Capítulo 41 – Entre a Vida e a Morte (2)
— Parem!
Ao ouvir a voz de Ye Li, o corpo de Ye Mu estremeceu involuntariamente. No segundo seguinte, sua visão escureceu. Um aroma refrescante, levemente medicinal, a envolveu.
Era Mo Linyuan quem agora estava diante dela, bloqueando o bastão que desceria para matá-la.
Com um grunhido abafado, Mo Linyuan recebeu o golpe cruel enquanto se ajoelhava em uma perna, protegendo o corpo ensanguentado de Ye Mu. Suas mãos seguravam com cuidado a cabeça dela.
— Não precisa ter medo… eu voltei.
A voz de Mo Linyuan era baixa, audível apenas para Ye Mu. Ao ouvi-lo, ela — que sempre se orgulhara de ser firme, que não chorava nem dependia de ninguém — sentiu seus olhos arderem. O nariz se apertou em um nó, e lágrimas quase vieram.
Seus olhos, avermelhados, fitavam Mo Linyuan com um olhar que parecia ultrapassar a carne e alcançar o mais profundo da alma. Antes, Ye Mu sempre carregara um peso no coração por ter transmigrado para esse mundo — e ainda mais por estar amarrada ao destino daquele menino. Mas agora…
— Fico feliz que você esteja aqui — disse ela, fechando lentamente os olhos. Um leve sorriso apareceu nos cantos de seus lábios.
Agora, sentia-se grata por poder enfrentar e superar essas dificuldades ao lado dele.
Mo Linyuan foi pego de surpresa por aquele olhar e permaneceu ali, encarando os olhos que aos poucos se fechavam. Em seguida, escutou sua voz — tão fraca que parecia prestes a se dissipar no ar.
…
Ye Li, ao ver o estado miserável em que se encontrava Ye Mu, não conseguiu conter a fúria explosiva!
— Desgraçados! Quem deu permissão para isso?!
No instante em que sua voz trovejou, todos no pátio se ajoelharam no chão como codornas assustadas. Até Wen Ru ficou boquiaberta! O general não estava entretendo os convidados no salão? Normalmente, essas recepções duravam a noite inteira!
— Wen Ru! — A voz de Ye Li reverberou como um trovão, e o corpo de Wen Ru tremeu ainda mais.
Os olhos de Ye Li pareciam prestes a perfurar a frágil menina ajoelhada a seus pés.
— Quando matou Xiaosu, eu fechei os olhos por compaixão. E agora, quer envolver essa criança — acha mesmo que pode me enganar?! Acha que não posso arrancá-la da posição de esposa principal neste exato instante?!
— Marido! — Wen Ru gritou em desespero. As palavras dele a fizeram empalidecer. — Marido, acalme-se! Por favor, acalme-se! Es-essa concubina tem motivos, há uma razão para isso!
— Oh? — A figura imponente de Ye Li se curvou sobre o corpo trêmulo dela no chão. — Então esclareça-me. Que razão seria essa?
Wen Ru se esforçava para inventar uma explicação plausível, quando de repente teve uma ideia maliciosa.
— Tudo isso… tudo isso foi porque Mu’er tentou roubar! Ela queria roubar a Pérola do Leste que esta concubina havia deixado em sua mesa de maquiagem! Eu a peguei no ato, mas essa criança se recusa a admitir! Fiquei tão furiosa que… só quis lhe dar uma lição!
— Pérola do Leste… — Os olhos de Ye Li se estreitaram, mas Wen Ru agarrou sua perna com desespero.
— Sim! A Pérola do Leste, a maior do mundo, incomparável em beleza!
Mas Ye Li apenas riu. Uma risada fria e vazia. E então, sem aviso, desferiu um chute que lançou Wen Ru longe!
Ye Mu havia entregado um tesouro ancestral sem piscar — por que se interessaria por uma pérola qualquer da penteadeira de Wen Ru? Que piada absurda.
