Capítulo 19: Nanzhu Bêbada, Ah Man Marcada


 Zhong Michu só havia sido convocada por Gu Fuyou duas vezes, ambas em momentos de perigo. Sempre cumpriu sua promessa: jamais usava o contrato para frivolidades. Por isso, ao ser invocada dessa vez, presumiu que Gu Fuyou estivesse em perigo.

No entanto, ao responder à convocação, deu por si em uma rua movimentada, com lanternas vermelhas penduradas bem alto, fitas coloridas tremulando ao vento e uma multidão de transeuntes. O cenário era excessivamente festivo.

Zhong Michu não viu Gu Fuyou em lugar algum e começou a procurá-la, até ouvir alguém chamando por ela de cima.

Ela ergueu o olhar e, talvez por causa do sorriso encantador de Gu Fuyou, a encontrou imediatamente entre a multidão, inclinada sobre a sacada.

Gu Fuyou vestia um deslumbrante vestido vermelho, os longos cabelos trançados repousando sobre os ombros, com um lírio preso atrás da orelha. Estava radiante, tão brilhante quanto o sol da manhã.

Então, Gu Fuyou tirou a flor da orelha e a lançou para baixo.

Zhong Michu, ainda confusa, pegou a flor no ar, sem compreender seu significado.

Logo em seguida, uma chuva de flores começou a cair do alto do edifício vermelho.

As mulheres lá em cima riam e conversavam alegremente, como se toda a alegria do mundo tivesse se reunido ali.

Gu Fuyou estava prestes a convidá-la para subir, quando Zhu Ruo comentou:

— Por que a Senhorita Zhong foi embora?

Gu Fuyou se inclinou para fora do parapeito e, de fato, viu Zhong Michu se afastando.

— Ela é tímida — observou.

Chamou-a duas vezes, sem resposta. Num momento de afobação, esqueceu-se do combinado entre elas e pegou novamente o talismã de invocação, chamando:

— Nanzhu Jun!

Dessa vez, com mais controle, invocou Zhong Michu diretamente para junto de si.

Zhong Michu, que estava caminhando, sentiu uma mudança repentina no ambiente. Deu mais dois passos naturalmente até perceber algo estranho, e então se virou abruptamente para encarar Gu Fuyou.

Gu Fuyou a saudou:

— Irmã Sênior Zhong.

Zhong Michu respondeu:

— Achei que você estivesse em perigo.

Seu tom parecia um pouco ríspido, provavelmente irritada.

Gu Fuyou estava prestes a explicar, quando Zhong Michu se aproximou, estendendo o lírio de volta com uma expressão séria:

— Aqui. Estou devolvendo isso.

Ocupada demais pensando que Zhong Michu estava brava, Gu Fuyou pegou a flor por reflexo, sem perceber de imediato o peso do gesto.

No entanto, Zhu Ruo e as outras, observadoras, entenderam a situação na hora. Alguém não conteve uma risada, e logo todas explodiram em gargalhadas.

Ao ouvir as risadas, Gu Fuyou finalmente se deu conta do significado daquilo. Olhou para a flor na mão, sentindo como se ela estivesse em chamas. Seu corpo inteiro esquentou, e o rosto ficou intensamente corado de vergonha.

Na antiguidade, homens e mulheres expressavam seus sentimentos com sutileza. As mulheres jogavam frutas das janelas para os homens que admiravam, e os homens jogavam flores para as mulheres que lhes agradavam.

Hoje em dia, esse costume evoluíra. Jogar uma flor, no geral, era apenas sinal de admiração.

O gesto de Gu Fuyou ao lançar a flor visava demonstrar admiração por Zhong Michu. As outras se juntaram, talvez pela beleza de Zhong Michu, talvez só por diversão.

Jogar uma flor, por si só, não era nada demais.

Mas Zhong Michu havia pegado somente a flor lançada por Gu Fuyou — e a devolveu. E Gu Fuyou realmente a recebeu de volta. Isso mudava tudo.

