Capítulos 311 a 315

Capítulo 311: Ben Jun não é o mais atraente?

Quando ela volta a si, percebe que Di Ming Jue a trouxe até uma mesa.

E que um pincel foi enfiado em suas mãos.

Muyan fica paralisada, sem saber o que fazer com aquilo.

Um sorriso malicioso surge nos olhos de Di Ming Jue:

— Você não queria pintar o Ben Jun?

Muyan olha para o rosto dele, tão belo sob a luz da vela que nem parece coisa de mortal, e depois volta o olhar para o pincel na mão.

Ela não consegue evitar engolir em seco.

Pintar o homem diante de seus olhos, meio nu, sendo ele mais bonito do que um vilão?

ó de imaginar, ela já sentia o nariz esquentar um pouco.

— O quê? Muyan pode pintar outros homens, mas tem medo de pintar o Ben Jun? Diga, Muyan, será que você tem segundas intenções?

— Isso... não é que eu tenha medo! — Muyan range os dentes, com as pernas bambas, fingindo coragem: — Então eu vou pintar!

— Desde que você não se arrependa depois!

Se ela consegue desenhar um homem tão encantadoramente belo numa pintura, por que se arrepender?

Pintar, claro que vai pintar!

Quem não pintaria numa situação dessas é tolo demais!

Um sorriso rápido cruza os olhos de Di Ming Jue:

— Se é para Muyan ver, como Ben Jun poderia se arrepender?

Dizendo isso, ele abre os braços mais uma vez.

Ele tem uma expressão que diz “faça o que quiser”, esperando que Muyan venha e o desveste.

Muyan morde o lábio inferior, os olhos brilhando como água sob a luz da vela.

Parece haver um fogo queimando dentro dela, o calor escaldando as cavidades de suas palmas.

Por alguma razão, ela, que não teme nem o Céu nem a Terra... na verdade quer recuar.

Mas o homem exibe um sorriso que não é bem um sorriso, como se a provocasse com o olhar.

Muyan aperta o peito e, decidida, estende a mão para agarrar a parte da frente das roupas dele.

Sendo invadido, o homem não liga, enquanto ela fica bastante constrangida.

A peça externa se solta.

O peito limpo e os músculos abdominais do homem ficam totalmente expostos.

Sob a luz da vela, parecem cobertos por uma camada tentadora de mel.

Os olhos de Muyan se iluminam de repente, até mesmo um pouco hipnotizados pelo corpo do homem à sua frente.

Ontem, Di Ming Jue também havia tirado metade das roupas, tentando fazê-la pintar.

Mas, naquele momento, ela estava completamente ocupada demais, corando de vergonha e sem saber onde colocar o olhar.

Então só conseguiu captar vagamente os músculos perfeitos do homem e aquelas linhas sensuais que fluíam pelo corpo.

Agora, com um olhar claro e sem distrações, uma chama parece arder em sua alma.

O homem diante de seus olhos é um verdadeiro malfeitor!

Tão deslumbrante ao extremo que poderia enlouquecer qualquer um sob o céu.

Muyan acredita que, se esse homem for usado como modelo para uma pintura, inevitavelmente resultará na obra de arte mais extraordinária do mundo.

A garota está quase ao alcance de Di Ming Jue, então ele naturalmente percebe o fascínio nos olhos dela.

Ele não consegue evitar sentir-se feliz, mas ao mesmo tempo indignado.

Feliz por realmente ser atraente o bastante.

Aquelas mulheres do Continente Xiuxian que choraram e gritaram querendo se casar com ele — não estavam mentindo.

Essa pequena mulher à sua frente, a boca pode estar sempre desafiadora, mas o corpo é honesto.

Ainda assim, ele se sente indignado.

Ela olha para o corpo dele com pura fascinação e admiração.

Não há nem um pingo daquela timidez ou desejo típico de uma mulher.

Ela está mesmo tratando ele como um cenário para uma pintura!

Mas...

Ela está apenas maravilhada e fascinada, e daí?

Um dia virá em que ele transformará a fascinação nos olhos dessa pequena mulher em uma obsessão que só o tenha.

Di Ming Jue estende a mão, levantando delicadamente o queixo alva e delicado de Muyan.

Seus olhos repousam sobre aqueles lábios vermelhos e sedutores:

— E então? O corpo do Ben Jun está do seu agrado?

Muyan acena repetidas vezes, os olhos passeando pelo corpo dele e brilhando intensamente.

Di Ming Jue se inclina mais perto, baixando a voz:

— Me diga, o Ben Jun não é o mais bonito?