Wen Ru foi arremessada de costas, o corpo voando no ar. Se não fosse amparada pelas servas atrás de si, teria batido o rosto com força contra o chão. Estava atônita — não esperava que sua mentira fosse desmascarada tão facilmente.
Mesmo caída, só conseguia olhar para Ye Li com incredulidade.
Ele, por sua vez, não se preocupou em justificar suas ações. Limitou-se a lançar-lhe um olhar gélido e zombeteiro.
— Wen Ru, escute bem: todos os que ousaram tramar diante de mim… estão debaixo da terra. Se não quiser ser a próxima, comporte-se. Seja submissa — como era no passado!
Lançando-lhe um último olhar de desprezo, então bradou aos seus subordinados:
— Levem a Sétima Jovem Senhorita imediatamente!
Capítulo 42 – Lamentações (1)
— Sim, senhor!
Ye Xiaolang correu para amparar Ye Mu e Mo Linyuan, que havia sofrido um ferimento grave. Quando Mo Linyuan se levantou, sangue escorreu pelo canto de sua boca. Ye Xiaolang prontamente se adiantou para pegar Ye Mu, mas, mesmo inconsciente, ela segurava com força as roupas de Mo Linyuan e se recusava a soltá-lo.
Ao ver isso, Mo Linyuan limpou o sangue dos lábios e esboçou um leve sorriso. Ele balançou a cabeça para Xiaolang, sinalizando que cuidaria dela, e saiu carregando Ye Mu nos braços.
Ao cruzar o portão, virou-se para olhar o pátio atrás de si. Os olhos de fênix, sob o rosto pálido e gélido, se estreitaram. A intenção assassina que emanava dele era palpável — fria, cortante, como se pudesse devorar tudo ao redor.
Ousaram feri-la… Que diferença fazia se era a esposa principal? Essas pessoas teriam de pagar com sangue.
Enquanto isso, Ye Li mandou chamar um médico para tratar Ye Mu. Enquanto o doutor preparava os remédios, lançou um olhar dúbio para Mo Linyuan e perguntou em tom ambíguo:
— Que mais você tirou do tesouro?
Mo Linyuan balançou a cabeça, sinalizando que não havia mais nada escondido consigo.
— Acha que vou acreditar nisso? — Ye Li bufou friamente, sentando-se em um banquinho. — Você ameaçou usar o Selo Imperial de Jade para me tirar do banquete hoje. Acha que sou ingênuo? Que não vou imaginar que amanhã você aparecerá com outra coisa? Ridículo. Não sairá daqui com vida.
Mo Linyuan apertou os lábios. No desespero, havia recorrido a um blefe para forçar Ye Li a salvar Ye Mu. Agora que ela estava fora de perigo, naturalmente ele se tornava dispensável — e perigoso.
Olhou calmamente para Ye Mu. Não importava o que acontecesse… Se ela estivesse bem, tudo valia a pena. Ainda assim, ele não podia morrer agora. Precisava se defender.
Contudo, justo quando abriu a boca para falar, ouviu a tosse baixa de Ye Mu, vinda da cama. Imediatamente se aproximou, e ela agarrou seu braço com força.
Mo Linyuan se assustou. Abaixou a cabeça e viu os olhos redondos de Ye Mu, já abertos. Ela apenas mexeu os lábios, sem som algum: “Não fale.”
— Mu’er?
Ye Li se levantou e se aproximou da cama. Aquela filha estranha… ele começou a perceber que talvez tivesse algum valor. Ela havia lhe entregue todos os tesouros, usando-os para honrá-lo — era a única entre os filhos que lhe demonstrava lealdade. Além disso, com a morte da mãe de Ye Mu, ele já não tinha mais ninguém em quem confiar no interior do casarão, exceto por essa criança.
— Pai…
Ye Mu olhou para ele com fraqueza, ainda deitada.
— …Você disse que Aji o ameaçou, mas, na verdade… quem pediu para ele fazer isso fui eu.
