Capítulo 201 ao 205
Descendo a Montanha (1)
Mo Linyuan ficou ocupado depois de sua confissão, o que deixou Ye Mu aliviada. Ela acreditava que Mo Linyuan havia se declarado num impulso do momento. Mesmo tendo rejeitado sua confissão, provavelmente ele não a forçaria a nada. Afinal, ele era o imperador. Depois de lidar com os inimigos, teria tempo para interagir com outras mulheres e perceber que não estava realmente apaixonado por ela.
Ainda assim, Ye Mu continuou evitando Mo Linyuan. Nesse período, Mo Linyuan e o Primeiro-Ministro Wen pareciam ter se aproximado. Estava na hora de Ye Mu ir novamente ao Templo Tianshou. Dessa vez, ela enviou um mensageiro para informar Mo Linyuan sobre sua partida e saiu às escondidas, sem Wen Feng.
— Majestade, a Senhorita Ye foi ao Templo Tianshou.
O mensageiro imediatamente relatou que Ye Mu havia deixado o palácio. Mo Linyuan apenas assentiu com a notícia, mas seus olhos se estreitaram de repente.
Exceto pelo episódio em que Ye Mu assassinou a sangue-frio quinhentos assassinos, ela nunca havia perdido o controle, então Mo Linyuan não se preocupava muito com sua segurança. Mas, naquele momento, não conseguia parar de pensar no motivo de Ye Mu ser tão contra o casamento. Será que havia algo que eu não sei? Ye Mu sempre escondia sua dor para que ele não se preocupasse, e o Mestre Silencioso obedecia às palavras dela, então não contaria nada se algo estivesse errado. Parece que preciso continuar procurando médicos famosos para curá-la.
Ye Mu correu até o Templo Tianshou. Ao chegar, percebeu que aquele dia coincidira com a Convenção Anual do Dharma do templo. Prendeu a respiração e subiu a montanha em silêncio.
O Templo Tianshou estava especialmente movimentado. Muitas pessoas se ajoelhavam três vezes e faziam suas preces ao pé da montanha. O templo possuía doze salões, e onze estavam abertos naquele dia. Havia muitas pessoas orando dentro de cada salão. Embora vestissem roupas diferentes, todos recitavam o mesmo sutra com devoção.
Ye Mu achava que o som coletivo das recitações seria barulhento e irritante, mas se surpreendeu ao perceber que o ruído não era desagradável. Fossem pobres ou ricos, todos estavam sentados sobre tapetes de oração, recitando juntos. A cena era harmoniosa.
A dedicação sincera deles e a dignidade solene das estátuas dos bodisatvas fizeram Ye Mu compreender o quanto a religião era fascinante e cativante para as pessoas.
A fé é uma força de união poderosa, não importa a época.
Ye Mu ficou parada na entrada do templo, encantada com o cântico devoto, quando alguém tocou seu ombro.
— O que você está fazendo aqui?
Ye Mu se virou e viu o Mestre Silencioso usando um kasaya dourado, parado atrás dela.
Com receio de incomodar os que recitavam dentro dos salões, ela o puxou para um local mais silencioso. Observou-o de cima a baixo e soltou um assobio:
— Ainda bem que não tem muitas moças por aqui hoje, ou você já teria roubado os corações delas!
O Mestre Silencioso franziu levemente a testa.
— Pare de falar bobagens.
Ele a conduziu até um dos cômodos vazios do templo.
Ye Mu mostrou a língua e o seguiu. A luz do sol incidia sobre o kasaya dourado, envolvendo-o em um halo dourado. A veste fora presente do imperador, e combinava perfeitamente com ele.
Descendo a Montanha (2)
Ele sorria com o olhar límpido, os cantos dos lábios levemente curvados. Segurava um rosário de contas negras de Buda, e atrás dele se estendia uma floresta verdejante. Subiam degraus de jade.
Ye Mu disse seriamente:
— Eu acredito que uma pessoa começa a praticar o budismo desde o nascimento. Não é a mesma prática de recitar sutras todos os dias, mas ainda é uma forma de cultivo. As emoções e desejos de uma pessoa também são dádivas do céu. Os problemas e aflições que encontramos a cada dia são testes enviados pelo céu. Eu não acredito que apenas recitar sutras em um único lugar seja praticar o budismo. Por que as pessoas não olham ao redor e apreciam as belas paisagens? As montanhas verdejantes, os rios cristalinos? Por que não apreciam as belezas misteriosas do mundo?