Na tradição antiga, esse ato era um símbolo de afeição mútua — e esse significado permanecia.

— Irmã Zhu, para de rir! Ela não sai muito, não conhece esses costumes! — protestou Gu Fuyou, desesperada.

Zhong Michu era uma moça educada, que não ficaria com algo que não lhe pertencia. Mesmo estando brava, devolveu a flor com educação, em vez de jogá-la de volta.

As outras mulheres riam tanto que mal conseguiam se conter. Zhu Ruo, limpando lágrimas de tanto rir, disse:

— Pode ser que ela não saiba, mas como você não sabia?

Mordendo o lábio, Gu Fuyou admitiu:

— Eu… eu não pensei nisso na hora!

Zhong Michu podia não conhecer o significado exato, mas percebia que havia algo relacionado à flor.

Ao ver sua expressão, Zhu Ruo, ainda rindo, disse:

— Talvez a Senhorita Zhong não saiba o que significa pegar e devolver uma flor. Permita-me explicar…

— AHHH!!! Irmã Zhu, por favor, não conta pra ela! Eu vou morrer de vergonha! — gritou Gu Fuyou.

Mas Zhu Ruo, que jamais desperdiçava uma chance de provocação, continuou:

— Veja bem, essa flor…

— Irmã Zhu, tenha piedade! Se você realmente contar, eu vou me jogar daqui e acabar com isso de uma vez! — Gu Fuyou ameaçou, num misto de desespero e drama.

— Pular não vai te matar — rebateu Zhu Ruo com um sorrisinho.

Lá dentro, a mesa já estava posta com comida e bebida. Gu Huaiyou saiu e anunciou:

— Já chega de brincadeira. O banquete está servido. Vamos convidar nossa estimada Irmã Sênior para se juntar a nós.

Gu Fuyou assentiu e, virando-se, puxou Zhong Michu gentilmente pela manga:

— Irmã Sênior Zhong, não fique brava. Elas só estavam brincando. Eu te chamei porque queria agradecer por ter me protegido tantas vezes em Xian Luo. O Irmão Liu também está aqui hoje, devemos todos comemorar juntos.

Antes que Zhong Michu pudesse responder, Liu Guizhen também saiu. Eles trocaram cumprimentos, e Liu Guizhen se curvou, dizendo:

— Parabéns por seu avanço, Irmã Sênior.

— Obrigada.

Ouvindo isso, o rosto de Gu Fuyou se iluminou de empolgação.

— Irmã Sênior Zhong, você avançou em sua cultivação?!

Assim que Zhong Michu apareceu, Gu Fuyou sentiu algo diferente nela e logo percebeu que Zhong havia avançado para o estágio intermediário do Núcleo Dourado.

E acertou em cheio: depois da viagem a Xian Luo, Zhong Michu de fato havia alcançado um novo nível.

— Foi graças ao tesouro raro que você me deu — disse Zhong Michu.

Ela o havia absorvido, e, ao longo do último mês, digeriu metade de seu poder, o que resultou no avanço para o estágio intermediário do Núcleo Dourado. Sua energia espiritual ainda estava se acumulando aos poucos.

— Nesse caso, temos mais um motivo pra comemorar. Você não pode ir embora — Gu Fuyou insistiu.

Com um puxão brincalhão na manga de Zhong Michu, levou-a para dentro e a fez se sentar.

No passado, Gu Fuyou era mais reservada perto de Zhong Michu, especialmente em situações de vida ou morte como na floresta nevada. Ela nunca ousaria testá-la abertamente. Mas agora, vendo Zhong Michu de outro jeito, esqueceu qualquer contenção.

As damas começaram a tocar pipa, e a música fluía como pérolas caindo sobre um prato de jade.

Zhu Ruo comentou:

— Eu sei que cultivadores se preocupam com impurezas nos alimentos. Todos os ingredientes aqui são plantas espirituais, benéficas para a cultivação.

