Capítulo 111 – Uma Guerra Surgindo (2)
Neste momento crítico, Ye Li havia abandonado seus antigos companheiros e os substituído por essas pessoas. Já dava para ver o quanto Ye Li confiava e valorizava esse grupo.
— General, essa é sua filha pródiga? Tão jovem! A calma dela em meio ao caos é realmente extraordinária!
Um velho general com uma cicatriz no rosto, que estava ao lado de Ye Li, interrompeu. Ele encarava Ye Li à vontade, mas Ye Li não demonstrou o menor sinal de querer repreendê-lo.
Em vez disso, riu alto e disse:
— Exato, ela é minha filha favorita. Com certeza uma garota fora do comum!
Todos riram em coro com o elogio do pai para a filha. Com a lealdade que tinham por Ye Li, naturalmente demonstravam grande preocupação por Ye Mu. Essa mudança rápida de afeto fez Ye Mu se sentir em transe, despertando uma lembrança antiga; parecia que ela conseguia ver seus antigos companheiros antes de cruzar para este mundo.
No entanto, quando Ye Li estava dentro do tesouro, matando seus próprios aliados sem pestanejar, como essas pessoas ainda podiam confiar tanto nele?
Será que eles não conheciam a verdadeira natureza de Ye Li ou... ele teria feito algo por eles?
Ye Mu não resistiu e levantou a cabeça para perguntar a Ye Li:
— Pai, eles são seus antigos subordinados? Por que eu nunca os vi antes?
Ye Li tocou sua cabeça enquanto um brilho profundo passava por seus olhos.
— Você não os viu antes porque eram reprimidos pelo governo imperial. Viviam uma vida pior do que a dos porcos e cães e eu não tive escolha a não ser escondê-los por enquanto.
As palavras de Ye Li silenciaram o ambiente. Muitas pessoas ficaram emocionadas e encheram-se de gratidão por ele.
— Quando eles estavam comigo, foram comigo recuperar terras ocupadas pelo país Chu e ainda expandiram o território. Quem diria que, depois da guerra, o imperador, que prometera riquezas e glória, na verdade voltaria atrás!
— Além de mim, havia dois generais na época. Eram honestos demais — vendo que não conseguiam reivindicar os benefícios merecidos, disseram algo em revolta e foram mortos pelo imperador, acusados de “motivos ocultos”. Eu fui o único que sobreviveu, sendo cuidadoso e submisso...
Ao revelar isso, seus olhos ficaram profundos e sua voz triste, como se falasse de um passado que preferia não lembrar... Suas palavras lançaram Ye Mu em uma turbulência interna.
Será que ela nunca o conheceu de verdade? Ye Li não era mesmo uma pessoa cautelosa e implacável? Ou tudo era uma fachada, e sua cautela e crueldade serviam para proteger secretamente aqueles que ele queria?
Essa... era a verdade?
Ye Li ergueu a cabeça e lançou seu olhar sério sobre toda a arena.
— Mu’er, aqui há muita gente. Todos eles lutaram no campo de batalha e banharam-se em sangue! Por isso, muitos não têm lar e perderam a saúde. Com o tempo, não receberam as recompensas que mereciam. Em vez disso, foram escravizados e oprimidos sem fim!
Com voz ainda mais triste, continuou:
— O covarde imperador temia que a influência desses guerreiros se tornasse grande demais e ameaçasse seu posto, então valorizou os estudiosos do país e oprimia os guerreiros. Muitos soldados foram rejeitados pela sociedade e morreram uma vida miserável! Nem mesmo tinham comida suficiente, quanto mais a glória que mereciam pelos sacrifícios!
— Quando aqueles do topo usufruem das terras conquistadas sem mover um dedo, passando o tempo inteiro bebendo e desperdiçando as riquezas do povo, é justo que aqueles que lutaram com seu sangue, lágrimas e suor vivam suas vidas sem roupas adequadas e com fome?
— Injusto! E por ser injusto, naturalmente deve surgir alguém dessa opressão para defender a justiça!
Ye Li usou sua energia interna para transmitir sua voz. À medida que falava mais alto e rápido, as últimas palavras elevaram o ânimo de todos!
— A partir de hoje, nós, os guerreiros, não somos mais pessoas inferiores! Depois que eu capturar o país Yue, os artistas marciais substituirão esses nojentos oficiais da corte! Desde quando os estudiosos foram os únicos a governar este país? Por que um artista marcial não poderia? Se não nos derem o que merecemos, vamos arrancar das mãos corruptas deles!