Ela dobrou um dedo e continuou:
— Veja, se você se casar, terá praticado com sucesso o desejo pelo amor. Se conquistar riqueza, terá praticado o desejo pelo dinheiro. É preciso cultivar todos os desejos e vivenciar o mundo. Assim, não haverá arrependimentos quando for hora de partir.
O Mestre Silencioso desviou o olhar para além dela. O Templo Tianshou fora construído no topo da montanha, e dali ele conseguia ver tanto o telhado do décimo primeiro salão quanto o mundo que se estendia ao pé da montanha.
Depois de um longo silêncio, ele finalmente falou:
— No momento em que entrei no templo, deixei o mundo mundano para trás. Agora cultivo apenas meu coração, minha mente e meu caráter.
Ye Mu não compreendeu totalmente o que ele quis dizer, mas pôde sentir a profunda melancolia em seu tom.
Então, como se tivesse tido uma ideia repentina, seus olhos brilharam.
— É mesmo! Você não tem nada para fazer hoje, certo?
O Mestre Silencioso assentiu. Aquele era o dia em que os fiéis praticavam sozinhos, lendo o sutra no templo o dia todo. Suas áreas de descanso já estavam organizadas, então ele não tinha tarefas a cumprir.
Ye Mu sorriu levemente:
— Sendo assim, hoje eu vou te levar para se divertir!
— Se divertir?
— Isso mesmo! — Ye Mu arregaçou as mangas. — Você precisa experimentar tanto o cultivo dentro do templo quanto o cultivo no mundo secular. Dê a si mesmo um dia de “férias” cultivando no mundo!
O Mestre Silencioso sabia que deveria recusar, mas, quando Ye Mu começou a puxá-lo montanha abaixo, sua resistência desapareceu. Será que no fundo eu espero poder caminhar pelo mundo outra vez?
Ye Mu colocou um capuz na cabeça dele e o fez trocar para roupas comuns. Ela também se vestiu como plebeia. Os dois saíram escondidos pela porta dos fundos e começaram a descer juntos.
Enquanto desciam, o Mestre Silencioso começou a questionar:
— E se algum discípulo precisar de mim? E se houver um problema com algum fiel? E se…
Ye Mu o puxou com firmeza, interrompendo suas palavras.
— Relaxa. Eu garanto que os doze salões do Templo Tianshou não vão desmoronar em um único dia!
O Mestre Silencioso apertou os lábios e se calou, mas ainda estava inquieto. Continuou olhando para trás, em direção ao templo, até que este desapareceu completamente de vista.
Logo, porém, não teve mais tempo para pensar no templo, pois Ye Mu o instou a montar em um cavalo.
— Pra que isso? — perguntou ele.
O céu sabia que aquela era a primeira vez que o Mestre Silencioso montava. Os monges pregam compaixão e misericórdia, então como poderiam escravizar animais?
Ye Mu o ignorou. Aquele era o cavalo que ela usara para sair escondida. Sentou-se na frente e sorriu de forma travessa:
— Se você não segurar firme em mim, não me culpe se cair!
Ela tocou o cavalo com as pernas e gritou:
— Vamos!
— Ei! Espere!
O Mestre Silencioso não conseguiu dizer mais nada e, em vez disso, agarrou-se firmemente às roupas de Ye Mu para não cair.
Antes, ele sempre descia a montanha a pé. Cada vez que o fazia, era para praticar dana ou oferecer tratamento médico gratuito aos pobres. Aquela era a primeira vez que descia para se divertir.
O cavalo parecia gostar de provocá-lo. Ao notar o nervosismo com que ele se segurava, começou a correr cada vez mais rápido.
Ser Uma Pessoa Comum Por Um Dia (1)
O cavalo estava claramente excitado demais, saltando e disparando pela estrada. O Chapéu de palha do Mestre Silencioso caiu e ele quis voltar para buscá-lo. No entanto, Ye Mu não concordou. Afinal, ela achava um desperdício cobrir um rosto tão bonito. Quanto à cabeça careca dele, depois ela daria um jeito de arrumar um pano para cobrir.