— O quê?! — Os olhos de Ye Li se tornaram gélidos. Mas antes que pudesse reagir, viu grandes lágrimas escorrerem pelo rosto pálido e pequeno da menina.
— …Se eu não fizesse isso, como o senhor viria tão rápido para me salvar…
Foi a primeira vez em sua vida que Ye Li sentiu um fio de culpa. Mas rapidamente a censurou com um olhar severo.
— Ainda assim, você não devia ter pegado aquele item! E ainda mandou alguém me ameaçar — você sequer sabe o que aquilo representa?!
Ye Mu balançou a cabeça, com semblante abatido.
— Eu não sei o que é… só achei bonito. Queria olhar, brincar um pouco. Eu realmente não peguei mais nada. Se não acredita em mim, pode ir conferir os tesouros. Deve haver algum livro de registros lá — se contar, verá que não estou mentindo.
As palavras dela faziam sentido. E considerando sua idade, seria forçado demais presumir que estava tramando algo. Era perfeitamente crível que uma criança ficasse encantada com o brilho do Selo Imperial de Jade e quisesse tocá-lo ou brincar com ele, sem compreender seu verdadeiro valor.
Capítulo 42 – Lamentações (1)
— Sim, senhor!
Ye Xiaolang correu para amparar Ye Mu e Mo Linyuan, que havia sofrido um ferimento grave. Quando Mo Linyuan se levantou, sangue escorreu pelo canto de sua boca. Ye Xiaolang prontamente se adiantou para pegar Ye Mu, mas, mesmo inconsciente, ela segurava com força as roupas de Mo Linyuan e se recusava a soltá-lo.
Ao ver isso, Mo Linyuan limpou o sangue dos lábios e esboçou um leve sorriso. Ele balançou a cabeça para Xiaolang, sinalizando que cuidaria dela, e saiu carregando Ye Mu nos braços.
Ao cruzar o portão, virou-se para olhar o pátio atrás de si. Os olhos de fênix, sob o rosto pálido e gélido, se estreitaram. A intenção assassina que emanava dele era palpável, fria, cortante, como se pudesse devorar tudo ao redor.
Ousaram feri-la… Que diferença fazia se era a esposa principal? Essas pessoas teriam de pagar com sangue.
Enquanto isso, Ye Li mandou chamar um médico para tratar Ye Mu. Enquanto o doutor preparava os remédios, lançou um olhar dúbio para Mo Linyuan e perguntou em tom ambíguo:
— Que mais você tirou do tesouro?
Mo Linyuan balançou a cabeça, sinalizando que não havia mais nada escondido consigo.
— Acha que vou acreditar nisso? — Ye Li bufou friamente, sentando-se em um banquinho. — Você ameaçou usar o Selo Imperial de Jade para me tirar do banquete hoje. Acha que sou ingênuo? Que não vou imaginar que amanhã você aparecerá com outra coisa? Ridículo. Não sairá daqui com vida.
Mo Linyuan apertou os lábios. No desespero, havia recorrido a um blefe para forçar Ye Li a salvar Ye Mu. Agora que ela estava fora de perigo, naturalmente ele se tornava dispensável.
Olhou calmamente para Ye Mu. Não importava o que acontecesse… Se ela estivesse bem, tudo valia a pena. Ainda assim, ele não podia morrer agora. Precisava se defender.
Contudo, justo quando abriu a boca para falar, ouviu a tosse baixa de Ye Mu, vinda da cama. Imediatamente se aproximou, e ela agarrou seu braço com força.
Mo Linyuan se assustou. Abaixou a cabeça e viu os olhos redondos de Ye Mu, já abertos. Ela apenas mexeu os lábios, sem som algum: "Não fale".
— Mu’er?
Ye Li se levantou e se aproximou da cama.
— Pai…
Ye Mu olhou para ele com fraqueza, ainda deitada.
— …Você disse que Aji o ameaçou, mas, na verdade… quem pediu para ele fazer isso fui eu.