Suas palavras, carregadas de justiça, encheram de ânimo o público presente.
Capítulo 112 – A Virada para o Artista Marcial (1)
De repente, as pessoas na praça gritaram fervorosamente:
— ¡Recuperar de volta!
O grito se transformou em um clamor sem fim, enquanto erguiam as mãos em direção a Ye Li.
Logo depois, o som ominoso dos tambores e gongos ecoou no horizonte, e isso fez os cantos da boca de Ye Li se curvarem em um sorriso satisfeito.
Ele protegeu Ye Mu atrás de si e declarou em voz alta:
— Os céus estão acima e a terra abaixo. Eu, Ye Li, e meus irmãos fazemos este juramento: pelo sucesso desta dinastia, para que a riqueza deste país seja dada ao povo comum, vamos garantir uma vitória rápida! Iremos juntos para o submundo; irmãos nesta vida e irmãos nas próximas vidas que virão!
Depois de falar, Ye Li pegou o vinho de sangue que estava ao lado e o espalhou por todo o altar.
Isso fez com que os veteranos soldados no palco erguessem seus cálices também.
— Pela prosperidade do povo comum e do país — nós iremos juntos para o submundo. Juro morrer pelo general!
Após dizer isso, todos beberam solenemente o vinho de sangue num único gole.
O som dos tambores e gongos no horizonte se intensificou, enquanto os soldados abaixo do palco erguiam suas espadas e gritavam:
— Morrer pelo general! Mesmo que a morte nos leve, será glorioso!
Naquele momento, mesmo com a mente firme, Ye Li não pôde deixar de se sentir emocionado. Logo depois, um veterano ao seu lado entregou-lhe uma longa haste com uma bandeira vibrante em ambas as mãos.
— General, a hora auspiciosa chegou! A bandeira do sacrifício!
Nota: Esta é uma prática supersticiosa na antiga China, onde se oferece um sacrifício aos deuses para obter suas bênçãos.
Ao ouvir isso, Ye Li riu alto e recebeu a bandeira. Com sua força interior, fincou firmemente a ponta da bandeira na placa de jade branco sob seus pés. Então ergueu a cabeça e bradou:
— A alma militar nasceu!
Depois de falar, acenou com a mão e a bandeira preta e vermelha foi levantada bem alto. Acima da bandeira, dois grandes caracteres negros brilhavam — Ye Eterno. E, ao esvoaçar com o vento, todos se ajoelharam!
— Viva o general! Viva a dinastia Ye Eterna!
A multidão vestida de preto ajoelhou-se como uma onda. Todos abriram as palmas das mãos com suas próprias adagas. O sangue pingou na terra, naquele lugar onde já arriscaram a vida e derramaram seu sangue. Uma vontade pulsante se reunia naquele povo.
As palavras “Viva a dinastia Ye Eterna” ecoavam ainda mais forte e impressionantes!
Enquanto Ye Mu observava como espectadora, sentia seu sangue de soldado ferver diante da força da vontade coletiva. Aqueles indivíduos realmente morreriam pela vontade de Ye Li. Por isso, com apenas um grito, a intenção de matar deles subiu até os céus!
Mas, aos seus olhos, esse Ye atual, mesmo tão justo, não apagava sua personalidade nefasta do passado; ainda era muito suspeito. Diante de um guerreiro vivo prestes a entrar em batalha, ela não pôde evitar puxar Ye Li pelo braço.
— Pai, vocês vão atacar o palácio hoje? Mas a situação ainda está incerta, não é precipitado tomar essa decisão?
Ye Mu ainda era uma criança, então sua voz foi baixa e só Ye Li, que estava mais próximo, ouviu. Ao perceber isso, ele lançou-lhe um olhar severo, sem sequer ponderar suas palavras, e deu a ordem:
— O sacrifício da bandeira foi um sucesso! Abram os portões e cerquem a cidade!
Com seu comando, os velhos generais ao redor recuaram primeiro, seguindo a rota previamente combinada, avançando em quatro direções diferentes em direção ao palácio.
O esquadrão negro parecia um fluxo interminável de sangue, jorrando no coração do inimigo.
Ye Mu ficou ainda mais inquieta! Vendo que Ye Li estava prestes a partir, ela avançou e o agarrou pela segunda vez, desta vez com mais força.
— Pai, o Príncipe Zhao ainda não foi capturado; as intenções do Segundo Príncipe também são suspeitas. Estes são problemas! Se o senhor realmente quer usurpar o trono, não deveria ser tão apressado para alcançar a vitória!
