Capítulo 46 a 50


 Capítulo 46 – Centro das Fofoqueiras

— Vovó~
— Vovó~

As duas vozinhas suaves e infantis derreteram o coração de Yang Yufen no mesmo instante.

Ela vinha ensinando os meninos a dizerem “mamãe”, mas foi surpreendida ao ouvi-los chamá-la de “vovó” primeiro.

— Oh, meus netinhos preciosos!

Yang Yufen respondeu radiante, tão animada que imediatamente matou uma galinha. Cada criança ganhou um pedaço da coxa macia e suculenta, e suas boquinhas se encheram d’água enquanto saboreavam o delicioso sabor.

Ela guardou o restante das coxas para os meninos e compartilhou o restante do frango com suas duas amigas próximas e com a Professora Wen.

Logo, sua cesta estava cheia de presentes em troca — pãezinhos de feijão no vapor da Tia Liu, frutas frescas da Tia Wang e uma lata de leite em pó que a Professora Wen insistiu para que ela aceitasse.

Embora não conseguisse nenhuma novidade sobre Qin Nian com a Professora Wen, a falta de notícias era um bom sinal, e Yang Yufen aos poucos deixou de se preocupar.

Fan Juan apareceu novamente, acertando o pagamento pelo último lote de gaiolas que Yang Yufen confeccionara e levando todas de uma vez.

Agora, finalmente, Yang Yufen tinha um tempo livre de verdade.

— Vocês gostam tanto de coxa de frango assim? A vovó vai cozinhar mais galinhas pra vocês. Vou preparar e secar agora, pra mamãe poder comer quando voltar.

Ela havia criado muitas aves naquele ano — manter apenas três ou quatro galos já era suficiente — então abateu mais de dez de uma vez. Havia tanto sangue de galinha que dava para vários dias de refeições.

Esfregou as carnes com licor, temperou com sal e especiarias, depois abriu as galinhas com varetas de bambu para que secassem ao ar sob o beiral do telhado.

Os dois pequenos engatinhavam ao redor de Yang Yufen enquanto ela escutava o rádio, tentando constantemente se aconchegar na avó.

Little Zhang, que anteriormente perdera todas as economias vendendo batata-doce assada, havia conseguido se recuperar. Lembrando-se do quanto Yang Yufen gostava de peixe, chamou um primo para pescar uma leva fresca — não para vender, mas como presente de Ano Novo.

— Tia Yang, por favor, aceite. Se não fosse por você como minha rede de segurança, talvez eu tivesse...

Ao lembrar do perigo que correu, Little Zhang estremeceu, prometendo nunca mais se arriscar daquele jeito.

Yang Yufen não aceitou o peixe de graça — entregou a ele uma cesta de ovos em retribuição, mantendo a tradição de gentileza mútua.

Logo, mais peixes secos pendiam sob o beiral, e uma forte neve começou a cair.

O inverno havia chegado de vez. Fora o trabalho de retirar neve, Yang Yufen ficava sempre dentro de casa.

As crianças pegaram um leve resfriado por conta do clima rigoroso, o que a deixou ainda mais cautelosa em expô-los ao frio.

Após dias de cuidado dedicado, os narizinhos escorrendo pararam, e Yang Yufen pôde respirar aliviada.

O rádio chiou, trazendo uma notícia:

— 22 de dezembro de 1983 — O primeiro supercomputador da China, o "Galaxy", foi desenvolvido com sucesso. Isso marca um grande avanço do nosso país em computação de alta velocidade...

Yang Yufen ficou radiante.

— Que maravilha! Com nosso país ficando mais forte, não vamos mais precisar aceitar tratamento injusto.

— Hoje é um dia especial, Dabao, Erbao. A vovó vai fazer algo delicioso pra vocês — carne de porco cozida com maçã no vapor!

As crianças não compreendiam o significado da transmissão, mas ao ouvirem a palavra delicioso, bateram palmas animadas.

— Vovó!
— Vovó!
— Viva!

As maçãs cozidas ficavam macias e doces, facilmente amassadas em purê, que os meninos adoravam. Comparado ao purê de legumes, esse agrado frutado era um sucesso imediato.

A Professora Wen e o Reitor Hu também ouviram a notícia, seus rostos se iluminando de alegria.

— Que ótimo! A Qin Nian deve conseguir voltar em breve.

— A sogra dela trabalhou tanto cuidando sozinha das crianças. Quando a Qin Nian voltar, a família finalmente poderá se reunir.

Esperavam que Qin Nian voltasse antes do Ano Novo, mas foi só no fim de março que ela finalmente embarcou no trem de volta pra casa.

Quanto mais se aproximava, mais esmagadora se tornava a saudade — como uma maré que invadia o coração.

— Devagar, senão você vai cair! Entrega a concha pra vovó.

O inverno havia passado em silêncio. Fora aquela única gripe durante a nevasca, os gêmeos se mantiveram saudáveis. Agora, com a chegada de março, haviam se livrado dos pesados casacos de inverno.