Muyan acena novamente.

— Mais bonito que o Ying Mei?

Acena, acena!

— Mais bonito que seus guardas?


Capítulo 312: Cobrir metade do rosto com um alaúde*

* Referência a uma história em que uma mulher esconde metade do rosto com o pipa (alaúde) que toca, para esconder seus verdadeiros sentimentos; timidez.

— Mais bonito que seus guardas?

— Sem dúvida!

— Mais bonito que o verdadeiro pai do Xiao Bao?

Muyan fica surpresa. Sua expressão volta a ficar sóbria e calma.

Di Ming Jue percebe como ela recupera a compostura ao mencionar o pai do Xiao Bao.

Se quiser, posso continuar com a conversa tensa que se segue ou explorar os pensamentos de Muyan nesse momento.

É nítido o quanto o pai do Xiao Bao influencia ela.

Um certo Jun Shang só consegue rosnar de raiva, rangendo os dentes.

Ele captura a mãozinha de Muyan e a pressiona sobre seu cinto:

— Por que não continua?

O olhar de Muyan cai sobre sua própria mão, e seus dedos não conseguem evitar tremores.

Por causa dessa leve vibração, sua palma sente os músculos lisos, flexíveis e fortes por baixo.

É uma sensação muito agradável, que faz seu nariz esquentar.

— Não! Não precisa! Isso já é o suficiente!

Se ela continuasse a despir ele, sentiria que se transformaria numa loba, pronta para atacar esse malfeitor diante dela.

— “Isso já é suficiente?” — Di Ming Jue arqueia as sobrancelhas insatisfeito — “Mas lembro que quando Muyan pintava aqueles outros homens, não estavam todos nus?”

Muyan força um riso:

— “Como pode mencionar o senhor Jun Shang no mesmo nível daqueles homens comuns? Mesmo que eles estivessem todos nus, não chegariam nem perto do Jun Shang, mesmo quando ele cobre metade do rosto com um alaúde! Você não acha o mesmo?”

A expressão de Di Ming Jue escurece.

Que história é essa de “cobrir metade do rosto com um alaúde”? Ele é mulher?

No fim das contas, essa pequena mulher está elogiando ele ou não?

Mas ele vê o rosto de Muyan ficar tão vermelho que parece que água vai escorrer.

Seus olhos vão para o teto, depois para o chão, sem coragem de encarar os dele.

O humor de Di Ming Jue melhora um pouco.

Ele solta a mão de Muyan e encosta casualmente metade do corpo no sofá. Segura uma taça de vinho na mão e dá um leve gole.

O homem à sua frente claramente mantém uma expressão fria e distante, os olhos sem qualquer traço de emoção.

Mas cada centímetro do seu corpo, cada célula, exala uma sensualidade e um charme incomparáveis.

Muyan se recompõe e, animada, começa a procurar algo que pareça uma gaze preta, uma peça externa semi-transparente. Ela a lança frouxamente sobre Di Ming Jue.

O peito e os músculos abdominais perfeitos ainda ficam claramente à mostra.

A peça semi-transparente não cobre nada; pelo contrário, o charme malicioso e a arrogância do homem ficam ainda mais evidentes.

Os olhos de Muyan brilham de espanto.

Todos os pensamentos dispersos em sua mente desaparecem sem deixar vestígios.

Ela pega o pincel e começa a pintar no papel.

Durante todo o tempo, Muyan mantém uma expressão extremamente concentrada.

Nem a fome no estômago, nem a boca seca rachando os lábios, nem o cansaço que deixava sua pele pálida — nada consegue desviá-la do foco.

Alguns fios de cabelo caem dos dois lados das têmporas, emoldurando e contrastando com suas feições pálidas.

Nem um sinal de desgaste, ao contrário, sua pele branca como a neve brilha intensamente, como uma preciosa jade sob a luz do luar.

Essa Muyan tão focada, sem sua habitual preguiça e travessura, exala uma beleza que flutua entre o puro e o sedutor.

Só de olhar para ela assim, o sangue de qualquer um acelera — é irresistível.

Di Ming Jue toma um gole leve do vinho.

Pouco a pouco, seus olhos azul-gelo começam a arder com uma chama vermelha.

É, de fato, um desejo e uma ânsia extremas.

Olhando para a mulher amada, parece que uma fera está prestes a romper a jaula.

Nesse instante, não muito longe dele, a garota larga o pincel e um sorriso aliviado surge em seu rosto.

Suas feições claras e delicadas brilham como uma lua cheia, sua beleza é sufocante.

