💔 Cap. 62 Parte 1 – Mentira (I)

 

Quem era o caçador e quem era a presa? O que deveria ter sido uma emboscada de morte certa se tornou, com a colaboração de Yun Fuyi e do Gabinete do Magistrado, uma armadilha cuidadosamente orquestrada para atrair os assassinos diretamente para um beco sem saída.

Dezenas de assassinos de elite foram mortos, feridos ou capturados. No entanto, a cidade permaneceu em paz, com o povo comum completamente alheio, sem nada que os perturbasse ou assustasse.

“A situação lá fora não está clara—não podemos descartar a possibilidade de que haja quaisquer remanescentes dos assassinos. Comandante Wang, por favor, continue guardando a mansão. Yun Junzhu e Lin Xianzhu devem permanecer aqui por enquanto”, disse o Magistrado, curvando-se para o Comandante Wang. “Confiarei a segurança delas ao senhor.”

O Comandante Wang concordou imediatamente e até pediu a seus homens que ajudassem os homens do Magistrado a remover os corpos dos assassinos.

“Yun Junzhu, Lin Xianzhu,” preocupado que as duas jovens pudessem estar assustadas, o Magistrado falou com muita gentileza, “Após receber sua mensagem, despachei imediatamente um relatório urgente para o palácio de Changyang. Sua Majestade já deve ter sido informado.”

“Não precisa se preocupar, Tio. Nós duas estamos bem.” Fuyi sabia que o Gabinete do Magistrado estaria ocupado pelo resto da noite e não queria tomar mais do seu tempo. “Por favor, vá cuidar de seus deveres—nós nos viraremos.”

“Tudo bem. Se algo acontecer, chamem-me imediatamente.” O Magistrado lhes deu mais alguns lembretes antes de se apressar em sair.

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Os guardas e a equipe da antiga Mansão Li Wang logo iniciaram uma limpeza, rapidamente devolvendo a residência ao seu estado original. Sob o luar claro, o mordomo-chefe levou as duas garotas ao pátio de hóspedes. Lin Xiaowu puxou a manga de Fuyi e perguntou: “Fuyi, nós vamos mesmo ficar aqui esta noite?”

“Sim.” Fuyi abriu a porta e a empurrou para a cama. “Durma tranquila. Eu estou aqui. Não tenha medo.”

Depois de um dia inteiro de compras e uma perseguição aterrorizante, Lin Xiaowu já estava lutando para manter os olhos abertos. Com Fuyi a acalmando, ela rapidamente adormeceu.

Observando o rosto tranquilo de sua amiga, Fuyi a cobriu com o cobertor e disse à camareira noturna: “Se Lin Xianzhu acordar assustada esta noite, chame-me imediatamente.”

“Sim, Junzhu.” A garota se ajoelhou respeitosamente. “Por favor, fique tranquila—esta serva cuidará bem da Xianzhu.”

“Eu a deixo com você.” Fuyi removeu o saquinho de sua cintura e distribuiu gorjetas para a camareira e outros funcionários do pátio de hóspedes.

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Ao entrar em seu quarto, ela percebeu que não estava nem um pouco sonolenta. Sentou-se à mesa de pedra sob o luar.

“Junzhu, a senhorita tem alguma ordem?” O mordomo-chefe se apressou ao vê-la ainda acordada. “O quarto está desconfortável de alguma forma?”

“O quarto está bem. É que não consigo dormir por enquanto.” Vendo o quão cuidadoso ele era, Fuyi acrescentou: “Vá descansar. Eu não preciso de nada.”

Mas o mordomo certamente não ousava. A mulher à sua frente era a amada do príncipe herdeiro. A residência estava vazia há mais de dois anos, e aqueles que ficaram para trás não esperavam muito—mas agora que uma convidada tão alta e nobre havia chegado, quem não queria causar uma boa impressão?

“Se Junzhu não consegue dormir, gostaria que este velho servo a acompanhasse em uma caminhada pela propriedade?”

Fuyi já havia visitado a antiga Mansão Li Wang uma vez antes, mas naquela vez o príncipe herdeiro a havia acompanhado para tocar música, então ela não havia dado uma boa olhada ao redor.

“Isso é permitido?”

“Há alguns meses, Sua Alteza Imperial nos instruiu: se Yun Junzhu alguma vez visitar, tratem-na como um membro da família. Não há lugar na residência onde a senhorita não possa ir.” O eunuco sorriu lisonjeiramente. “Seria uma honra se a senhorita quisesse apreciar a paisagem.”