Depois de um tempo, eles pararam numa aldeia.
Ela não teve escolha a não ser parar porque o Mestre Silencioso ameaçou que, se não voltassem para pegar o chapéu de palha, ele pularia do cavalo. Ele não queria andar por aí vestido daquele jeito sem um chapéu de palha. Ye Mu, impotente, parou numa pequena aldeia e o levou às escondidas até o pátio onde as pessoas penduravam roupas para secar.
— O que está fazendo? — o Mestre Silencioso perguntou, com uma expressão séria e correta.
— Shhh! — Ye Mu mandou ele ficar quieto e, num movimento rápido como um raio, roubou um pedaço de pano e saiu correndo! Pelo tamanho, o pano provavelmente seria usado para fazer roupa de criança. Ao ver Ye Mu roubar algo, o Mestre Silencioso se apressou em mandá-la devolver.
Ye Mu se recusou! Pegou o tecido azul e enrolou na cabeça dele:
— Assim, ninguém vai saber que você é careca!
— Isso é absurdo! — O Mestre Silencioso arrancou o pano da cabeça e disse: — Se você não devolver, eu devolvo!
Ele se virou para voltar ao pátio, mas foi puxado de volta por Ye Mu. Embora ela não pudesse usar sua força interna, ainda era fisicamente muito mais forte do que um monge. Quando percebeu que seria arrastado por Ye Mu, o Mestre Silencioso começou a gritar:
— Tem alguém aí? Alguém roubou...!
Antes que ele pudesse terminar, Ye Mu tapou a boca dele com a mão. Com um pouco de força, arrastou-o rapidamente para longe! Ao ouvir o barulho, a família saiu e viu que um pano tinha desaparecido. Imediatamente correram atrás do ladrão!
Depois de roubar o pano, Ye Mu puxou o Mestre Silencioso para correr junto com ela. No início, ele queria que ela parasse e devolvesse o pano, mas, ao ver a dona de casa furiosa correndo atrás deles, percebeu que, se fossem pegos, suas reputações estariam arruinadas. Ele não se importava com a própria reputação, mas Ye Mu também a perderia.
Ye Mu notou que o Mestre Silencioso havia parado de resistir. Eles correram dois quilômetros até chegar ao cavalo. Subiram e fugiram dali.
Enquanto cavalgavam, o Mestre Silencioso a repreendeu várias vezes:
— Você não deveria ter roubado nada!
Mesmo sendo apenas um pequeno pedaço de pano, ainda assim era propriedade de um camponês comum.
Ye Mu, ofegante, respondeu:
— Quem foi que disse que não iria à cidade sem um chapéu de palha? Como eu ia encontrar um chapéu desses nessa montanha deserta? Não tive escolha a não ser roubar!
O Mestre Silencioso balançou a cabeça com firmeza ao ouvir a explicação:
— Não vou usar algo roubado. Devemos voltar e devolver.
Ye Mu parou o cavalo e olhou para ele:
— Vamos devolver depois. Se não for suficiente, deixamos uma compensação. Assim está bom?
Ela pegou o pano e amarrou de novo na cabeça dele. Uma pessoa bonita fica bem com qualquer coisa. O linho azul combinava perfeitamente com as roupas brancas e azuis que ele vestia. Eles estavam no meio da floresta, e a luz do sol passava por entre as folhas, caindo sobre o Mestre Silencioso. Mesmo sem o kasaya, ele ainda exalava pureza e santidade.
O Mestre Silencioso olhou para ela com uma expressão complicada.
Ele deveria recusar, mas o sorriso no olhar de Ye Mu o fez ficar calado. Pensou, com culpa: Tenho que devolver depois.
— Está bem bonito — disse Ye Mu, satisfeita, depois de amarrar o pano.
— Temos que devolver isso depois — ele insistiu.
Ye Mu não conseguiu evitar revirar os olhos. Segurou a mão dele, que estava prestes a tocar a cabeça, e perguntou num tom de brincadeira:
— Será que você consegue parar de agir como monge por um dia?
O Mestre Silencioso ficou em silêncio por um momento, enquanto Ye Mu continuava falando.