Parece que Di Ming Jue não aguenta mais.

De repente, ele se levanta e, num piscar de olhos, já está bem diante de Muyan.

Muyan alonga o pulso um pouco dolorido, soltando um suspiro satisfeito e elogiando:

— Di Ming Jue, esta pode ser a melhor obra da minha vida... mmph—!!


Capítulo 313: Quer o Xiao Bao~

Ela ainda não terminou a frase quando seus lábios secos são subitamente bloqueados.

O homem usa seu hálito quente e seu aroma único para roubar sua respiração e invadir seus lábios.

Eles compartilham recursos escassos, mas ele não consegue se afastar nem por um instante!

Jun Muyan, você está destinada a ser minha!

No fim do beijo, a respiração de Muyan está ofegante e ela se

Entre dentes cerrados, — O que você está fazendo?

A voz de Di Ming Jue está rouca — Pagamento pela pintura.

Muyan: “...” Quem te disse que a pintura deveria ser paga assim?

Ela tenta se debater, mas percebe que o homem que a segura não afrouxa o aperto.

Muyan franze a testa e empurra o peito dele, tentando se soltar.

— Para de se debater! — A voz de Di Ming Jue é grave e indecente.

Ele agarra o pulso delicado de Muyan, lentamente o conduz para baixo e o pressiona contra algo duro e quente.

No começo, Muyan fica atônita, sem reação.

De repente, seu rosto fica vermelho como se estivesse pegando fogo.

Mesmo agindo com calma, na essência, ela mal entende qualquer coisa sobre as relações entre um homem e uma mulher.

Sua única experiência anterior foi um tipo de sofrimento doloroso, agonizante e prolongado, como uma tortura.

Isso a faz querer esquecer completamente.

Nos dias normais, ela até consegue ser audaciosa, e sua boca pode soltar algumas palavras para flertar com Di Ming Jue.

Mas quando tudo realmente chega ao ápice, só resta pânico e desamparo.

A ponto de a memória dolorosa e insuportável invadir sua mente, deixando sua pele pálida.

Di Ming Jue suspira suavemente.

Solta sua mão e a pressiona contra seu peito.

Sua voz profunda e grave traz um tom de indulgência e um toque de impotência, enquanto diz baixinho:

— Muyan, o que eu vou fazer com você?

No fim das contas, o que devo fazer para que você esqueça aquele homem já morto e aceite meus sentimentos?

Ao soltar a mulher em seus braços, Di Ming Jue não demora.

Ele se vira e sai rapidamente.

Não pode ficar mais um segundo naquele quarto!

Se esperar mais, tem medo de perder o controle com essa pequena mulher que aperta seu coração.

Só que ele quer Muyan.

Muyan do jeito que ela é, inteira e completa.

Seja o corpo, o coração ou o nome — tudo deveria pertencer a Di Ming Jue.

Para que esse dia chegue mais rápido, ele pode aguentar! Ele pode esperar!

Claro, o preço por aguentar isso é se jogar direto na água fria por um tempo.

Então, ele sai do pátio e vai para a Drogaria Junji.

……

Dentro do quarto, Muyan pega o retrato acabado do homem sobre a mesa, com uma expressão um pouco ausente.

No fim, ela guarda a pintura e entra no espaço.

Depois de vagar por bastante tempo, Muyan ainda não sabe onde esconder essa pintura.

Por fim, tira um livro qualquer e coloca a pintura entre as páginas.

Fecha o livro com um estrondo!

O que fica escondido, considera-se limpo.

Ao se deitar na cama e fechar os olhos, Muyan parece ainda ouvir um homem murmurando em seu ouvido:

— Muyan, o que eu vou fazer com você?

A noite vai se aprofundando aos poucos.

No quintal fora do quarto, sobre o silencioso campo de ervas medicinais, uma brisa sopra suavemente.

De repente, o solo em certo ponto do campo estremece um pouco.

Logo em seguida, um broto azul-claro surge lentamente, em uma velocidade visível a olho nu.

===

No primeiro dia sem ver Xiao Bao, ela já sente saudade.

No segundo dia sem vê-lo, a saudade aumenta, e ela sente mais falta ainda.

No terceiro dia, a saudade se intensifica ainda mais, cada vez maior.

Muyan mexe delicadamente a mingau de sementes de lótus e lírio com uma colher.

Há poucos dias, esses alimentos saborosos ainda estimulavam seu apetite — mas agora, ela perdeu completamente o interesse.