Sentada ao lado de Zhong Michu, Gu Fuyou servia-a com dedicação.

— Irmã Sênior Zhong, experimente um pouco.

— Já abandonei o alimento — respondeu Zhong Michu.

— Eu sei, eu sei. Mas como dizem os sábios — há certos sabores da vida que precisam ser experimentados.

Si Miao, do lado, provocou entre risos:

— Aposto que esse “sábio” é você.

Gu Fuyou, jogando uma fruta nela com leveza, pegou uma fatia de broto de bambu e insistiu com Zhong Michu:

— Irmã Sênior Zhong, só prova. A cozinha do Pavilhão Yinxue é famosa em todo o mundo. Juro que você vai adorar e nunca mais vai esquecer o gosto. Prometo.

Após um momento de hesitação, Zhong Michu abriu a boca. Seus dentes alvos morderam o broto, e a língua o puxou para dentro.

Não foram as palavras doces de Gu Fuyou que a convenceram, mas algo que ela dissera antes:

“Há certos sabores da vida que precisam ser experimentados.”

Ninguém jamais havia falado com ela assim. Seus mestres sempre pregaram:

— Mantenha seu coração no Dao, elimine os desejos humanos. Você é uma imortal, não uma mortal.

Descartar desejos pessoais e perseguir o Grande Dao para se tornar uma imortal era importante, ou viver com alegria e liberdade, cultivando conforme o destino permitisse, seria melhor?

Na verdade, as duas ideias não se opunham. Seus mestres, valorizando seu talento e reconhecendo que seu destino era se tornar uma imortal, temiam que ela desperdiçasse esse potencial se se deixasse levar pelas paixões mundanas. Por isso, insistiam apenas na primeira via, mantendo-a focada exclusivamente na cultivação, longe das distrações do esplendor mundano.

Como raramente saía do Pico Gushen quando criança, e com o tempo passou a sair cada vez menos, ela acabara se tornando como um canário engaiolado.

Há muito já se esquecera do que realmente queria para si.

Mas, por algum motivo, depois que conheceu Gu Fuyou, começou aos poucos a se lembrar.

Gu Fuyou, com os hashis na mão, sorria de orelha a orelha, como se tivesse conquistado algo grandioso, irradiando uma expressão de realização.

O grupo comia e bebia, conversando alegremente. Na verdade, quem falava mais eram Gu Fuyou, Si Miao e Gu Huaiyou, com Liu Guizhen entrando ocasionalmente na conversa, enquanto Zhong Michu era a que menos falava.

Ao final da refeição, Gu Fuyou lembrou que ainda não havia acertado o preço dos comprimidos com Zhu Ruo. Puxou-a discretamente para o corredor para conversar.

Gu Fuyou disse:

— Irmã Zhu, os comprimidos desta vez são diferentes dos anteriores. Foram feitos com plantas espirituais raras, então a qualidade e eficácia aumentaram muito. Você sabe que, se vendêssemos esses elixires no Pavilhão Wanyao, eles valeriam muito mais. A gente só tá pedindo oitenta por cento do preço de mercado por causa da nossa amizade, e ainda assim você quer reduzir pela metade. Isso é injusto com a gente. Se a Si Miao não chorar, eu vou. Pelo menos aumenta trinta por cento aí.

Zhu Ruo suspirou, encostando o leque redondo na testa:

— Não é que eu não queira pagar um preço justo, mas estamos mesmo com dificuldades financeiras.

Gu Fuyou, percebendo um subentendido, perguntou:

— É a Seita Xu Ling de novo?

A Seita Xu Ling controlava Nanzhou, exigindo que todas as grandes cidades enviassem tributos anuais em grande quantidade de pedras espirituais. No entanto, muitos oficiais desviavam uma parte para si. Para manter o valor exigido e ainda encher os próprios bolsos, cobravam taxas extras do povo.

Olhando para o pavilhão iluminado e animado, Zhu Ruo suspirou:

— A Cidade Wantong tem aumentado sua cota de pedras espirituais a cada ano. Meu Pavilhão Yinxue pode até parecer glamoroso, mas desse jeito, quem sabe quanto tempo mais vai durar.