Sem as roupas volumosas, os dois, quase com um ano de idade, corriam incansavelmente assim que encostavam os pezinhos no chão.

— Vovó! Vovó!

Ao ouvir sua voz, correram na direção dela, ainda segurando a concha, chamando animadamente.

Yang Yufen havia acabado de regar os vegetais recém-plantados na horta dos fundos e agora guiava os meninos para fora.

— Vovó, concha! Queremos!

Erbao, teimoso, deu meia-volta, decidido a recuperar o objeto.

— Essa é grande demais. A vovó vai fazer umas menores pra vocês — temos cabaças em casa.

Diferente do irmão mais sossegado, Erbao era insistente. Se não fosse convencido, voltava escondido pra pegar a concha, que estava perigosamente apoiada sobre a tampa da tina de água.

— Tá bom.

Depois de pensar um pouco, Erbao concordou com a proposta.

Yang Yufen serviu as refeições, dando a cada criança uma colher de bambu enquanto se sentavam obedientemente à mesinha para comer.

Ela escolheu uma cabaça seca, lixou bem e cortou ao meio com cuidado.

Os gêmeos observavam com atenção entre uma colherada e outra, Dabao até acelerando a comilança de tanta expectativa.

Depois de esvaziar o interior e lixar as bordas para garantir segurança, ela passou verniz nas metades e pendurou para secar.

— Vocês vão ter que esperar o verniz secar, senão quebra fácil. Mas não demora — amanhã já dá pra brincar.

Ela afagou as cabecinhas curiosas e foi lavar os pratos e varrer os grãos de arroz espalhados — perfeitos pra alimentar as galinhas.

Com pouca atividade ao ar livre durante o inverno, Yang Yufen havia criado muitos brinquedos para eles. Quando perceberam que a concha era proibida, os gêmeos passaram a brincar com os carrinhos de rodas de bambu que a avó havia feito, empurrando-os pelo pátio.

— Vovó, sair!

Dabao estava inquieto dentro de casa, ansioso por explorar além do quintal. Embora Erbao não dissesse nada, seguia o irmão com igual entusiasmo.

— Tá bom, deixa a vovó pendurar a roupa primeiro, depois vamos.

Ela trabalhou rápido, sem deixá-los esperando muito, depois pegou um cesto de amendoins com casca e saiu com eles.

— Saindo com os pequenos de novo? Vem sentar aqui — deixa eles brincarem sozinhos.

Sob a grande árvore de bengala, os mais madrugadores já estavam ocupados — umas costurando solas de sapato, outras descascando amendoins.

Inspiradas pela dedicação de Yang Yufen, Tia Liu e Tia Wang agora estavam completamente ocupadas cuidando das noras grávidas, preparando-se para os novos bebês e mal saíam de casa.

A chegada dos gêmeos atraiu uma roda de crianças curiosas, fascinadas pelos carrinhos com rodas de bambu equipados com pequenas pás de madeira para cavar a terra.

Que criança resiste a brincar na lama? Logo, todas estavam felizes e entretidas.

Yang Yufen de vez em quando dava uma espiada enquanto descascava os amendoins, conversando distraidamente com as outras.

— A família da Professora Lin lá do conjunto habitacional se mudou — foram transferidos pra outro lugar, disseram.

— Sério? Mas esse lugar aqui é tão bom. Será que cometeram algum erro pra serem remanejados?


Capítulo 47 – De Volta

— Eles se mudaram mesmo — eu vi com meus próprios olhos. Ah, Yang Yufen, você lembra daquela família que copiou sua ideia de fazer o carrinho de bambu, né?

Yang Yufen balançou a cabeça.

— Passo o dia cuidando das crianças, nem tenho tempo de reparar nessas coisas. Quando o assunto é fofoca, você é a especialista.

— Isso é verdade. Mas escuta só, não vai sair espalhando — fiquei sabendo que o Professor Lin se envolveu com uma das alunas dele...

A manhã foi recheada de rumores suculentos, muito mais divertidos do que ficar em casa. Quando percebeu, todos os amendoins já estavam descascados, prontos para serem plantados depois.

— Dabao, Erbao, vamos pra casa com a vovó. Que tal macarrão no almoço?

— Oba! Vovó!

Dabao, sempre o comilão, esqueceu de tudo ao ouvir a palavra “comida” e quase saiu correndo. Já Erbao, cuidadosamente juntou suas coisinhas.

— Dabao, você não vai levar seu carrinho? — chamou Yang Yufen.

Dabao se virou depressa, pegou suas coisas e correu atrás dela.

Quando Yang Yufen chegou em casa, encontrou a porta escancarada. Espiou para dentro e exclamou:

— A Qin Nian voltou! Dabao, Erbao, digam “mamãe” — vamos, digam “mamãe”!

Imediatamente pegou as sacolas das mãos de Qin Nian e incentivou os meninos a cumprimentá-la.

Os dois pequenos olharam curiosos para Qin Nian. Com o incentivo da avó, os dois falaram ao mesmo tempo:

— Mamãe.
— Mamãe.