Capítulo 113 – A Virada para o Guerreiro (2)
Ye Li encarou-a com um olhar levemente hostil. — Preciso mesmo de uma criança como você para me ensinar? Esperei por este dia por tantos anos! Além disso, a coisa mais importante numa guerra é não hesitar. Hoje, nosso exército derrotou facilmente o exército do Príncipe Zhao — nosso ímpeto está no auge! Se não agirmos agora, até quando vamos esperar?!
Sendo uma soldado em sua vida passada, ela realmente não queria ver seu corpo espalhado pelo chão por causa do julgamento errado de Ye Li. Já que o Príncipe Zhao havia perdido, bastava esperar mais alguns dias para confirmar que nada estava acontecendo por trás dos panos, como armadilhas inesperadas, antes de garantir a vitória.
Se ele já esperou tanto tempo, por que não podia esperar só mais esse dia?!
— Pai, mesmo que você não pense por si mesmo, deve pensar por aqueles que acreditam em você! Numa batalha entre exércitos, o menor erro pode causar grandes perdas. Será que...
— Chega! — Ye Li franziu a testa. — Zhang Yuan!
— Seu subordinado está aqui.
— Leve a jovem senhorita para a propriedade do general.
— Sim, senhor!
— Pai, você vai me ouvir? — Ye Mu implorou.
Ela queria a vitória de Ye Li desde o começo, e não esperava que ele perdesse por causa dessa decisão precipitada. Mas sua ordem repentina de atacar a cidade era realmente estranha.
Por quê?
— Ye Mu! — Ye Li a interrompeu friamente. No telhado, a última equipe esperava seu comando; ele não tinha muito tempo.
Sua mão grande agarrou a pequena mão de Ye Mu, que segurava seu braço. Ele abaixou a cabeça e falou em tom baixo:
— Na verdade, antes de te trazer de volta hoje, eu estava muito hesitante.
Ye Mu olhou para ele confusa.
— Quando o Segundo Príncipe fez o acordo comigo, disse que precisava de garantias. Por isso, queria que você ficasse no palácio como refém. Ele temia que eu o esmagasse nessa parceria e queria uma segurança.
O rosto de Ye Mu ficou pálido, mas continuou segurando firme seu braço.
— Mas, se eu quero vencer desta vez, o Segundo Príncipe não deve continuar vivo. Se alguém com outro sobrenome quiser governar, todo o tribunal imperial precisará ser purgado! Então, no meu plano, você já estava destinada a ser uma vítima. No momento em que eu atacasse o Segundo Príncipe, ele certamente usaria você como refém, mas acreditaria que eu não te salvaria.
Ye Mu encarou Ye Li com olhos arregalados, ainda segurando seu braço.
— Por que está me dizendo tudo isso...
Ele já a havia resgatado, então por que sentia que precisava contar que quase a desistiu?
— Porque nunca fui um bom pai.
Ao dizer isso, Ye Li suavizou o tom. — Desta vez, não estou lutando por uma causa qualquer — estou lutando por uma mudança para as próximas gerações! O Príncipe Zhao, o Segundo Príncipe e seus aliados têm ideais diferentes dos meus. Isso faz deles todos meus inimigos!
Embora haja chance de vitória, também existe a possibilidade de fracasso. Mas ontem à noite — e pensei nisso a noite inteira — não me lembro da última vez que hesitei em dar uma ordem. Mas ontem, hesitei por sua causa.
Se eu não tivesse sido movido por ideias extremas, como teria vivido até hoje? Tive chance de ser como outros pais, com os filhos no colo, olhando-os com afeto? Não tive. Por isso gastei meus recursos e enviei pessoas ao palácio para te resgatar. Se eu vencer esta batalha, você será minha princesa!
E se eu perder... trate isso como um pai que nada fez por você, mas que ao menos tentou no fim.
Depois de falar, soltou os dedos de Ye Mu devagar e a empurrou para os braços de Zhang Yuan.
Olhou para ela como se ainda esperasse que dissesse algo. Nos olhos de Ye Mu, aquela foi a expressão mais crua que já viu nele. Mas, no fim, ele não disse nada.
Virou-se e deu a ordem:
— Vamos!
— Sim, general! — responderam em coro.
Só quando o último grupo da tropa negra partiu, Ye Mu percebeu que seus olhos já estavam vermelhos sem que ela notasse.
Então, naquela manhã, quando ouviu passos apressados no palácio, não eram os guardas imperiais se preparando para a guerra, mas as tropas de Ye Li que ele enviou para buscá-la?