Ser Uma Pessoa Comum Por Um Dia (2)
— Contanto que você pare de ser monge por um dia, pode se tornar uma pessoa comum. E, quando se tornar uma pessoa comum, será natural cometer um erro.
Depois de um longo silêncio, ele finalmente abaixou a cabeça e disse:
— Eu... só vou aceitar.
Ele tentaria esquecer que aquela coisa em sua cabeça tinha sido roubada!
Ye Mu ficou satisfeita e o levou até a cidade.
O clima estava agradável, um ótimo dia para ir ao mercado. Eles amarraram os cavalos no estábulo e, como estavam com fome, aproveitaram para entrar num restaurante.
Naquele tempo, o cardápio ficava pendurado na parede. Em geral, não havia muitos pratos num restaurante pequeno, e eles mudavam a cada poucos dias.
— O que você quer comer? — perguntou Ye Mu.
Ele estava prestes a responder, mas Ye Mu o interrompeu:
— Ei, nada de pedir comida vegetariana. Não se esqueça, hoje você não é monge.
Mas ele também não podia comer carne!
Ele passou a olhá-la com os olhos bem abertos. Ye Mu achou graça daquela expressão. Pediu um prato vegetariano, um de carne, uma tigela de sopa e uma jarra de vinho.
— Coma um pouco. Se não comer carne, como seu corpo vai aguentar? — disse ela com um sorriso.
O vinho chegou primeiro. Ye Mu serviu um copo para si e outro para o Mestre Silencioso.
O couro cabeludo dele chegou a arrepiar. Depois de anos de abstinência, já tratava aquilo como veneno. Ye Mu insistiu para que ele bebesse algumas vezes, até que seu pequeno rosto perdeu o sorriso.
— Mestre, toda má experiência também é uma experiência. Se nunca sentir o que é se “contaminar”, como vai aprender a evitar isso no futuro?
Ela colocou o copo diante dele.
— Se beber, eu prometo que te poupo de comer carne depois!
O coração do Mestre Silencioso travava uma luta intensa. Comer carne seria o mesmo que tirar a vida de um ser vivo, mas vinho era feito de grãos...
Então, instintivamente, ele escolheu o vinho.
Os olhos de Ye Mu brilharam, e um sorriso travesso se espalhou em seu rosto.
— Vamos, beba. Este será o início da sua nova vida!
As palavras dela o tocaram. Cerrando os dentes, ele virou o copo de uma vez, mas assim que o vinho desceu pela garganta, quase cuspiu tudo, precisando engolir água sem parar para conter a ardência.
Nesse momento, Ye Mu, segurando o próprio copo, olhou para ele com um sorriso:
— Está bom?
Ela havia escolhido o vinho mais forte do lugar, encomendado especialmente para lidar com monges teimosos.
O Mestre Silencioso ficou sem palavras. Seu rosto de jade e os olhos já estavam um pouco vermelhos; suas sobrancelhas marcantes pareciam ainda mais cativantes. O olhar levemente turvo lhe dava um ar indescritivelmente sedutor. Não apenas Ye Mu ficou paralisada com sua aparência — até o cliente da mesa ao lado ficou.
O homem o encarou por um bom tempo. O Mestre Silencioso era alto e de uma beleza rara, até mais bonito que muitas mulheres, então não era de se estranhar que tivesse chamado a atenção.
Ainda mais agora, bêbado e com aquele ar indefeso. Seus olhos revelavam pureza e inocência, o que o tornava simplesmente irresistível.
A maçã-de-adão do homem subiu e desceu, até que ele não conseguiu mais se conter e se aproximou. Vestia roupas luxuosas e tinha dois brutamontes atrás de si. Sua posição claramente não era comum. Continuava fitando o Mestre Silencioso sem piscar.
— Posso me sentar aqui?
Antes que Ye Mu pudesse falar, o Mestre Silencioso respondeu rápido:
— Fique à vontade.
Ye Mu ergueu as sobrancelhas e não disse nada. O homem olhou com cobiça para o Mestre Silencioso e disse:
— Sou o filho mais velho da família Zhou. Acabei de voltar de uma viagem a negócios. Posso saber qual o sobrenome do irmão e onde está vivendo atualmente?