Os olhos de Qin Nian se encheram de lágrimas. Ela queria abraçá-los, mas hesitou, com medo de assustá-los.

Yang Yufen pôs as sacolas de lado, então pegou Erbao e o colocou nos braços de Qin Nian.

— Esse é o Erbao. Erbao, diga “mamãe” e dá um abraço nela.

Erbao olhou de uma para a outra.

Qin Nian estendeu os braços, forçando um sorriso caloroso para parecer acessível.

— Mamãe.

Erbao esticou os bracinhos, e Qin Nian o acolheu ansiosa em seu abraço.

Mesmo todo sujinho de terra, Qin Nian não se importou — estava radiante de felicidade.

— Pronto, Dabao, agora diga “mamãe” também e deixa ela te segurar. Depois, a mamãe vai ver vocês lavarem as mãos e o rostinho enquanto a vovó prepara o macarrão.

— Tá bom! — respondeu Dabao com entusiasmo.

— Não se empolgue demais — a água quente tá na garrafa térmica, e as toalhinhas deles estão ali.

Yang Yufen pegou Erbao de volta e o colocou no chão, depois entregou Dabao a Qin Nian, apontando onde estavam os itens das crianças.

— Entendido. Obrigada, mãe.

Qin Nian olhou para os dois filhos saudáveis, com os rostinhos manchados, mas ainda assim macios e rosados.

Yang Yufen não respondeu e foi direto para a cozinha.

Logo o macarrão ficou pronto — macarrão com ovo e verduras frescas.

— Venham comer!

Ao ouvirem o chamado, os dois meninos, que brincavam felizes com a mãe, correram para a mesinha e puxaram seus banquinhos.

— Mãe, deixa eu dar comida pra eles — ofereceu Qin Nian, levantando-se para ajudar.

— Não precisa, eles já comem sozinhos. Criança não pode ser mimada demais. Dabao e Erbao já são meninos grandes, não são?

As crianças assentiram animadas com o elogio da avó, e pegaram suas colherzinhas com seriedade.

Qin Nian observou enquanto eles levavam as colheradas à boca, derrubando um pouco, mas acertando a maior parte.

Yang Yufen logo voltou da cozinha com outra tigela de macarrão — diferente da dos pequenos, com fios inteiros e um ovo inteiro por cima.

— Vamos, come logo. Você deve estar morrendo de fome. Tá até mais magra. Nem sabia que você voltava hoje. Se não estiver muito cansada depois de comer, brinca um pouco com eles. Depois vocês podem tirar um cochilo juntos — as crianças estão acostumadas. A roupa de cama no seu quarto foi arejada esses dias, tá prontinha pra usar.

— Obrigada, mãe.

Qin Nian deu mais uma colherada no macarrão com ovo. O caldo quente aqueceu seu estômago — o macarrão feito por sua sogra era o mais saboroso do mundo.

Apesar da sugestão de Yang Yufen para brincar com os meninos, os pequenos ficaram sonolentos logo após comer. Foram levados rapidinho para a cama, cada um com um travesseirinho abraçado, e adormeceram em instantes.

— Se ainda não estiver com sono, toma um banho primeiro. A água quente já deve estar pronta.

Qin Nian assentiu. Queria mesmo se lavar — embora tivesse vindo em um vagão-leito, a viagem a deixara se sentindo suja.

Após o banho, Qin Nian ficou observando os dois filhos. O cansaço começou a bater. Ao invés de voltar pro próprio quarto, deitou-se ao lado deles e logo pegou no sono.

Yang Yufen percebeu e cobriu a nora com um edredom antes de seguir para o quintal. Foi pegar um galo — um dos dois últimos que vinha guardando. Os três restantes ainda não podiam ser abatidos.

Os pintinhos ainda eram novos, com apenas um mês de vida, chocados sob um cobertor elétrico. Várias famílias no conjunto já tinham encomendado alguns com Yang Yufen, esperando só eles crescerem mais um pouco para levarem pra casa.

Quando as crianças acordaram e viram a mãe deitada ao lado delas, ficaram cheias de curiosidade. Mas com um pouco de incentivo da avó, logo saíram para brincar sob a grande árvore de bengala.

— Você tá radiante hoje, irmã. Aconteceu coisa boa?

À tarde, o grupo habitual de senhoras idosas já estava reunido sob a árvore.

— Minha Qin Nian voltou — é claro que tô feliz! Apesar de ela estar bem mais magra...

— Ah, a Qin Nian voltou? Que maravilha! Uns quilinhos a menos não são nada — ela recupera. A vida lá fora nunca é tão boa quanto aqui no instituto.

Em meio às felicitações, Yang Yufen não demorou muito. Tinha canja de galinha fervendo em casa e não queria que Qin Nian acordasse sozinha.

Quando voltou com as crianças, Qin Nian já estava de pé.

— Mãe, eu ia te procurar agora mesmo.

— Que bom que acordou. A sopa tá pronta. A Professora Wen e o marido devem sair do trabalho logo. Podemos levar as crianças pra visitar eles depois. A esposa do Reitor Hu também tá grávida — vamos levar uns ovos a mais.