— O quê?!
Mas antes que pudesse reagir, viu grandes lágrimas escorrerem pelo rosto pálido e pequeno da menina.
— …Se eu não fizesse isso, como o senhor viria tão rápido para me salvar…
Ye Li sentiu um fio de culpa, mas rapidamente a censurou com um olhar severo.
— Ainda assim, você não devia ter pegado aquele item! E ainda mandou alguém me ameaçar — você sequer sabe o que aquilo representa?!
Ye Mu balançou a cabeça.
— Eu não sei o que é… só achei bonito. Queria olhar, brincar um pouco. Eu realmente não peguei mais nada. Se não acredita em mim, pode ir conferir os tesouros. Deve haver algum livro de registros lá — se contar, verá que não estou mentindo.
As palavras dela faziam sentido. E considerando sua idade, era perfeitamente crível que uma criança ficasse encantada com o brilho do Selo Imperial de Jade e quisesse tocá-lo ou brincar com ele, sem compreender seu verdadeiro valor.
Capítulo 43 – Lamentações (2)
Ye Li esfregou a testa, sentindo uma dor de cabeça se aproximar. Algo parecia fora do lugar.
— Então você não devia ter mandado seus subordinados me ameaçarem! O Imperador de Zhao está na mansão. Se não formos cuidadosos, a família Ye pode ser destruída! Você realmente... — Ele parou a frase no meio, frustrado.
— Pai! — Ye Mu o interrompeu em voz alta. — Se não fosse por causa do Imperador de Zhao, eu teria acabado assim? Se eu não tivesse te ameaçado, você teria deixado de se preocupar com o imperador só por causa da sua filha?
Seus grandes olhos estavam fixos nele, cheios de lágrimas prestes a cair, fazendo-a parecer extremamente frágil.
— Se não fosse por Aji, sua filha teria morrido hoje! Se quiser matá-lo, então é melhor me matar também! Porque eu sei que, sem ele, ninguém nesta casa lutaria tão desesperadamente por mim! Em vez de morrer pelas mãos de outros no futuro, é melhor morrer agora, de uma vez!
Assim que terminou de falar, ela se deitou sobre os próprios braços e começou a chorar alto. Seu corpo inteiro tremia, como se estivesse em dor, e seus gritos aumentavam de tom até que sua voz se tornasse rouca. Qualquer um que ouvisse seria capaz de sentir a injustiça e o sofrimento que ela carregava — uma dor que poucos conseguiriam suportar.
Aquela voz fazia o coração de Mo Linyuan doer! Seus olhos começaram a ficar vermelhos, e ele sentia como se algo estivesse preso no peito; uma sensação sufocante, insuportável.
Ele apenas odiava não poder dizer nada para consolá-la, então tudo que pôde fazer foi pousar a mão gentilmente sobre o ombro dela, oferecendo conforto silencioso.
As sobrancelhas de Ye Li estavam franzidas. Um sentimento que nunca havia experimentado antes o tornava irritadiço, mas ele sentia que não podia ser ainda mais duro. Mesmo que estivesse com raiva, não conseguia mais demonstrar diante daquela situação.
— Basta!
Depois de um longo tempo, Ye Li finalmente deu leves batidas nas costas de Ye Mu.
— Não chore mais! Eu... eu não vou matá-lo! Mas tem certeza de que realmente não pegou mais nada? Hein?!
— Não! — Ye Mu ergueu a cabeça e respondeu com raiva. — Se eu digo que não, é porque não peguei nada! Quer me revistar?!
— Sua pestinha! — Ye Li ficou tão irritado que acabou rindo. — Você é pequena, mas sua ousadia é maior que você!
Ninguém jamais ousou falar com ele daquele jeito.
Ye Li hesitou por um momento antes de dizer:
— Muito bem, não vou matá-lo. Mas o Oficial Liu gosta dele e já me pediu várias vezes. O que você acha que devo fazer?
