Capítulo 7 a 9


 Capítulo 7

A reação de Mao Feixue foi semelhante à de Pequeno Wang. Ela ficou boquiaberta por um instante antes de perguntar hesitante novamente:

— O que você disse agora?

Pequeno Wang relatou todo o ocorrido sobre o resultado do teste de paternidade para Mao Feixue, descrevendo até mesmo a reação de Zhong Jin de forma objetiva:

— O Diretor Zhong parecia bastante calmo na hora.

Embora Mao Feixue estivesse chocada, ela sabia que Pequeno Wang não brincaria com algo assim. Só havia uma possibilidade agora:

— Pode ter sido algum erro do centro de testes?

— Também é possível. O professor do centro de testes disse que, se ainda ficarmos inseguros, podemos coletar novas amostras de sangue do pai e da filha e refazer o teste.

Depois de dizer isso, Pequeno Wang pareceu um pouco perdido.

— Irmã Mao… isso poderia envolver algum comportamento pessoal impróprio?

Mao Feixue já havia se acalmado rapidamente e baixou a voz.

— Não é necessariamente o que você está pensando. Zhong Jin foi casado anteriormente, e a idade da criança coincide com o período em que ele era casado. Pode haver outras circunstâncias… De qualquer forma, até que a verdade venha à tona, não mencione isso a ninguém. Esse assunto pode ser mais complicado do que imaginamos. Isso inclui Rao Shishi — também não conte para ela.

Mao Feixue sabia que Pequeno Wang era próximo de Rao Shishi, então enfatizou esse ponto.

— Irmã Mao, eu não vou falar nada. Pode ficar tranquila.

Enquanto conversavam, bateram algumas vezes na porta, seguidas pela voz de Zhong Jin:

— Subdiretora Mao, você está aí?

Mao Feixue respondeu:

— Sim.

Ela rapidamente caminhou até a porta e destrancou.

O rosto de Pequeno Wang ficou vermelho como um tomate, como se tivesse sido pega fofocando sobre alguém pelas costas — e esse alguém era seu superior. A situação era extremamente constrangedora.

Envergonhada, Pequeno Wang cumprimentou Zhong Jin apressadamente e saiu correndo.

Zhong Jin observou Pequeno Wang ir embora com calma antes de se voltar para Mao Feixue:

— Agora você sabe, não é?

— Sim, sei.

Zhong Jin assentiu:

— Certo. Amanhã é fim de semana. Vou levá-la de volta para Jing City e retornarei na segunda-feira. Se surgir algum problema no instituto, me contate por telefone.

Mao Feixue compreendeu. Zhong Jin havia sido transferido para Haishan apenas no ano passado. Antes disso, sempre morara em Jing City, então a criança certamente nascera lá. Se quisessem descobrir a verdade, naturalmente precisariam voltar para Jing City.

Quando Zhong Jin estava reservando as passagens, lembrou-se de que Zhong Yuntong não possuía nenhum documento de identificação — nem registro familiar, nem certidão de nascimento. Ela não poderia embarcar em um avião ou trem-bala. Ele entrou em contato novamente com Mao Feixue e providenciou ao instituto um documento de identificação temporário, permitindo que passassem pela segurança do aeroporto sem problemas.

Zhong Yuntong ficou junto à janela do saguão de embarque, os grandes olhos arregalados de admiração. Do lado de fora da janela, a pista de decolagem e um avião taxiando e levantando voo chamavam sua atenção. Ela se voltou para Zhong Jin, animada:

— Vamos voar naquele pássaro gigante mais tarde?

— Sim, é chamado de avião. — Zhong Jin acompanhou o dedo de Yuntong e olhou para fora. O sol se pondo sobre Haishan lançava um brilho quente sobre as asas do avião, fazendo o pesado metal parecer leve e etéreo.

Exteriormente, Zhong Jin parecia calmo, mas por dentro estava um caos. Após perder toda a sua família e acreditar que passaria o resto da vida sozinho, uma criança que compartilhava seu sangue surgira de repente. Zhong Jin não sabia se aquilo era uma bênção ou uma maldição.