Professor Wen não era do tipo que criava galinhas — tempo era o que ele menos tinha.

— Tá certo. Não trouxe muita coisa comigo, mas olha só — aqui está meu salário e o bônus dos últimos meses.

Qin Nian vasculhou suas coisas e tirou um embrulho de pano, pegando um caderninho de poupança e um envelope estufado de notas de dez yuans com tinta preta.

— Esse bônus foi tudo isso?

Yang Yufen deu uma olhada no dinheiro — devia ter mais de mil yuans.

— Fica com o caderninho pra você. Criar filho custa caro. Mas esse bônus a gente vai usar — vamos levar pra esposa do seu professor depois. Peguei dois mil emprestado dela pra comprar a casa, e já paguei metade. Isso aqui quita o restante.

Enquanto falava, Yang Yufen se virou para abrir o baú, tirando os documentos da propriedade do fundo.

— Fica com esses papéis. Quando as crianças crescerem, você passa pra eles. As três casas já estão alugadas, e o aluguel cobre todas as nossas despesas.

Qin Nian não esperava que a sogra conseguisse administrar o aluguel da antiga casa da família enquanto criava dois filhos — muito menos que tivesse comprado mais duas propriedades.

— Mãe, a gente não vai conseguir morar em todas essas casas.

— Se não vamos morar, alugamos. Uma pra cada criança não é demais. Se não conseguir achar do mesmo tamanho, anda logo — termina de comer e vai arrumar as coisas. Esses dois pestinhas ainda têm que sair pra brincar, senão não dormem direito à noite.


Capítulo 48 – O Nome na Escritura

Yang Yufen não disse mais nada e se virou para pegar os ovos.

— A vovó precisa carregar as coisas, então segurem a mão da mamãe e deixem ela levar vocês até a casa da Vovó Wen.

— Eu só vou levar vocês até lá. Já que você voltou, ainda preciso arar o campo pros amendoins da primavera — vou cuidar disso hoje mesmo.

Yang Yufen também queria criar oportunidades para Qin Nian estreitar laços com os filhos. Mesmo sendo mãe e filhos, haviam sido separados desde o nascimento e nunca tinham convivido. Eles precisavam de tempo para se adaptar.

Depois de deixá-los na casa dos professores, Professor Wen de fato estava em casa. Após trocarem algumas palavras, Yang Yufen foi embora.

— Sente-se, Nian. Dabao, Erbao, venham comer uns petiscos.

— Vovó, Tia.

Os dois meninos cumprimentaram familiarmente, já que os viam com frequência.

— Irmã, senta aqui. Seu irmão mais velho foi transferido de volta, mas o distrito militar está sobrecarregado, então ele não volta cedo pra casa.

— Cunhada, quanto tempo. Que bom que o irmão voltou. De quantos meses você tá? Parece já estar bem avançada.

— Faltam dois meses. O parto está previsto pra maio. Fui transferida pro hospital militar daqui, então o trabalho agora é mais tranquilo. A gente precisa se ver mais.

Não havia tensão entre Qin Nian e sua cunhada, Zhou Ang. Zhou era médica militar — determinada e generosa. Ela conhecia os planos originais da família Hu, mas não havia nada de errado com isso.

Qin Nian também mantinha uma distância respeitosa do marido, Hu Jun, nunca ultrapassando limites.

— Tudo bem.

Professor Wen observou a interação harmoniosa entre a nora e Qin Nian com alívio.

— Você emagreceu. Como ficou tão magra assim?

O coração de Professor Wen se apertava por ela.

— Professora, tá tudo certo. Apesar de parecer mais magra, fiquei mais forte. E aprendi tanta coisa nesse tempo. Ver nosso país ficando mais forte me enche de orgulho e honra.

— Isso é ótimo!

O Reitor Hu, que acabava de chegar de fora, elogiou em voz alta as palavras de Qin Nian.

Ela era sua aluna mais orgulhosa!

— Professor, estou de volta.

Qin Nian se levantou e fez uma continência formal ao Reitor Hu.

— Bem-vinda de volta. Nosso instituto de pesquisa vai ficar bem ocupado. Vou te dar três dias de descanso, mas precisamos terminar tudo até o Dia Nacional deste ano. Você tem confiança?

— Sim!

Qin Nian respondeu com firmeza.

— Ótimo, ótimo!

O Reitor Hu gargalhou satisfeito.

— Certo, certo, não assuste as crianças — comentou Professor Wen com bom humor, fazendo o semblante sério do Reitor Hu suavizar em calor.

— Ah, Dabao, Erbao, venham aqui. Deixem o vovô segurar vocês.

— Abraço do vovô! Hehehe~

Dabao deu uma risadinha, claramente sem medo, e Erbao o acompanhou, os dois aconchegando-se nos braços do Reitor Hu.

— Se três dias não forem o suficiente, te dou mais um. Sua sogra trabalhou duro cuidando das crianças e administrando a casa. Passe um tempo com eles.

O tom do Reitor Hu suavizou.

