soube que seus irmãos também tinham. Ela nem perguntou quanto dinheiro havia — na verdade, nem entendia muito bem de números.
Ela também não pretendia gastar à toa. Seu plano era comprar presentes para os irmãos, para os pais, para o vovô, para o tio e para a tia.
O carro chegou à escola de Gu An. As aulas tinham acabado, e Nuan Nuan encostou as mãozinhas na janela do carro, apoiou o queixinho delicado nas costas da mão e apertou os lábios cor-de-rosa enquanto seus grandes olhos preto-e-branco encaravam atentamente o portão da escola.
— Irmão...
Assim que avistou Gu An, Nuan Nuan puxou discretamente o dedo do pai e sussurrou.
Ela ainda se lembrava do que o irmão tinha dito antes: que ela não podia chamá-lo de "irmão" na frente dos colegas. Então, não desceu do carro para encontrá-lo.
O Sr. Gu acariciou o cabelo macio e fofinho da filha e sorriu friamente ao olhar para o filho saindo do colégio.
Esse fedelho... vai se arrepender!
Gu An, que acabara de sair, olhou ao redor e, finalmente avistando o carro da família, correu até lá com dois amigos.
— Pai, por que você não desceu pra me buscar?
Nuan Nuan se escondeu atrás do pai, agarrando um pedacinho do tecido do terno dele com os dedinhos, mostrando apenas a cabecinha fofa enquanto encarava Gu An.
Gu An a viu imediatamente e, quando estava prestes a chamá-la, percebeu que ela tinha se escondido atrás do pai.
Gu An ficou paralisado.
Seu rosto se encheu de confusão. O que ele tinha feito pra irmãzinha fugir dele assim?
— Olá, tio!
Os dois amigos, geralmente bem bagunceiros ao lado de Gu An, cumprimentaram educadamente o Sr. Gu.
A voz do Sr. Gu soou um pouco séria:
— Certo, os pais de vocês já chegaram pra buscar vocês?
— Já, tio! Pode ir tranquilo.
Os dois meninos assentiram depressa, e se despediram.
Gu An entrou no carro e encarou Nuan Nuan, indignado.
— Irmãzinha~
Assim que os dois amigos se afastaram e a porta do carro foi fechada, Nuan Nuan chamou Gu An docemente.
Gu An virou um baiacu.
— O que foi aquilo agora? Você se escondeu de mim! Eu sou tão vergonhoso assim?
Nuan Nuan o olhou com inocência.
— Mas... o irmão não disse que não podia deixar seus colegas saberem que eu sou sua irmã?
Gu An "…"
Seu rosto... ficou um pouquinho quente.
— Então... então você não pode se esconder de mim!
Nuan Nuan perguntou baixinho:
— Mas e se eles me virem e perguntarem quem eu sou?
Gu An ficou engasgado de novo. Seu rosto mudou de expressão, e ele queria rebater, mas nem sabia o que dizer, então só conseguiu ficar emburrado.
O papai Gu e o vovô Gu assistiam a cena se divertindo. Era sempre engraçado ver Gu An arrependido e sem saber como reagir, haha…
— Irmão, o que foi?
Nuan Nuan achava que estava sendo super cuidadosa e obediente, sem fazer nada de errado.
Ela não fazia ideia do turbilhão de sentimentos do irmão naquele momento. Quando Gu An ouviu o chamadinho doce e macio de "irmão", respondeu com muita dificuldade:
— Se... se você quiser muito me chamar de irmão, também não é impossível fazer isso na frente dos meus colegas.
Ele ergueu um pouquinho o queixo, tentando bancar o indiferente.
— Eu não sou tão mesquinho assim... embora isso vá me causar um pouco de problema.
Nuan Nuan piscou aqueles olhos enormes e respondeu lentamente:
— Então... não precisa.
Ela franziu um pouquinho a testa.
— Tudo bem. A Nuan Nuan pode chamar de irmão só em casa, assim não atrapalha você.
Gu An "…"
Você é muito cara de pau!!!
Os adultos no carro quase morreram de tanto rir vendo os olhos arregalados de Gu An. Hahaha... Será que isso contava como suicídio?
Gu An ficou vermelho de raiva. Ele só sentia que sua irmãzinha... não era muito esperta.
— O que eu quis dizer é que... você pode me chamar de irmão mesmo fora de casa!
No fim, ele gritou as palavras que estavam entaladas no coração, todo corado.
Que cansaço…
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