O pai Gu se abaixou e gentilmente beliscou o pequeno nariz da filha.
— Compre um par de abotoaduras para o papai.
Ele as usaria nas ocasiões mais importantes no futuro!
— Tá bom, então o papai vai levar a Nuan Nuan pra comprar — disse a menina, pegando a mão do pai e o seguindo com suas perninhas curtas até outra loja de luxo.
No fim, Nuan Nuan comprou para seu pai um par de abotoaduras de safira azul-escuro, quentes e luxuosas, que combinavam perfeitamente com o temperamento dele.
Depois, seguindo a sugestão do pai, ela também comprou flores para a mãe — um buquê de cravos elegantemente embalados. Já os presentes para o quarto irmão e o irmãozinho ela escolheu sozinha: um chaveiro de gato preto com um visual imponente e uma miniatura de uma garotinha de anime, porque o pai tinha dito que a bonequinha era a cara dela!
Com os presentes para a família já comprados, Nuan Nuan saiu feliz da loja de mãos dadas com o pai.
O avião pousaria às nove da manhã, e eram oito e quarenta quando Nuan Nuan e seu pai chegaram ao aeroporto.
Vinte minutos depois, Gu Linmo tentou ligar para o filho, mas a ligação não completou, e o voo também não chegou no horário previsto.
— Papai, o irmão ainda não chegou? — Nuan Nuan, segurando uma caixinha de presente, sentou-se obedientemente ao lado do pai, olhando para ele com seus grandes olhos preto e branco cheios de expectativa.
Gu Linmo a consolou:
— Talvez o voo tenha atrasado. Isso acontece bastante.
Os olhos de Nuan Nuan brilharam.
— Papai, você já andou de avião? Não ficou com medo de voar no céu?
Ela só tinha visto um avião uma vez no céu da Vila Xiaoxi, passando bem alto, tão distante que mal conseguia enxergar, então não conseguia nem imaginar como seria voar.
Gu Linmo abriu os braços e abraçou a filhinha, que se encostou nele com o corpo fofinho, esfregando a cabeça felpuda de forma carinhosa, como um bichinho pequeno.
— Nossa família tem um jato particular. Um dia o papai vai levar você pra voar onde quiser, tá bom?
Os olhinhos da menina se iluminaram na hora, curvando-se em dois crescentes redondinhos e adoráveis.
— Papai, a Nuan Nuan quer ir ao banheiro.
Enquanto esperava o irmão, ela sentiu vontade de ir ao banheiro.
— Eu te levo. Você consegue ir sozinha?
A menina assentiu obediente, indicando que dava conta. Gu Linmo a levou até o banheiro, e Nuan Nuan correu para dentro sozinha.
Mamãe Gu já tinha ensinado a ela como reconhecer o banheiro em lugares públicos, então ela soube encontrar.
Ao sair, Nuan Nuan caminhava devagar. A pia dentro do banheiro era alta demais para ela lavar as mãos, então procurou pela pia externa. Mas, saindo do banheiro... a pia de fora também era nada amigável para menininhas pequenas.
Mesmo ficando na ponta dos pés, Nuan Nuan não alcançava. Quando já estava vermelhinha de tanta frustração, duas grandes mãos a ergueram do chão.
De repente suspensa no ar, Nuan Nuan sentiu um cheiro fresco e agradável de pinho vindo da pessoa atrás dela. Mas o cheiro era estranho, ela não o conhecia. A menininha se assustou na hora, batendo as perninhas curtas e virando o pescoço para olhar.
Só que, por causa da altura, ela só conseguiu ver o queixo definido do homem que a segurava.
— Você não queria lavar as mãos?
Uma voz fria e sem muita temperatura soou atrás dela, mas ainda assim, era profunda e agradavelmente grave.
Nuan Nuan piscou com um olhar pidão e apressou-se para lavar as mãos.
— O-obrigada... obrigada, irmão mais velho, pode me colocar no chão.
A voz da garotinha era macia e baixa como a de um gatinho, uma verdadeira doçura para os ouvidos.