Ao ouvir isso, o coração de Ye Mu pulou uma batida, mas logo ela teve outra ideia e rolou os olhos, pensativa.
— Pai... O Oficial Liu é uma figura importante no palácio. O motivo de o senhor estar em bons termos com ele é porque quer algo dele, estou certa?
O rosto de Ye Li, que até então esboçava um sorriso, enrijeceu. Ele observou atentamente o rosto pálido mas astuto da filha. Ultimamente, sentia que sua filha era extraordinária, e não seria exagero chamá-la de prodígio.
— Oh? Consegue adivinhar o que é? — disse ele, testando-a.
Ele realmente havia admitido!
Ye Mu curvou ligeiramente os lábios. Aquele livro, além de autobiográfico, também era quase um registro histórico. Por isso, ela não apenas sabia o que Ye Li queria, mas também como a família Ye seria destruída no fim.
— Esta filha tem um palpite... Deve ser algo como um... plano militar. Como o Oficial Liu é alguém de confiança do imperador, ele provavelmente tem informações sobre os Guardas Imperiais, certo? Pai, estou certa?
Dessa vez, Ye Li não ficou apenas surpreso. Sentiu até mesmo um leve temor ao encarar Ye Mu seriamente.
— Mu’er, como soube disso? Por que está mencionando esse assunto?
Ye Mu olhou para Mo Linyuan. Após um breve momento de hesitação, tomou uma decisão.
— Quero que meu pai rejeite o pedido do Oficial Liu por agora e o deixe esperando. Quando chegar o momento certo, eu mesma enviarei alguém para conduzir Aji até a mansão do Oficial Liu como espião e então roubar as informações que o senhor deseja.
Ao dizer essas palavras, não foi apenas Ye Li quem ficou em silêncio — até Mo Linyuan ergueu os olhos e a fitou fixamente. No entanto, seu olhar não era de choque nem de reprovação. Ele simplesmente não compreendia por que ela estava disposta a fazer aquilo.
Ye Li permaneceu em silêncio. Por causa de sua ambição, todos que entravam na Mansão do General assinavam um contrato de morte ou tornavam-se escravos. Em outras palavras, a menos que morressem, jamais poderiam sair.
Capítulo 44 – Você Deve Voltar (1)
Mas mandar alguém ser espião na casa de um estranho, e ainda por cima... um escravo leal, pequeno e que não tem medo da morte?
Ye Li pensou por um momento e de repente riu alto:
— Muito bem! Você realmente merece ser filha do seu pai! Você cuida bem de mim! Fique tranquila, já que a senhora te feriu, eu definitivamente vou me levantar e buscar justiça para você!
Ye Mu não falou nada, com os olhos fixos nos lençóis. Só depois de ela tocar no assunto dos tesouros Ye Li se lembrou que devia defendê-la. Nisso... ela não sabia o que dizer.
Mas Ye Li não percebeu seus pensamentos, só sentia que quanto mais olhava para eles, melhor seu humor ficava. Ele encarou Mo Linyuan e perguntou:
— Mas esse garoto é muito esperto... você acha que ele vai obedecer suas palavras? Ou melhor, seguir suas ordens? Afinal, a residência do Oficial Liu não é um bom lugar para um escravo. Principalmente para ele.
E se o sujeito não quisesse ir e tivesse alguma intenção oculta no caminho? Ye Li coçou a barba, sentindo um pouco de hesitação.
Mo Linyuan não demonstrou nada pela desconfiança de Ye Li, seus olhos estavam apenas voltados para Ye Mu, esperando sua próxima palavra.
Ye Mu falou confiante:
— Você também viu. Ele é extremamente dedicado a mim e não tem medo de morrer. Então eu garanto com minha vida que ele será confiável! Mesmo se o soltarmos da residência, não haverá problema algum!