Franzindo o cenho, Gu Fuyou bufou com desdém ao ouvir aquilo, e então começou a contar a Zhu Ruo sobre os irmãos Xiao fora de Xian Luo. Quanto mais falava, mais furiosa ficava.

— O mundo da cultivação hoje não é mais como antes. Os dias de imperadores e governantes já se foram. No começo, ninguém era escravo de ninguém. Foram meios escusos que permitiram às Quatro Seitas Imortais dominar as regiões. Isso até seria tolerável, mas enquanto as outras três seitas ainda respeitam os virtuosos e mantêm certo senso moral, a Seita Xu Ling trata todo mundo como escravo, com regras opressoras e tirânicas. Eles realmente acham que são realeza.

Gu Fuyou resmungou:

— Mas como diz o ditado: “olhos frios observam o caranguejo” — vamos ver até onde essa tirania vai durar!

Zhu Ruo rapidamente cobriu a boca de Gu Fuyou com o leque, advertindo:

— Você não pode sair falando essas coisas! Ah Man, lembra: palavras são como fios com anzol — puxam problemas desde o início. Com a tensão entre a Cidade Xiaoyao e a Seita Xu Ling, se alguém com más intenções ouvir o que você disse e resolver fazer escândalo, ninguém sabe no que isso pode dar. Todo mundo abaixo deles está cheio de rancor, mas ninguém ousa falar contra a Seita Xu Ling porque eles são intocáveis.

Gu Fuyou franziu os lábios e murmurou:

— Em tempos como este, a gente nem pode falar o que pensa.

Zhu Ruo riu:

— Você não é qualquer uma. Tem que tomar cuidado com as palavras.

Vendo que o assunto era delicado, Gu Fuyou mudou de tópico:

— Irmã Zhu, considerando as circunstâncias, adicione só dez por cento ao preço dos comprimidos. Eu também te dou de presente um frasco de Pílulas de Rejuvenescimento, boas pra vitalidade e longevidade.

Zhu Ruo apenas sorriu em resposta. Mas Gu Fuyou, que não era de desistir fácil, insistiu em tom brincalhão:

— Irmã Zhu, vá lá, seja boazinha comigo. Se você não aumentar nem um pouquinho, eu e a Si Miao viemos até aqui à toa.

Zhu Ruo disse:

— Tá bem, tá bem, essa sua língua doce… Vou acrescentar dez por cento. E considere o banquete por minha conta.

Feliz, Gu Fuyou disse:

— Vou buscar as Pílulas de Rejuvenescimento pra você.

Ela voltou para dentro para pegar os comprimidos espirituais com Si Miao. Quando estava prestes a sair, sentiu que algo estava errado.

Lançando um olhar a Zhong Michu, percebeu que seus olhos estavam úmidos e o olhar, um tanto vago.

Gu Fuyou deu alguns passos à frente, e ao sentir o cheiro de álcool, exclamou:

— Como assim a Irmã Sênior Zhong ficou bêbada?

Ela sabia que Zhong Michu não bebia. Era sempre muito contida e, se perdesse a compostura por estar embriagada, ficaria extremamente constrangida ao recobrar a consciência. Por isso, Gu Fuyou só a havia convencido a tomar meia taça — não mais que isso.

Mas no curto período em que se ausentou, Zhong Michu já estava bêbada.

As quatro mulheres à mesa riam:

— A gente só convenceu ela a tomar duas taças, e a Senhorita Zhong não aguenta nada!

— Ai, ai, isso é ruim… — disse Gu Fuyou, preocupada. Não que temesse uma bronca de Zhong Michu quando ela recobrasse a consciência, mas porque, se algum ancião descobrisse a situação, a responsabilizariam por isso.

Uma delas riu:

— O que tem de ruim nisso? Beber e ficar bêbada é algo comum da vida.