“Então, eu a incomodarei.”

“De modo algum, de modo algum.” Radiante, o mordomo imediatamente ordenou que lanternas e chá fossem trazidos. Ele e vários atendentes seguiram Fuyi como estrelas cercando a lua, cada um se esforçando para servi-la com a máxima atenção.

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Enquanto Fuyi passeava pela antiga Mansão Li Wang sob o luar, incapaz de dormir, o relatório de emergência do Magistrado já havia chegado à mesa do imperador.

Ao ouvir que havia notícias urgentes da capital, o imperador correu para o estudo com o cabelo ainda despenteado, mal vestido pela metade, e pegou o relatório selado dos guardas.

Após lê-lo, sua expressão ficou séria. Ele se virou para Zhang Fu. “Vá convocar o príncipe herdeiro—”

“Pai.” Sui Tingheng entrou. “Ouvi dizer que houve uma emergência na capital—o que aconteceu?”

O imperador entregou-lhe a missiva. Depois de lê-la, ele disse: “Pai Imperador, seu filho deseja retornar à capital imediatamente.”

“Vá,” disse o imperador, sabendo que não poderia deter seu filho. Com um suspiro, ele acrescentou: “Leve homens suficientes. Sua segurança é fundamental.”

“Obrigado, Pai Imperador.” Sui Tingheng curvou-se profundamente, depois se virou e deixou o Salão Yuanhe às pressas.

Seu cavalo já estava preparado. Ele saltou para a sela e estalou o chicote. Os guardas atrás dele se esforçaram para acompanhar, mal conseguindo igualar sua velocidade.

O que deveria ter levado mais de duas horas a todo galope, Sui Tingheng completou em apenas uma hora e meia.

“Quem vai lá? Os portões da cidade estão fechados—proibida a entrada não autorizada!” Os guardas no topo do portão, vendo um grupo de cavaleiros em cavalos rápidos, armados e se aproximando velozmente, rapidamente levantaram seus arcos.

“Eu sou o Príncipe Herdeiro, retornando à capital sob ordem imperial.” Coberto de poeira, Sui Tingheng levantou o talismã de sua cintura e o manteve erguido.

A luz das tochas iluminou seu rosto. O comandante da guarnição da cidade, que já havia visto o príncipe antes, instantaneamente cambaleou e ordenou que os portões fossem abertos sem hesitação.

À medida que os portões se abriam com um rangido, Sui Tingheng jogou o talismã nos braços do comandante. “Sela os portões. Ninguém entra ou sai antes do amanhecer.”

O talismã, pesado e intrinsecamente gravado com um dragão imperial dourado, parecia queimar na palma do comandante. É claro que ele não ousou questionar a ordem do príncipe e rapidamente gritou para que os portões fossem novamente trancados, preparando-se para uma longa vigília noturna.

“Capitão, o que está acontecendo?” um guarda curioso sussurrou, olhando para o passe dourado. “Eu vi o Gabinete do Magistrado enviar muitos homens para revistar a cidade, também.”

“Cuide da sua vida se quiser manter sua cabeça no pescoço.” O comandante enfiou o talismã de ouro em suas vestes como se fosse uma brasa quente.

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Mansão Li Wang.

Fuyi mais uma vez entrou no pátio onde ela e Sui Tingheng haviam tocado música juntos. Olhando para cima, ela percebeu que o luar desta noite estava ainda mais brilhante do que estava naquela época.

“Junzhu, este pátio é onde o príncipe herdeiro costumava residir,” explicou o mordomo. Fuyi notou uma luz vinda de um dos quartos e perguntou, intrigada: “Tem alguém hospedado naquele quarto?”

“Nenhum servo ousaria ocupar os quartos de Sua Alteza Real,” o mordomo respondeu rapidamente, com medo que ela entendesse mal. “Mas aquele quarto tem tido uma luz acesa todas as noites, sem exceção.”

As sobrancelhas de Fuyi se contraíram. Ela se lembrava claramente—na primeira vez que visitou a Mansão Li Wang, aquele quarto estava escuro.

“Sempre acesa?”

“Nem sempre… apenas desde três anos e meio atrás.”

‘Três anos e meio?’ Fuyi ponderou em silêncio. Naquela época, Sui Tingheng era apenas um neto imperial negligenciado… e isso foi na época em que ela havia caído de um penhasco.