Capítulo 114 – Isto é Guerra (1)
Segundo o acordo, assim que Ye Li a arrancasse do palácio, isso equivaleria a trair o Segundo Príncipe. Será que Ye Li, cujo interesse próprio sempre vinha em primeiro lugar, faria algo assim que não lhe trouxesse benefício algum?
Mas o pensamento de Ye Mu foi interrompido quando Zhang Yuan disse:
— Senhorita, vamos voltar para a residência. O general já tem o mapa do exército imperial e o decorou completamente. Pode ficar tranquila que não haverá problemas. Mesmo que o Segundo Príncipe queira se unir ao exército imperial, com o Imperador ainda vivo e o mapa com o general, o exército não obedecerá às suas ordens — mesmo que ele seja da família real.
As chances de vitória são tão altas assim?
Mesmo que reforços dos países vizinhos tentassem chegar, levariam dias para alcançar o Reino Yue. Portanto, Ye Li realmente conta com o maior número de tropas... embora o exército imperial e as forças do Segundo Príncipe juntas também sejam consideráveis.
Se unissem forças, o resultado da batalha seria difícil de prever... mas muito sangue provavelmente seria derramado.
Isso significava que rios de sangue correriam no momento em que a luta começasse, destino à parte. E no fim, o desfecho dessa guerra cruel dependeria da vontade do céu.
Sob o céu nublado, Ye Mu olhou para as tropas que se afastavam cada vez mais e perguntou:
— Zhang Yuan, quando você veio me salvar hoje, o que aconteceu?
Zhang Yuan lembrou-se do estado miserável em que estava naquela manhã ao resgatar Ye Mu e seus olhos ficaram um pouco opacos.
— Se não fosse pela inteligência do general, não teríamos conseguido encontrar a senhorita no labirinto do palácio, tão bem vigiado pelo exército imperial. Mas mesmo assim, perdemos mais de cem dos nossos guerreiros... ele se importa muito com a segurança da senhorita.
As palavras de Zhang Yuan abalaram um pouco o coração de Ye Mu.
Uma grande batalha estava por vir, e Ye Li realmente havia trocado a vida de mais de cem pessoas pela dela.
Seria verdade que ele temia que ela estivesse em perigo dentro do palácio?
Mas o que a assustou de verdade foi saber que mais de vinte artistas marciais internos a protegiam dentro do palácio. Isso significava que o Segundo Príncipe não a via como refém.
Para alguém na posição baixa de filha de concubina, Ye Mu não conseguia acreditar que o Segundo Príncipe faria todo esse escândalo e mandaria tantos especialistas protegê-la...
Isso só poderia significar uma coisa: quem realmente queria mantê-la ali era Mo Linyuan!
E quanto ao motivo do Segundo Príncipe ouvir Mo Linyuan, só podia ser porque eles já estavam aliados há muito tempo.
A história estava se repetindo conforme o enredo do livro!
Quanto mais Ye Mu pensava, mais sentia que enxergava as coisas com clareza dessa vez, mas, no fim, quanto mais entendia, mais irônica achava a situação.
Ela foi realmente tola. Só porque Mo Linyuan arriscou roubar o mapa do exército imperial para Ye Li, ela acreditou que ele seria o vencedor dessa batalha.
Mas Mo Linyuan não a havia enganado totalmente. Sua ligação com Yan Xu não era segredo para ela — ele apenas escolheu contar pedaços da verdade. Ela deveria ter percebido isso há muito tempo, mas abriu os olhos tarde demais.
Se tudo seguia o roteiro do livro, Ye Li perderia essa batalha; havia grande chance de o mapa do exército imperial entregue por Mo Linyuan ser falso.
Outra coisa era que... Ye Li não esqueceu de “resgatá-la” antes da grande guerra.
Não importava como pensasse, apesar de ser uma pessoa tão cruel, ela queria salvar a vida de Ye Li.
Será que já é tarde demais?
Flocos de neve começaram a cair lentamente do céu novamente. O vento de inverno parecia extremamente frio — tão frio que congelava os pensamentos.
Capítulo 115 – Isto é Guerra (2)
Quatro horas depois…
— Reportando, General! O número de tropas na parte oeste da cidade ultrapassou em muito o estimado!
— Reportando, General! A formação defensiva do exército imperial no leste da cidade não é a formação de bestas de cerco como consta!
— Reportando, General! O Imperador já morreu, e antes de falecer entregou o comando do exército imperial ao Quinto Príncipe, Qi Yan, que já se uniu ao Segundo Príncipe!