Embora saiba que é um preço justo, embora saiba que Di Ming Jue está certo —

inda assim, Muyan só consegue sentir seu bom humor minguar após tanto tempo sem ver seu bebê.

Todo o seu coração e mente estão preenchidos pela imagem fria e encantadora do rostinho do seu pequeno.


Capítulo 314: Broto

No entanto, a Flor Espiritual Nuvem Escura não dá sinais de germinação.

Ontem, ela praticamente esgotou todos os recursos, mas ainda não encontrou solução.

Hoje, o que mais poderia fazer?

Se não conseguir fazer essa Flor Espiritual crescer a partir da semente, será que nunca mais verá seu bebê?

Enquanto desanimada baixa a cabeça, alguém de repente abre a porta com força.

Han Ye entra correndo, gritando:

— Senhorita Jun, Senhorita Jun, você... venha rápido, tem que ver isso lá fora!

— Ver o quê? — Muyan levanta os olhos sem interesse e lhe lança um olhar.

O que haveria para ver e sair correndo? Mesmo que Di Ming Jue estivesse lá fora, pelado, dançando de forma provocante, ela ainda assim...

Ah, se é assim, ela vai sim sair para dar uma olhada!

— É a Flor Espiritual! A Flor Espiritual Nuvem Escura! — Han Ye ofega de tanta empolgação, mal conseguindo articular direito as palavras — Senhorita Jun, a Flor Espiritual Nuvem Escura... ela... ela brotou!

— O quê?!! — Muyan pula da cadeira.

Ela fica olhando sem reação por um bom tempo, até que de repente volta a si. O que Han Ye acabou de dizer?

A Flor Espiritual Nuvem Escura brotou?! Será mesmo?

Quando claramente ontem não havia nem o menor sinal?

……

No campo verde de ervas medicinais, aquele broto azul-claro chama tanta atenção, é tão bonito.

Mesmo nesse calor escaldante do início do verão,

O caule e as folhas azuis parecem uma escultura de gelo.

Sob a luz do sol, dá para ver até as vinhas por dentro, como raízes retorcidas e articulações entrelaçadas.

— Que coisa linda! — Han Ye se aproxima por trás de Muyan, não conseguindo conter um suspiro de admiração — A Flor Espiritual Nuvem Escura é realmente assim.

É preciso lembrar que, dentro dos Três Reinos, ninguém conseguiu cultivar a Flor Espiritual Nuvem Escura por milênios.

Mesmo com tantas preciosidades no Mundo Xiuxian, Han Ye jamais viu essa Flor Espiritual antes.

Ninguém consegue cultivá-la há milhares de anos!

E, ainda assim, a Senhorita Jun conseguiu fazer sua semente germinar!

Han Ye olha para Muyan, e seu olhar só pode estar repleto de veneração.

Mas Muyan está levemente franzindo a testa.

Isso porque, apesar da Flor Espiritual Nuvem Escura ter brotado, Muyan percebe que pequenas — quase imperceptíveis — manchas negras surgiram no broto.

Ao sondar e examinar com sua Energia Misteriosa, ela sente que essas pequenas manchas negras estão consumindo a força vital da muda da Flor Espiritual.

E ela não sabe se é só uma ilusão sua —

pois Muyan acha que essas manchas negras parecem estar crescendo cada vez mais.

Depois de esperar um quarto de hora, ela finalmente se confirma.

Não é apenas uma ilusão: as manchas negras realmente estão devorando a vitalidade do jovem broto.

Se ela ignorar isso, em cerca de meio dia essa mudazinha murchará e morrerá.

Segundo o que está escrito naquele registro antigo em seu espaço, nesses últimos milhares de anos, não é que ninguém tenha conseguido germinar a Flor Espiritual Nuvem Escura de fato.

De fato, mesmo que a Flor Espiritual consiga germinar, ela logo murcha.

Simplesmente não consegue sustentar seu crescimento, o suficiente para florescer.

Se Muyan não fizer nada, seus passos só poderão acompanhar o rastro dessas pessoas.

Após refletir por um momento, ela tira novamente três sementes e as enterra sob a terra.

O Tian Mo Qin surge do nada. A figura de Muyan se vira, suas roupas brancas esvoaçam, e ela senta-se de pernas cruzadas ao lado do campo de ervas.

Han Ye queria dizer que o chão é frio e sujo, como a Senhorita Jun pode se sentar ali.

No entanto, o som melodioso do Qin já começa a tocar.

Sob a luz do sol, as feições da garota parecem tão concentradas que ofuscam os olhos, fazendo Han Ye engolir todas as palavras que queria dizer.

le sente que, naquele exato momento, Muyan está imponente e etérea, nobre e graciosa — uma presença que ninguém ousaria perturbar, ninguém ousaria profanar.