O homem a colocou no chão devagar e, antes que Nuan Nuan pudesse sair, ele se agachou calmamente, tirou um lenço de bolso cinza-escuro de dentro do paletó, segurou as mãozinhas dela com dedos longos e articulados, e começou a enxugá-las com muito cuidado.
Foi então que Nuan Nuan conseguiu ver direito o rosto dele: feições frias e marcadas, contornos nítidos, olhos profundos como um poço antigo e uma aura tão gélida quanto a neve no inverno, emanando uma opressão que fazia qualquer um hesitar antes de se aproximar.
Mas... ele parecia tão familiar!
A pequena o encarou e encarou, até seu rostinho se enrugar de tanta dúvida.
Enquanto isso, o assistente e os guarda-costas que acompanhavam o homem estavam perplexos. Seus olhos pareciam querer saltar das órbitas.
O patrão deles... ajudando uma garotinha a lavar as mãos?!
E ainda não bastasse lavar, agora estava agachado limpando cada dedinho dela, com todo cuidado e seriedade!
Eles estavam delirando? Ou tinham desembarcado em outro planeta?
— Irmão? — chamou Nuan Nuan com sua voz suave, puxando todos de volta da confusão mental.
Mas agora seus rostos estavam todos retorcidos de incredulidade.
Essa garotinha era bem ousada! Não só não chorou nem ficou com medo do mestre deles, ainda teve coragem de chamá-lo de irmão!
— Hum. — Uma resposta curta e fria saiu da boca do próprio mestre deles.
Ele... aceitou!!!
Gu Nan limpava cada dedinho da menininha com calma. Quando seus dedos roçaram as cicatrizes nas pequenas mãos dela, seus olhos, antes tranquilos como um lago, cintilaram com um frio assassino, tão intenso que até quem estava a três metros de distância sentiu o calafrio.
Mas toda a ternura que existia naquele homem parecia reservada apenas para a pequena diante dele.
— Você me reconheceu? — perguntou Gu Nan, levantando a mão para segurar de leve a nuca da menina.
O toque gelado fez Nuan Nuan encolher um pouco o pescoço, mas seus grandes olhos preto e branco brilharam ao encarar o jovem alto e bonito à sua frente.
Ela sorriu timidamente, com tanta fofura que seus olhos pareciam duas luas crescentes.
— Eu reconheci. Você é o irmão mais velho da Nuan Nuan.
A voz dela era clara e cheia de alegria. Depois de hesitar um pouco, a menininha criou coragem e segurou... o dedo indicador de Gu Nan com suas duas mãozinhas.
Os dedos longos e ossudos dele se curvaram ligeiramente sob o toque. As mãos da menina eram quentinhas.
O jovem abaixou os olhos, olhando para aquela pequena mão tão frágil que parecia quebrar com um sopro, e não ousou se mexer muito, com medo de machucá-la sem querer.
— Irmão mais velho — chamou Nuan Nuan outra vez, com olhos úmidos e brilhantes.
— Hum — respondeu ele, sucinto como sempre.
Com a resposta, Nuan Nuan ficou ainda mais feliz. O sorriso suave se abriu em seus lábios rosados, e seus olhos pareciam uma constelação inteira, brilhando tanto quanto um pequeno sol, derretendo o gelo que envolvia o coração de Gu Nan.
Sua irmãzinha tinha crescido tanto...
— Irmão mais velho, papai ainda tá esperando a gente lá fora.
— Hum.
Ainda econômico nas palavras, Gu Nan soltou outro breve som, passou o braço pelas costas da menina e a ergueu com facilidade.
Ela era tão leve.
Com o rostinho franzido, Gu Nan já começava a pensar em como alimentar melhor essa criança no futuro.
O jovem de expressão severa, agora carregando uma menininha tão delicada quanto uma bonequinha de porcelana, criava uma cena estranhamente fofa.
Mas para os subordinados de Gu Nan, aquilo era um choque sem precedentes. Nunca, nem em seus maiores delírios, imaginariam o chefe carregando uma criança.
E naquele dia... eles viram com os próprios olhos.
Quando o jovem alto e frio saiu carregando a menina nos braços, os assistentes e guarda-costas o seguiram apressados, tentando ao máximo recompor suas expressões. Mas o caos em seus corações... era impossível de acalmar.
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