Ye Li só relaxou depois de ouvir Ye Mu. É verdade, ele lembrou que esse garoto tinha ousado ameaçá-lo descaradamente só por causa de Ye Mu. Uma criança ardilosa — era óbvio que ele conseguiria sair vivo! Realmente uma boa escolha como o "homem morto" da filha dele!
— Certo! Vou agora mesmo rejeitar o pedido dele. Mu’er, descanse bem. Ainda tem alguns convidados importantes no salão principal. Vou sair primeiro.
Antes de sair, Ye Mu decidiu aumentar a culpa que ele sentia por ela. Então, com a cabeça levemente inclinada para baixo, sussurrou:
— Pai... o senhor tem que vir visitar Mu’er com frequência...
Quando Ye Li ouviu a voz fraca e pequenina dela, seu coração se apertou. Ao mesmo tempo, seu ódio por Wen Ru cresceu ainda mais. Ele decidiu que daria uma boa lição nela depois.
— Fique tranquila. Enquanto eu estiver aqui, ninguém mais vai ousar te machucar nesta mansão do general!
Quando Ye Mu finalmente disse isso, soltou um longo suspiro de alívio:
— Obrigada, pai.
Depois disso, ela observou Ye Li partir.
Quando Ye Li saiu, a criada entrou trazendo o remédio. Ye Mu até poderia argumentar que era apenas um ferimento superficial e que tomar o remédio não faria muita diferença, mas se conteve. Apenas tomou todo o tônico em um gole só.
Na verdade, era para acalmar Mo Linyuan, que estava preocupado sentado ao lado da cama.
— Ainda dói? — Mo Linyuan perguntou baixinho. Ye Li já havia tratado os ferimentos dela com o remédio exclusivo concedido pelo palácio, mas, com a gravidade dos ferimentos, Mo Linyuan achava impossível que ela melhorasse tão rápido, por melhor que fosse o remédio.
— Melhorou muito... — ela respondeu, tentando tranquilizá-lo. Se não estivesse melhor, não teria acordado tão rápido e ouvido a conversa entre ele e Ye Li.
— Quando eu disse que queria te mandar para a residência do Oficial Liu, por que você não reclamou? — Ye Mu o olhou, intrigada.
Ele serviu um copo de água, ficando em silêncio na sala e deixando que ela lavasse o gosto amargo do remédio na boca.
— Por quê? — Seus olhos estavam calmos, as sobrancelhas em forma de fênix suaves. — Sei que você não vai me fazer mal, isso já basta.
Com essa resposta despreocupada, a expressão de Ye Mu ficou difícil.
— Não vou conseguir fazer muito a respeito. A residência Ye é fortemente vigiada, fácil de entrar, mas difícil de sair — quanto mais para alguém sem poder como eu. Até a esposa principal que governa o harém não pode sair à vontade. — Ela fez uma pausa e expirou. — Por isso, quero usar essa chance para você escapar. Sair do país de Yue e voltar para o seu próprio!
Mo Linyuan ficou completamente surpreso. O sorriso sumiu do rosto, e sua voz tremia um pouco:
— Por que você quer que eu vá embora?
Ye Mu deitou de bruços e falou, irritada:
— Não... não tem um motivo definitivo... só acho que é muito perigoso para você, como príncipe herdeiro de outro país, ficar nesta residência traiçoeira. Principalmente porque eu não posso te proteger — ainda sou muito jovem! Então, quando você dominar todos os Sutras do Coração Supremo, tem que sair imediatamente.
Capítulo 45 – Você Deve Voltar (2)
Ela o olhou e disse firmemente:
— Não se preocupe! Eu vou te procurar no futuro!
Era uma era em que o poder era o fator decisivo supremo e a vida humana valia menos que a grama. Se ela fosse deixada sozinha, o país de Yue rapidamente se tornaria um lugar muito perigoso, e o iminente declínio da Família Ye tornava tudo ainda mais sombrio para ela.
Seria melhor para Mo Linyuan voltar para o país dos Mo, para evitar que ambos caíssem em perigo, mas ela não poderia protegê-lo nessa jornada.