O Mestre Silencioso pousou os hashis, pronto para responder a verdade, mas Ye Mu o interrompeu de repente:
— Somos apenas pessoas comuns. Por que quer saber isso?
Zhou Xu então voltou a atenção para a garotinha que parecia ter uns dez anos. Seus olhos brilharam ainda mais.
— Vocês dois são irmãos?
Alguém Está Procurando Briga (1)
Ye Mu olhou para o Mestre Silencioso. Ele, supondo que o homem tivesse entendido tudo errado e, vendo que pareciam pessoas com quem não se podia mexer facilmente, respondeu educadamente:
— Agradecemos a oferta, mas não temos intenção de nos vender. Adeus.
Ele puxou Ye Mu, preparando-se para ir embora.
— Quer ir embora? — uma voz interrompeu.
Os dois foram barrados pelos criados da família Zhou. O Mestre Silencioso franziu o cenho e olhou para as costas de Zhou Xu.
— O que significa isso, Jovem Mestre Zhou? — perguntou.
Zhou Xu soltou uma risada baixa, virou-se e, semicerrando os olhos, disse:
— Nada demais. É que, na minha vida inteira, ninguém nunca recusou minha oferta. Irmãozinho, tem certeza de que quer me rejeitar?
O Mestre Silencioso empurrou Ye Mu para trás de si, protegendo-a. Agora tinha certeza de que aquilo não era um mal-entendido — Zhou Xu era um homem perigoso!
— O que você pretende fazer?
O sorriso de Zhou Xu se ampliou ao ver a tensão no rosto do Mestre Silencioso. As pessoas ao redor, percebendo que ele e seus capangas não eram gente com quem se devesse provocar, se afastaram rapidamente. Ninguém ousou ficar para assistir. O dono do restaurante, ao reconhecer quem era Zhou Xu, não teve coragem de chamar a guarda — apenas pôde rezar pela segurança dos dois.
— Parece que vocês não saem muito de casa, hein? — Zhou Xu riu ao notar o corpo rígido do Mestre Silencioso. — Acho que acertei. Se saísse mais com essa sua aparência, eu não teria a sorte de encontrar você.
O Mestre Silencioso estava cada vez mais confuso. O que minha aparência tem a ver com isso?
Zhou Xu se levantou e se aproximou, um passo de cada vez. Era alto, forte, meio palmo mais alto que o Mestre Silencioso, e exalava uma energia ameaçadora.
— Olhe para esse rosto... mais delicado e suave que o de uma mulher! E esses olhos... lindos. Ficam ainda mais sedutores quando você está irritado. Fico imaginando... como ficariam na cama.
O Mestre Silencioso ficou atônito com aquelas palavras. Segurou Ye Mu e recuou, sem entender por que aquele homem o olhava do mesmo jeito que um nobre galanteador encara uma jovem bonita. Mas eu sou homem!
O pobre e inocente jovem monge não sabia que havia pessoas com gostos... peculiares, que gostavam tanto de homens quanto de mulheres.
Ele abaixou a voz e sussurrou para Ye Mu:
— Esse homem é muito estranho. Corra, enquanto eu tento detê-lo!
Ye Mu o encarou com pena:
— Seu idiota! Ele quer é você, por que eu é que vou correr?!
Zhou Xu soltou uma risada calma:
— Vocês não vão conseguir fugir. Vamos! Levem-nos para minha propriedade. Nunca brinquei com um irmão e uma irmã juntos antes!
Os dois realmente não pareciam filhos de uma família rica e influente. Sem poder nem dinheiro, como poderiam enfrentá-lo?
Assim que ouviram a ordem, os dois capangas encurralaram Ye Mu e o Mestre Silencioso. Seus rostos mostravam tranquilidade — ambos eram praticantes de artes marciais, e enfrentar uma ou duas pessoas não representava ameaça alguma. Muito menos um garotinho e um homem bonito e aparentemente frágil.
O Mestre Silencioso recuou lentamente, advertindo com seriedade:
— Não se aproximem. Vocês não são páreo para mim!
— Ouviu isso, irmão? — um deles debochou. — Esse “garoto bonito” disse que a gente não é páreo para ele!
O outro soltou uma risada sombria:
— Parece que o bonitão só sabe se gabar. Quer apostar que eu consigo te matar com um único dedo?!
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