— É o bastante. Agora que estou no instituto, posso vir pra casa todos os dias e vê-los.

Qin Nian sabia exatamente o quão exigente seria a tarefa pela frente.

— Professora, minha sogra pediu que eu entregasse isso pra senhora.

Qin Nian entregou um envelope.

— Leve de volta. Nem planejava aceitar esse dinheiro — já recebi mil e quinhentos. As duas casas estão no seu nome, e ela vem criando seus filhos incansavelmente, ainda arrumando formas de ganhar dinheiro extra. Ela nunca descansa.

Professor Wen recusou.

— Irmã, fique com isso. Não conseguimos ir ao seu casamento — eu e seu irmão estávamos viajando. Mamãe nos contou, e compartilhamos do mesmo sentimento dela.

Zhou Ang pegou o dinheiro das mãos da professora e pressionou de volta nas mãos de Qin Nian. Dessa vez, Qin Nian não se atreveu a recusar.

Professor Wen e o Reitor Hu ficaram satisfeitos com a atitude da nora. Mil yuan não era nada para eles, mas para uma família comum, era um valor significativo. Ter uma nora sensata e generosa era uma bênção.

— Além disso, a Tia Yang traz ovos duas vezes por mês, e o peixe e frango curados pendurados na nossa cozinha também vieram dela. Entre parentes, não devemos calcular tudo com tanta exatidão.

No fim, Qin Nian não teve escolha a não ser aceitar o dinheiro.

Dabao e Erbao já estavam acostumados com a casa dos Hu e adoravam a Tia Zhou Ang. O ambiente era caloroso e alegre.

— Venham jantar aqui amanhã e tragam sua sogra. Hoje vamos liberar vocês.

O Reitor Hu, relutante em se separar das crianças, até ajudou a acompanhá-los de volta.

— Reitor Hu, veio em boa hora — leve isso com o senhor. Já está tudo pronto.

Yang Yufen embalou os pratos preparados, incluindo brotos de bambu salteados com frango curado — exatamente o tipo de comida que aguçava o apetite do Reitor Hu. Ele não pôde recusar.

— Venham jantar amanhã — disse ele antes de sair com a comida.

Após uma tarde juntos, as crianças já haviam aceitado completamente Qin Nian.

Ela ajudou os dois a lavarem as mãos e o rosto, e eles obedeceram sem reclamações.

— Que bons meninos!

Qin Nian os elogiou.

— Uau, vovó! Vovó! Comida boa!

Dabao, o primeiro a terminar de lavar, avistou a mesa cheia de pratos e não conseguiu conter a empolgação.

— Devagar. Espera a mamãe.

Yang Yufen havia preparado arroz mais mole e aguado para as crianças.

Cada um ganhou uma asinha de frango — fácil de segurar e roer. Com os babadores, podiam comer sem preocupações.

Qin Nian olhou para a mesa: peixe curado no vapor, brotos de bambu salteados com frango curado, pudim de ovo no vapor, inhame refogado com cogumelo-orelha-de-pau, verduras salteadas e a canja de frango do almoço.

Estava ainda melhor do que a ceia de Ano Novo — e tudo feito de acordo com seus gostos.

— Prova isso. Aprendi com a Tia Wang. Esse refogado de inhame com cogumelo tá uma delícia — come mais.

Yang Yufen se serviu antes de começar a comer.

Qin Nian a acompanhou, pegando alguns cogumelos e pressionando no arroz — firme e compacto, exatamente como a personalidade da sogra.

Qin Nian não conseguiu conter um sorriso. Yang Yufen percebeu, mas fingiu não ver, colocando casualmente uma coxa de frango curado na tigela de Qin Nian antes de continuar a refeição.

No final, todos estavam de barriga cheia — especialmente as crianças, que comeram com muito apetite.

— Mãe, leva os meninos pra dar uma volta. Eu lavo tudo.

Qin Nian se prontificou a cuidar da louça.

— Tá certo. Se vier nos procurar depois, estaremos debaixo da árvore de bengala.

Yang Yufen não discutiu, saindo com os pequenos. Assim que passaram do quintal, as crianças nem precisaram de orientação — sabiam exatamente o caminho até a árvore.

Depois de lavar os pratos, varrer e arrumar tudo, Qin Nian voltou para o quarto e abriu as duas escrituras que a sogra havia lhe dado. De fato, ambas estavam em seu nome.

Duas casas por 8.500 yuan — não era pouca coisa.

A sogra havia dado tanto — até lhe passara 300 yuan —, restando quase nada da pensão do falecido marido.

Mesmo que Yang Yufen tivesse alguma economia antes, não poderia ser muito. Na ausência de Qin Nian, sua sogra com certeza trabalhou incansavelmente para ganhar dinheiro enquanto criava os filhos.

Capítulo 49 – Mamãe, Você Fica Neste Quarto

Ao observar todos os pequenos detalhes adicionados à casa, Qin Nian sentiu um calor acolhedor em seu peito.

— Mãe, deixa os meninos dormirem comigo hoje à noite — disse ela a Yang Yufen depois de dar banho nas crianças.