Mais importante, de acordo com o enredo, quando Mo Linyuan completasse dez anos, ele teria forjado sua morte para deixar a residência Ye e retornar à sua terra natal, justamente para evitar o caos no país de Yue.
Ele logo faria dez anos, então era hora de voltar.
Ao ouvir que Ye Mu disse que iria procurá-lo no futuro, o Qi frio de Mo Linyuan dissipou-se um pouco...
— E você? Por que não vem comigo?
Ye Mu balançou a cabeça:
— Eu sei muitos segredos de Ye Li. Se eu fosse também, ele me perseguiria até o fim do mundo. Você é diferente, ele acha que você é deficiente e analfabeto. Mesmo que você fuja, ele não vai te perseguir com muito perigo. E embora irritado, ele não vai me punir por sua causa...
Ao ouvir seus motivos para recusar sair, Mo Linyuan apenas balançou a cabeça teimosamente.
— Então eu também não vou.
— Por quê? — Ye Mu levantou a cabeça para olhar seu rosto claramente.
Ele na verdade não queria perder essa boa oportunidade de sair. Por quê? Ele não queria voltar e resolver as coisas no seu país? pensou Ye Mu.
— Se eu sair, toda a confiança que você construiu aqui na casa de Ye Li será destruída. Além disso, com o fiasco de hoje, a esposa principal vai te cobiçar com mais rancor do que antes — vai ser ainda mais difícil para você depois que eu fugir. — explicou.
Isso porque foi ideia de Ye Mu enviá-lo embora. Se ele fugisse, Ye Li ficaria preocupado com vazamento de informações e descontaria a raiva nela. Mesmo que ela não sentisse assim, Ye Li já sabia que ele era leal a Ye Mu; ele não teria conseguido fugir se ela não tivesse garantido sua liberdade.
Ye Mu, por outro lado, se importava pouco com essas coisas e rebateu:
— Tudo bem, eu sei como me proteger. Além disso, ainda tenho Xiaolang!
Ao ouvir isso, a decisão dele de não partir ficou ainda mais firme.
— Essa é a sua chance! Sua identidade é especial, e eu não posso deixar você vagar em perigo assim tão facilmente. Se você for embora, também será muito mais fácil para mim, então não precisa se preocupar comigo.
Mo Linyuan franziu os lábios.
Ye Mu continuou:
— Além disso, você é o príncipe herdeiro do país Mo, e agora a Imperatriz tomou o controle do país Mo. Você precisa voltar e recuperar tudo o que é seu; seu lugar não é aqui, não no país de Yue. Para ser sincera... o país de Yue logo vai mergulhar no caos.
Mo Linyuan de repente sorriu. Um sorriso que parecia cheio de autoironia.
— Como você tem tanta certeza de que vou voltar vivo? Mesmo no caminho para o país Mo, desgraças podem acontecer.
— Nada vai acontecer! — Ye Mu disse confiante — Porque você é Mo Linyuan! Você vai vencer com certeza!
As palavras de Ye Mu, cheias de certeza, mexeram com a mente de Mo Linyuan. Porque ele era Mo Linyuan... então tudo iria conspirar a seu favor? Por que ninguém nunca lhe dissera isso antes?
Seus lábios se apertaram numa linha fina e ele ficou em silêncio.
Após o anoitecer, não havia luz no quarto. Suas silhuetas banhadas em luz tênue — a leve curva do canto dos olhos dele, assim como seu olhar profundo, eram como uma pintura, misteriosa e fascinante. Essa cena ficou profundamente marcada na mente de Ye Mu.
Ela de repente sentiu seu coração bater um pouco mais rápido, especialmente quando Mo Linyuan não falou — sério, o que havia para pensar? Não era melhor voltar?
Quando ela ficou sem saber o que fazer diante do olhar dele, ele de repente estendeu a mão e a cobriu com o cobertor fino.
Ele disse lentamente:
— Se é isso que você quer, eu farei.
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