Só após o ataque Ye Li percebeu que a realidade diante dele era totalmente diferente das informações que possuía!
Como não entender isso claramente agora? O mapa do exército imperial era falso; a disposição das tropas no terreno não correspondia em nada ao que dizia o mapa. Além disso, o equipamento — armaduras e armas — também era uma farsa completa!
Ele rasgou o papel em sua mão com fúria.
— Maldição! Aquele escravo ousou mentir para mim!
A situação já estava extremamente desfavorável, mas Ye Li pensou rápido e ergueu a mão irritado.
— Continuem atacando a cidade! Não tenham medo! Mesmo que o exército imperial e o Segundo Príncipe estejam juntos, eles têm apenas 20 mil soldados na cidade. Nós somos mais numerosos!
Ye Li deu a ordem furioso, e logo mudou a tática anterior com a maior rapidez.
Apesar de terem sido pegos de surpresa pelo exército imperial, com a mudança de estratégia os dois lados logo ficaram em equilíbrio. Porém, o exército de Ye Li avançava com mais fúria em direção ao Palácio Imperial.
Nesse momento, uma pequena figura rompeu o campo de batalha caótico.
— Pai!
Os ouvidos de Ye Li se moveram com aquele som familiar. Ele virou a cabeça e viu Ye Mu ali.
Maldição! Onde está Zhang Yuan?!
Ye Mu teve que fazer muito esforço para se livrar de Zhang Yuan, por isso ele estava atrasado para persegui-la. Vendo Ye Li frear seu cavalo, ela correu até ele. Muitos soldados desviaram as lâminas que empunhavam ao avistá-la.
Ye Mu vestia um vestido vermelho. Em meio ao exército negro e às flocos de neve brancos, ela era a única cor naquele cenário brutal.
— O que você está fazendo aqui?! — Ye Li a encarou ferozmente. A perda inesperada de forças pouco antes parecia cravar facas em seu coração. Seu olhar carregava um ódio mortal para quem quer que o olhasse.
Ye Mu arfava e falou alto:
— Não ataquem mais! Agora que o exército imperial e o Segundo Príncipe estão unidos, como vocês podem continuar equilibrados contra eles?!
— Quem disse que não estamos? — Ye Li respondeu friamente. — Mesmo que tenha que abrir meu caminho com cadáveres até o palácio, vou massacrar todos no caminho! Equilibrados? Não, somos muito mais fortes! Volte e seja uma boa garota!
— Pai! — Ye Mu não esperava que a mente de Ye Li fosse tão obstinada. A situação era claramente desfavorável, então por que ele ainda arriscava sua vida tão irresponsavelmente?
— Pai, agora que o Príncipe Zhao desapareceu, se o Segundo Príncipe capturá-lo e o forçar a reunir tropas para lutar contra você, então você—
Antes que pudesse terminar, Ye Li repentinamente fez o cavalo frear e, montado, virou a lança ensanguentada, apontando-a diretamente no nariz de Ye Mu.
— Não volte!
Ye Mu ficou paralisada, parando no lugar.
Depois de invadir os muros do palácio, Ye Li, assim como todos, já estava ensandecido de tanto matar. Ele apontou a lança para Ye Mu, seus olhos cheios de frieza cortante!
— Quem sabe se você e aquele escravo não são do mesmo lado? A origem dele é desconhecida, e eu ainda não consegui descobrir sua identidade. Ele fingiu se submeter a mim, mas na verdade usou o mapa do exército imperial para me enganar! Você tem uma relação próxima com ele. Já sabia do plano? Planejou me prejudicar junto com ele? De quem você é espiã?!
Ye Mu ficou tensa diante da fúria crescente de Ye Li.
— Eu não!
— Não? — Ye Li zombou. — Você é mesmo minha filha? Ou deseja minha morte, como tantos outros? Agora que meu exército atacou o Palácio Imperial, quer que eu recue? Hahahaha! Será que tenho alguma saída? Ah, já entendi, você é uma traidora também!
— Não sou! Só quero manter você vivo, pode se acalmar?!
— Não é? Então me diga, o que aquele escravo está fazendo, ou você nem sabe?
Ao ouvir isso, o rosto de Ye Mu empalideceu instantaneamente! Embora não soubesse realmente, ela conhecia o rumo do enredo do livro.
Ye Li olhou para ela profundamente, uma expressão de desapontamento brilhou em seus olhos. Quando Ye Mu pensou que ele ficaria furioso e a mataria com a lança, ele retirou a arma.
— Cai fora! No campo de batalha, não há lugar para velhos, mulheres e crianças como você!
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