Nuan Nuan olhou para o irmãozinho com seus grandes olhos brilhantes e piscou, desconfiada se tinha ouvido certo.
— Irmão?
Gu An ficou um pouco envergonhado.
— O quê? Você não ficou feliz por eu deixar você me chamar de irmão fora de casa?
A garotinha macia balançou a cabeça rapidamente, os olhinhos de repente brilhando ao encará-lo.
— Sério? Irmão, você não tem medo que a Nuan Nuan te faça passar vergonha?
A voz da menina era suave e animada, mas não parecia nem um pouco chateada.
Gu An cruzou os braços e resmungou com arrogância:
— Eu sou o chefe na escola, quem manda lá sou eu! Se alguém se atrever a falar mal de você, eu quebro a cara deles!
— Uau.
— Irmão, você é incrível!
Sendo elogiado com aquela voz doce e fofinha da irmã, Gu An olhou para ela com muito orgulho.
— Isso mesmo, na escola quem manda sou eu.
— Crack...
O papai Gu deu um tapa nada discreto na parte de trás da cabeça dele. Gu An cobriu a cabeça e reclamou, fazendo uma expressão de ressentimento, como se estivesse se exibindo na frente da irmã e fosse injustiçado pelo pai.
O papai Gu apenas lançou um olhar frio, e Gu An encolheu o pescoço de medo, recuando de fininho.
— Um herói sabe quando recuar diante das dificuldades. Trinta anos no Hedong, trinta anos no Hexi... Quando eu crescer...
— Hã?
O papai Gu lançou outro olhar para ele, e Gu An imediatamente calou a boca.
Com um resmungo frio, Gu Linmo acariciou a cabecinha fofa da sua boa filha.
— Nuan Nuan, não escuta as besteiras do seu irmão, ninguém vai desgostar de você.
— Tá bom...
A garotinha soltou um som fofo de concordância, com as sobrancelhas levemente arqueadas e esfregando a cabecinha na palma do pai, achando tudo maravilhoso.
Gu An olhou para a irmãzinha, que era macia feito um gatinho, e ficou com uma vontade enorme de fazer carinho nela também.
Mas bastou um olhar de advertência do pai para ele recuar.
Gu An ficou indignado. Achava que o pai estava sendo cada vez mais extremista! Nuan Nuan também era irmã dele, por que ele não podia fazer carinho nela?
Quando o carro chegou na mansão dos Gu, os dois bichinhos de estimação ainda estavam de guarda na porta. Quando o carro se aproximou, o Cachorrão correu abanando o rabo.
Nuan Nuan desceu do carro e logo foi cercada pelo cachorro animado, que latia baixinho pedindo colo.
Enquanto ela fazia carinho no rostinho do Cachorrão, a Carvãozinho veio caminhando na frente e saltou agilmente para o colo de Nuan Nuan. Nessas horas, ser pequeno tinha mesmo suas vantagens. O Cachorrão olhou para a Carvãozinho com olhos cheios de inveja.
— O bebê voltou.
Uma voz suave soou. Nuan Nuan olhou para a mãe com olhos brilhantes, largou a Carvãozinho em cima da cabeça do Cachorrão e correu com suas perninhas curtas para abraçá-la.
— Mamãe~
Assim que a vozinha doce chamou, a mamãe Gu a pegou no colo e encheu de beijinhos no rostinho macio.
— A Nuan Nuan da mamãe está ainda mais linda hoje.
Nuan Nuan ficou vermelhinha de vergonha, abraçou o pescoço da mãe e, cheia de coragem, também deu um beijinho em seu rosto.
— A mamãe também é maravilhosa!
O momento entre mãe e filha era cheio de doçura e calor, mas de repente, uma voz estranha, carregada de ironia, interrompeu a cena.
— Mamãe, você só lembra que tem uma filha agora e esqueceu que também tem um filho super inteligente? Se continuar assim, logo logo essa casa não vai ter mais espaço pra mim, Gu An!
Gu An estava indignado. Um chefe como ele, de pé ali, ignorado descaradamente por essas duas!
Mamãe Gu abraçou Nuan Nuan e olhou para o filho rebelde, perguntando com um sorriso:
— Quer que a mamãe te dê um beijinho também?
Gu An deu vários passos para trás, com o rosto vermelho, e gritou:
— Já tô grande demais, quem quer beijo!
Mamãe Gu revirou os olhos e perguntou:
— Então o que você quer?