— Claro. Eles podem levar seus travesseirinhos — faz tempo que querem dormir nesse quarto.

Qin Nian achava que os meninos só precisariam dos travesseiros, mas ficou confusa ao ver sua sogra estendendo pequenas cobertas e preparando água.

No meio da noite, um dos meninos começou a se remexer inquieto. Qin Nian abriu os olhos sonolenta, achando que a criança estava desconfortável, e estendeu a mão para acalmá-la. Foi então que ouviu uma batida suave na porta.

— Nian, acho que ele quer fazer xixi. Deixa que eu levo — disse Yang Yufen do lado de fora.

— Tudo bem, mãe, pode entrar.

Qin Nian se sentou depressa e acendeu a luz.

Yang Yufen entrou rapidamente, pegou o menor dos meninos e o levou para se aliviar. Quando voltou, deu um pouco de água para ele beber, e a criança logo se acalmou.

Qin Nian suspirou aliviada, e então notou que o outro havia chutado a coberta para fora. Ela se inclinou para cobri-lo de novo.

— Espera — esse aqui se molhou de novo. Vou trocar. Eles ainda são pequenos, então acordam várias vezes à noite. O menor reclama quando precisa ir, mas o mais velho dorme pesado. Se eu não for rápida, ele se molha todo. Mas se o menor não reclama, o mais velho normalmente continua seco.

Enquanto falava, Yang Yufen trocava habilmente a roupa molhada e colocava uma nova calça na criança.

— Volte a dormir.

Ela saiu na ponta dos pés, e Qin Nian apagou a luz.

Deitou-se, acariciando levemente a cabeça dos filhos, perdida em pensamentos.

Na manhã seguinte, Qin Nian acordou e viu que os meninos ainda dormiam. Lembrando da roupa molhada da noite anterior, ela se levantou.

— Já acordou. O mingau ainda está no fogo — vai estar pronto depois que você se lavar — disse Yang Yufen enquanto estendia a roupa de cama recém-lavada numa vara de bambu para secar.

— Mãe, preciso sair hoje. Volto antes do almoço — anunciou Qin Nian de repente.

— Tudo bem. Cobri a bicicleta, e comprei aquele triciclo da Tia Wang — tem sido bem útil ultimamente.

— Entendi, mãe.

Depois de se lavar e comer, as crianças acordaram. Yang Yufen colocou as tigelinhas de mingau morno na mesinha, e os meninos começaram a comer com entusiasmo.

Uma tigela de mingau de legumes e meia mamadeira de leite morno — tudo na temperatura certa. Yang Yufen lidava com tudo com tamanha naturalidade que parecia fazer parte dela.

Qin Nian beijou os filhos e saiu pedalando.

— Professora.

— Nian? O que faz aqui? Achei que estivesse descansando em casa.

O Reitor Hu pareceu surpreso ao vê-la.

— Professora, agora que fui promovida, posso solicitar um espaço maior? Minha sogra não deveria continuar dormindo na sala sem um quarto próprio. E com as crianças crescendo, precisaremos de mais espaço também. Seria mais conveniente no conjunto residencial.

— Ah, claro! Nem pensei nisso. Não é certo sua sogra ficar na sala. Vou carimbar pra você — é só preencher o formulário e entregar na seção de logística.

— Obrigada, professora.

Qin Nian sentou-se no escritório do reitor para preencher o formulário, depois o levou até o setor de logística.

— Só restam dois pátios independentes. A maioria prefere os prédios de apartamento, então você deu sorte de ainda ter algum disponível — disse Yi Aiguo, que fez questão de atendê-la pessoalmente.

Qin Nian analisou as opções e escolheu o que ficava perto da casa da Tia Wang. Apesar de ser numa esquina, ela sabia que sua sogra adoraria.

— Tudo certo. Se precisar de ajuda pra mudar, avise o pessoal da segurança.

— Muito obrigada, Diretor Yi.

Qin Nian estava radiante. O pátio tinha três cômodos, um salão principal e uma cozinha, com quintais na frente e nos fundos. E por ser na esquina, tinha ainda mais espaço aberto que o da Tia Wang — perfeito para plantar.

Ao invés de ir direto pra casa, Qin Nian pedalou até a loja de departamentos.

Ela tinha alguns cupons de recompensa especiais para usar.

Depois de escolher o que queria, percebeu que estava sem dinheiro suficiente, então passou na cooperativa de crédito com sua caderneta de poupança. Voltou correndo e chegou em casa a tempo do almoço.

— Mãe, vamos mudar! — anunciou assim que entrou.

— Mudar? Pra onde? — Yang Yufen acabava de terminar o almoço.

— Fui promovida, e com duas crianças, agora temos direito a um lugar maior. Já foi aprovado — vamos nos mudar pra casa ao lado da Tia Wang. Vocês vão poder conversar só gritando de uma janela pra outra.

Qin Nian entregou o papel de aprovação à sogra com um sorriso.

Yang Yufen limpou as mãos antes de pegá-lo.