Han Ye engole silenciosamente as palavras que queria dizer e se afasta para o canto.

O som do qin sobe em espirais conforme se espalha pelo ambiente.


Capítulo 315: Demais

Parado ao lado, Han Ye e os guardas vestidos de preto não sentem nada especial.

Mas as flores, plantas e árvores de todo o pátio parecem enlouquecidas, fazendo seu melhor para crescer, balançando-se de excitação.

Então, todos no pátio testemunham uma cena mágica.

No curto espaço de oito horas, eles veem a passagem da primavera, verão, outono e inverno naquele pátio — a grandiosa visão das quatro estações.

Até Ying Mei, que originalmente estava cultivando amargamente em seu quarto, é atraído para fora.

Isso porque a planta verde que deveria ter murchado em seu quarto inesperadamente resplandece com vitalidade novamente, chegando até a florescer.

Ao redor do pátio, todos prendem a respiração.
Até Ying Mei e Han Ye, esse par vindo do Continente Xiuxian, acostumados a presenciar o mundo, ficam boquiabertos e sem palavras diante daquela cena.
Sem falar dos guardas vestidos de preto, nativos do Continente Yanwu.
O olhar de cada pessoa voltado para Muyan está cheio de admiração e reverência.

Com o passar do tempo, três mudas azuis lentamente brotam no único pedaço de terra que permaneceu calmo.
E na planta que antes estava sendo corroída pelas manchas negras,
essas manchas silenciosamente recuam do caule e das folhas.
Sua cor azul pálida transforma-se gradualmente em um azul límpido, como o céu.
Sob a luz do sol, as pequenas plantas irradiam um brilho radiante, nada mais belo poderia ser imaginado.

Ting dong–! Ding–!

O som do qin vai diminuindo lentamente, até finalmente parecer desaparecer no horizonte distante.
A testa de Muyan já está coberta por finas gotas de suor, sua compleição está visivelmente pálida e abatida.
No entanto, aqueles seus olhos de flor de pêssego, lânguidos e indiferentes, lançam uma luz brilhante e animada.
Isso porque ela já está convencida. A habilidade “Crescimento Luxuriante” do Músico Shen não só estimula o crescimento das plantas, como também pode fazer a Flor Espiritual Nuvem Negra crescer, algo que não acontecia há milhares de anos.

Pelo que se vê hoje, desde que ela toque essa melodia para esses quatro brotos por oito horas todos os dias,
ela muito possivelmente poderá presenciar um momento milagroso.
Claro, o mais importante é que, quando a Flor Espiritual florescer, ela poderá ver seu bebê.

Muyan solta um suspiro lento, mas ainda sente seu corpo à beira do colapso pela exaustão.
Ela se recompõe com calma, e mais uma vez posiciona os dedos sobre as cordas do qin.

A melodia é suave e delicada, como uma peça musical que soa clara e reconfortante.
A habilidade “Recuperação do Eco” é ativada.
Em um piscar de olhos, Muyan sente uma força interna abundante, macia e rica, jorrando sem cessar de seu Mar de Qi.

Além de Han Ye e Ying Mei —
os outros guardas vestidos de preto, um por um, mostram expressões fascinadas.
É como se uma energia estimulasse sua Força Interna, permeando seus corpos, lavando sua carne e meridianos repetidas vezes.
Essa sensação é extremamente profunda e intoxicante.

Quando a música termina, todos os guardas ainda querem continuar.
O modo como olham para Muyan está repleto de intensidade e desejo.
Essa garota diante deles é a Feiticeira da Medicina, famosa em toda a Cidade Tianyuan.
Do ponto de vista deles, originalmente achavam que essa tal Feiticeira era alguém com reputação indevida.
Assim como aquela tal Qian Qing, que parecia divina, mas ninguém levava a sério.
Mas ao experimentar de verdade os métodos de Muyan hoje, e sentir pessoalmente os benefícios trazidos pelo som do guqin —
só então perceberam o quanto estavam enganados.
A Feiticeira Jun Muyan realmente merece ser a mulher que seu Mestre admira.
Realmente magnífica! Extremamente extraordinária!
……
Muyan espreguiça o corpo e se levanta; o Tian Mo Qin desaparece entre seus dedos.
Sob o efeito da Recuperação do Eco, a Força Interna que ela consumiu foi reposta em 70 a 80%.

Sua tez pálida também recuperou a cor rosada.

 

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