Gu An "..."
Ele só estava se sentindo injustiçado, só isso! Como pode!
— Irmão, vem aqui.
Nuan Nuan chamou o irmão, acenando com seus olhos brilhantes.
Gu An enfiou as mãos nos bolsos e resmungou com pose:
— Quem você tá chamando igual a um cachorrinho?
Nuan Nuan olhou para ele, piscando:
— Irmãozinho~
A voz macia e melada da pequena bolinha de leite fez o coração de Gu An derreter. Ele murmurou por dentro, achando que a irmãzinha devia ser feita de caramelo, de tão doce que era!
— Mulheres são um problema!
Um certo irmão mais velho fazia cara de nojo, mas o corpo foi extremamente honesto. Ele levantou os pés e caminhou na direção da Nuan Nuan, fingindo desprezo.
Mamãe Gu olhou com desprezo para o filhinho, que era reto demais.
— Por quê?
Nuan Nuan abaixou a cabeça e deu um beijinho suave no rostinho do irmão.
— Nuan Nuan beijou o irmão, não fica bravo, tá?
Gu An ficou atordoado. Quando ela falava com aquela vozinha de leite, parecia que tinha magia.
— V-você… pra que me beijou?!
Em dois segundos, o rostinho branco de Gu An ficou completamente vermelho, e ele recuou alguns passos, cobrindo a bochecha beijada.
Nuan Nuan o olhou sem entender, pensando que talvez o irmão não tivesse gostado do seu beijo. Um pouco desapontada, ela começou a cutucar os próprios dedinhos.
— Se o irmão não gosta, então a Nuan Nuan não beija mais…
Vovô, papai e mamãe todos gostavam dos beijos dela, mas parece que o irmão não gostava.
— N-não é isso!
O coração de Gu An quase saiu pela boca ao ouvir isso, e seu olhar ficou inquieto.
— É só que… foi muito de repente!
Papai Gu e vovô Gu não conseguiram segurar a risada do lado. Mamãe Gu também caiu na gargalhada.
Gu An ficou furioso.
— Qual é a graça?!
Depois de gritar, ele pegou a mochila e saiu correndo para o quarto, onde se enfiou debaixo das cobertas, segurando a bochecha que a irmã tinha beijado. Seu rostinho ainda um pouco infantil estava corado, e ele resmungou:
— Senhor Gu An, seu charme é mesmo irresistível!
Quando chegou a hora do jantar, Gu An já tinha voltado ao normal, mas ainda se fazia de importante. Ele olhou para os lugares na mesa: Nuan Nuan estava sentada ao lado do vovô, e papai e mamãe tinham ido buscar coisas na cozinha. Antes que eles voltassem, Gu An torceu o corpo e se sentou do outro lado da irmãzinha, com uma expressão cheia de orgulho.
— É que tem pratos que eu gosto desse lado!
Não era por causa da Nuan Nuan, claro, ele se apressou em inventar uma desculpa esfarrapada para si mesmo.
O vovô Gu quase revirou os olhos para o neto.
Logo depois, papai e mamãe Gu apareceram trazendo alguns copos de leite e se sentaram à mesa.
— Irmão, o que você gosta de comer?
— Aquilo ali.
Gu An apontou casualmente para uma tigela de asas de frango ao molho de coca-cola.
Com um movimento delicado, Nuan Nuan pegou uma asinha com os palitinhos e colocou no pratinho dele.
— Irmão, come.
Seus olhinhos úmidos se curvaram como dois pequenos crescentes, brilhando enquanto olhavam para ele — parecia um anjinho gentil caído no mundo dos mortais. Quem conseguiria recusar um anjinho fofo desses?
Gu An olhou para a asinha no prato, seus olhos brilharam e ele não conseguiu segurar o sorriso no canto da boca.
— Não é como se eu não pudesse pegar sozinho!
Logo depois, perguntou:
— E você, o que gosta de comer?
Nuan Nuan respondeu, toda obediente:
— Eu gosto de tudo, tudo é gostoso.
Gu An resmungou:
— Muito indefinido!
Apesar das palavras, seu corpo agiu por conta própria e ele foi enchendo o pratinho da Nuan Nuan com várias comidinhas.
— Reciprocidade! Agora não te devo mais nada!
Nuan Nuan assentiu suavemente e falou com sua voz baixinha:
— Uhum, o irmão é tão bom...
0 Comentários