Ela não sabia ler muito bem, mas reconheceu o carimbo oficial.

— Eu conheço aquele lugar! É muito maior do que aqui. Ah, Nian, você é maravilhosa! Que sorte a minha ter você — agora vou morar numa casa chique!

Ela encheu Qin Nian de elogios até fazê-la corar.

— Mãe, depois do almoço, vamos levar as crianças pra limpar o novo lugar. Vou pedir pra equipe da segurança ajudar com a mudança hoje à tarde.

— Claro, claro! Vai comendo que eu vou contar pra Tia Liu — vou sentir saudade dela quando nos mudarmos.

Yang Yufen ficou tão animada que nem almoçou e foi direto compartilhar a novidade.

— Irmã Liu, já tá almoçando? Nossa, seus meninos estão enormes!

— Irmã Yang, já comeu? Senta aqui com a gente. Cadê os pequenos? Agora que a Nian voltou, você tá com mais tempo livre — é raro ver você passar só pra conversar!

Tia Liu a convidou depressa.

— Não, não, já tenho comida em casa. É que… a Nian voltou, e nos deram um lugar maior, ao lado da Irmã Wang. Vamos nos mudar esta tarde, e percebi o quanto vou sentir sua falta.

— Que notícia boa! Nem é longe. Quando as crianças estiverem na escola, vou lá ajudar.

— Perfeito! Hoje vamos jantar na casa do professor da Nian, mas depois que estivermos instalados, vamos todas comer juntas.

— Combinado!

Yang Yufen contou a novidade apenas para sua amiga mais próxima, evitando o local de fofocas debaixo da árvore de bengala. Mas assim que a mudança começasse, todos saberiam mesmo.

Ela carregou os produtos de limpeza no triciclo enquanto Qin Nian trouxe o carrinho de bebê, acomodando os filhos dentro. A família de quatro partiu tranquilamente em direção ao novo lar.

— Irmã Wang!

Bastou um grito.

— Nian voltou? Que maravilha — a família tá junta de novo! Meus pequenos queridos, sentiram falta da Vovó Wang?

— Vovó Wang!

As crianças, que já haviam descido do carrinho, correram direto para ela.

— Tia Wang, agora somos vizinhas — disse Qin Nian, calorosamente.


Capítulo 50 – Você Ainda se Lembra de Mim

— Que maravilha! Nosso lugar vai ficar tão animado agora!

A Tia Wang ficou radiante ao ouvir a novidade e imediatamente se ofereceu para ajudar.

— Mãe, a senhora vai ficar com este quarto maior. Eu fico no que fica do outro lado do corredor, e este aqui pode ser das crianças quando crescerem. Por enquanto, usamos pra guardar as coisas. Pode arrumar os quintais da frente e de trás como quiser.

Qin Nian apontou o maior dos cômodos para Yang Yufen.

— Não preciso de um quarto tão grande assim. Você é quem deve ficar com ele. Vou arrumar uma escrivaninha bem espaçosa pra você poder ler e ajudar os meninos com a lição. Esse menor aqui tá ótimo pra mim — é ensolarado, perto da cozinha, quentinho no inverno e fácil de organizar.

Yang Yufen já tinha inspecionado todos os cômodos e mentalmente fazia planos do que mais acrescentar à casa.

— Depois podemos comprar uma cama de bambu. No verão, as crianças sofrem com o calor, e o quintal é grande. Dá pra armar a cama com um mosquiteiro e deixar eles dormirem lá fora à noite. Quando não estiver em uso, a gente guarda no quarto das crianças. Também seria bom fazer um armário — com o tempo, vamos acumular mais coisas.

— Vou deixar tudo por sua conta, mãe. Mas não vai ser trabalho demais pra senhora?

— Isso é tudo coisa simples — não se preocupe.

Yang Yufen ficou profundamente tocada pelo gesto da nora em reservar-lhe o maior quarto. Que garota atenciosa! Se ao menos meu próprio filho não tivesse nascido com aquela língua afiada...

— Atchim!

— Atchim!

— Atchim!

— Xian, você tá bem?

— Tô sim. Deve ser alguém me amaldiçoando. Pode continuar, Irmão Lan.

— Rourou tá grávida, e aqui não é seguro pra ela. Vou mandar alguém escoltá-la de volta ao continente. Já tem gente esperando pra recebê-la.

— Você vai mandar a gente embora? Não — manda outra pessoa com a Rourou. Eu vou ficar pra te proteger.

— Já tenho bastante gente me protegendo. Os outros não conseguem se misturar tão facilmente no continente, mas você é diferente — já tem documentos de lá. Você não disse que queria encontrar sua família? Talvez voltar ajude sua memória a despertar.

— Todos os médicos que você me levou disseram que talvez eu nunca me lembre de nada. Vai ver nem tenho família nenhuma — só uma esperança tola. Irmão Lan, eu quero ficar com você.

— Xian, você é a única em quem eu confio. Deixei o suficiente pra Rourou viver bem por lá. Quando tudo acalmar, ela vai saber pra onde ir.