Outra comentou:

— Sua irmã sênior não é nada do que você descreveu na carta. É tão obediente e delicada, nada fria. Uma graça.

Para elas, Zhong Michu parecia dócil porque estavam acostumadas a lidar com todo tipo de pessoa no Pavilhão Yinxue, mestres em persuasão como raposas experientes. Quem resistiria aos seus encantos?

Gu Fuyou respondeu com um sorriso:

— Parece que vocês também estão bêbadas.

Com o fim do banquete e Zhong Michu embriagada, todos começaram a se dispersar.

Gu Fuyou se despediu de Zhu Ruo e, apoiando Zhong Michu, montou no corvo de três patas de Si Miao. Junto com Gu Huaiyou e Liu Guizhen, voltaram para Xuan Miao.

Ao chegarem ao Pico Gushen — onde era proibido voar com espadas ou montarias espirituais —, Gu Fuyou teve de ajudar Zhong Michu a descer e subir a montanha a pé.

Zhong Michu, meio adormecida, mal abria os olhos.

Liu Guizhen se ofereceu:

— Deixa que eu levo a Irmã Sênior.

— Não, deixa que eu levo — Gu Fuyou respondeu —, ela não gosta que outras pessoas toquem nela.

Gu Fuyou a carregou nas costas e subiu a montanha. Zhong Michu era leve, e Gu Fuyou não teve dificuldade.

Si Miao e os outros dois a seguiam de perto. Dessa vez, estavam subindo pelo caminho da frente. O guarda reconheceu Gu Fuyou e, ao ver Zhong Michu atrás dela, não os impediu de entrar.

Gu Fuyou levou Zhong Michu até o pátio. Quando caminhavam pelo caminho de pedrinhas, uma mulher saiu da casa.

Ela usava o cabelo preso em um coque com um grampo de madeira, vestia uma túnica roxa e tinha um semblante sereno. Sua voz era suave:

— Michu?

Gu Fuyou não reconhecia a mulher, mas sabia que, além de Zhong Michu, havia outra pessoa morando ali que estivera em reclusão até então, por isso ainda não a tinha visto. Supôs que só podia ser ela.

Nem Gu Fuyou, nem Gu Huaiyou, nem Si Miao a reconheceram. No entanto, os olhos de Liu Guizhen brilharam por um instante. Limpando a garganta, deu um passo à frente, fez uma reverência e cumprimentou:

— Irmã Sênior Dongli.

Dongli respondeu com um aceno leve:

— Irmão Júnior Liu.

Ela se aproximou, olhando para Zhong Michu com preocupação:

— O que aconteceu com Michu?

— A Irmã Sênior Zhong está bêbada — responderam.

Gu Fuyou se preparava para carregar Zhong Michu para dentro da casa, mas, no meio do torpor, Zhong Michu despertou parcialmente e murmurou:

— Gu Fuyou… você tem um cheiro tão bom…

— O quê? — Gu Fuyou não entendeu direito. Mas antes que pudesse perguntar de novo, sua voz se transformou em um grito agudo:

— Aaaaaah!!!

Enquanto a carregava, a roupa de Gu Fuyou tinha se deslocado um pouco, deixando à mostra a pele entre o ombro e o pescoço.

Zhong Michu abriu a boca e mordeu essa parte exposta.

Era uma região sensível, e Zhong Michu mordeu com força. Gu Fuyou sentiu os dentes afiados perfurarem sua pele. Cambaleou e caiu no chão, de dor, e os outros correram para ajudar. Indignada e machucada, gritou:

— Irmã Sênior Zhong, você é um cachorro agora?! Por que tá me mordendo?!

Zhong Michu não soltava. Gu Fuyou sentia uma dor lancinante, como se os dentes não estivessem apenas rompendo a carne, mas mastigando sua alma. A sensação era insuportável — dava vontade de chorar.

— Irmã Sênior Zhong, desculpa! Me solta, por favor, tá doendo, tá doendo, tá doendo!

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