Não posso te dar muito agora. Dinheiro daqui não vai servir lá, mas esse relógio tem valor — fique com ele como lembrança. Se nos encontrarmos de novo um dia... E isto deve bastar pra você e Rourou recomeçarem.

Dentro de uma caixa de cigarro, havia várias barras de ouro.

Enquanto isso, Qin Nian estava prestes a ligar para o escritório de segurança e pedir ajuda com a mudança dos móveis quando Hu Jun chegou com alguns homens.

— Irmão!

— Nian, você emagreceu, mas parece mais animada do que antes. Papai disse que você ia se mudar hoje, então trouxe ajuda.

— Olá, cunhada.

— Lembra de mim?

— Irmão Lin.

— Sua memória continua afiada como sempre!

Lin Hui abriu um sorriso largo — a última vez que haviam se visto fora quase oito anos atrás.

— Vamos nessa. Nian, mostre o caminho.

— Tá certo, obrigada a todos.

Vendo que já havia gente o suficiente, Qin Nian nem se deu ao trabalho de ligar para o escritório de segurança.

Todos os homens eram ex-soldados, fortes — dois deles conseguiam carregar um armário pesado com facilidade. Com o caminhão emprestado de Hu Jun, todos os móveis e tralhas foram levados em uma única viagem.

— Tia Yang, viemos ajudar com a mudança.

— O irmão da Nian chegou! Obrigada pela força. Coloquem tudo neste quarto aqui.

Yang Yufen não perdeu tempo e apontou para o cômodo recém-limpado.

Com tantas mãos e um caminhão, tudo foi transportado em apenas duas viagens.

— Já que estamos aqui, vamos ajeitar a fossa também. Você cava o buraco — eu pego os tijolos. O jantar de amanhã é por minha conta.

Hu Jun não perdeu tempo. Ao notar que a nova casa não tinha banheiro adequado e sabendo que Qin Nian logo estaria ocupada com o trabalho, foi direto ao ponto. As ferramentas já estavam prontas, e a Tia Wang emprestou o que faltava.

— Obrigada, irmão.

Qin Nian não esperava que ajudassem até com as reformas.

— Pessoal, tomem um pouco d’água.

Ela trouxe um garrafão — felizmente, havia copos de bambu de sobra.

— Valeu, cunhada.

— Qin, afasta um pouco — não quero que você se suje.

Lin Hui foi o último a beber, virando dois copos seguidos com um sorriso.

Yang Yufen, que saía da cozinha naquele momento, percebeu.

Hum. Esse aí tá com segundas intenções — sorrindo à toa, com as orelhas vermelhas. Os outros só agradeceram e voltaram ao trabalho, mas esse ficou ali, puxando conversa.

Se a Nian não fosse minha nora... Bom, o rapaz é trabalhador, e qualquer um em quem o Hu Jun confia deve ser competente. Alto, forte, bonito — em outras circunstâncias, eu até armaria um casamento.

Que pena.

— Nian, o Dabao e o Erbao vão acordar logo.

— Verdade. Mãe, vou ver como eles estão na casa da Tia Wang.

Qin Nian deixou o garrafão do lado de fora para quem quisesse beber.

Lin Hui olhou discretamente para Yang Yufen, que lhe respondeu com um sorriso educado — nada de mais.

Hu Jun voltou com os materiais. O buraco foi cavado, os canos instalados, o solo nivelado — tudo pronto em pouquíssimo tempo.

Às cinco da tarde, o banheiro externo estava quase finalizado.

— Trabalharam bastante hoje. Irmão da Nian, leve isso pro jantar mais tarde.

Yang Yufen entregou a Hu Jun um frango defumado, um peixe curado e alguns brotos de bambu caseiros.

— Obrigado, tia. Vou deixar o pessoal em casa primeiro, depois você e a Nian podem ir.

Hu Jun aceitou os presentes sem cerimônia e chamou os homens para o caminhão.

— Mãe, vamos colocar uma mesinha aqui pra guardar as coisas.

Yaoyao tinha voltado com os gêmeos da casa ao lado. Qin Nian apontou para um canto.

Yang Yufen concordou, pensando que o móvel antigo do quarto da Qin Nian serviria bem ali.

Na hora certa, Yang Yufen pegou uma cesta com mantimentos e liderou o caminho até a casa dos Hu.

— Tia! Nian!

— Cunhada, deixa eu ajudar.

Vendo Zhou Ang na cozinha, já bem grávida, Qin Nian arregaçou as mangas para ajudar.

— Xiao Zhou, Nian — fiquem com as crianças. Eu cuido das coisas com sua sogra.

Yang Yufen as tirou da cozinha e foi se juntar à Professora Wen.

— O que vai ter no cardápio, comadre?

Ela começou a ajudar com naturalidade.

— Peixe e camarão — peixe no vapor, camarão refogado. O velho Hu trouxe pato assado. Ele adorou aquele prato de frango com broto de bambu ontem à noite, mas eu não sei preparar.

— Isso é fácil. Eu trouxe broto de bambu já demolhado — tá pronto pra cozinhar a qualquer hora.



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