Ele sentou-se com as pernas dobradas, levemente curvado, a mente em turbilhão. Mas as emoções humanas nem sempre são compartilhadas. O pequeno rosto de Zhong Yuntong estava corado de excitação, seus pensamentos totalmente concentrados no voo que se aproximava.

Ela correu até Zhong Jin, ficou à sua frente e colocou as mãos nos joelhos dele, olhando para cima:

— Papai, para onde vamos voar? Vamos para outro mundo?

O casal idoso sentado à frente franziu imediatamente a testa.

Zhong Jin explicou:

— Não é outro mundo. Estamos voando para Jing City.

Ele lançou um olhar ao casal franzido e acrescentou:

— A partir de agora, fale baixinho. Não atrapalhe os outros. Sem falar alto ou chorar. Se precisar de algo, me diga baixinho. Entendeu?

Zhong Yuntong ficou na ponta dos pés, inclinou-se perto do ouvido de Zhong Jin e sussurrou:

— Tá bom, tá bom.

Ela não entendia por quê, mas se o papai disse para ficar quieta, devia ter um motivo.

Já dentro do avião, sentada, a empolgação inicial de Zhong Yuntong não durou muito. Começou a sentir que algo estava estranho.

Ela puxou a manga da camisa de Zhong Jin, tampou os ouvidos e sussurrou:

— Meus ouvidos doem.

Zhong Jin sugeriu que ela tentasse bocejar para aliviar a pressão. Zhong Yuntong tampou os ouvidos, abriu a boca e tentou bocejar. A dor nos ouvidos a fazia querer chorar, mas lembrando das instruções do pai, confortou-se em voz baixa:

— Não chora, não chora. Fica forte, Yuntong.

Mas os ouvidos continuavam a doer cada vez mais.

Ela fez bico e sussurrou:

— Desculpa, papai, acho que vou chorar.

Zhong Jin pressionou gentilmente os ouvidos dela e perguntou:

— Consegue aguentar mais um pouquinho?

Uma comissária de bordo percebeu a situação e trouxe um pouco de leite. Ela se agachou e disse a Zhong Yuntong:

— Se seu pai te der um pouco de leite, pode ajudar na dor nos ouvidos.

Zhong Jin abriu a garrafa de leite, e Zhong Yuntong bebeu ansiosamente. O ato de engolir realmente aliviou a dor nos ouvidos.

Depois de terminar o leite, Zhong Yuntong se esticou na poltrona, esfregou a barriga e soltou um pequeno arroto. Em seguida, virou-se para olhar as nuvens pela janela. As grandes nuvens fofas lembraram-na da algodão-doce que Rao Shishi uma vez lhe dera. Zhong Yuntong abriu a boca e fingiu morder, mastigando como se estivesse saboreando o doce.


Zhong Jin possuía uma casa em Jing City, mas não voltou para ela. Em vez disso, reservou um quarto em um hotel econômico. Depois de deixar a bagagem simples, foi à varanda fazer uma ligação.

Ao retornar, encontrou Zhong Yuntong deitada no chão, braços e pernas esticados rigidamente, em uma pose estranha que lembrava um pato achatado. Ele nunca tinha visto uma criança deitar assim — parecia mais com o cachorro da delegacia que tomava sol na entrada. Rao Shishi sempre chamava aquele cachorro de “pato achatado”, e agora Zhong Yuntong parecia uma versão maior dele.

Zhong Yuntong apoiou o queixo no chão, levantou as pálpebras fracamente e sussurrou:

— Papai, estou com tanta fome que fiquei achatada.

Apesar da confusão, Zhong Jin não conseguiu deixar de rir das palavras dela.

Havia um McDonald’s no andar de baixo do hotel. Zhong Jin levou a criança para comer, pedindo duas refeições — um combo adulto e uma refeição infantil.

A refeição infantil vinha com suco, um hambúrguer, purê de batatas e um mini par de Crocs como brinquedo. Zhong Yuntong estava realmente com fome. Enquanto Zhong Jin limpava suas mãos com um lenço úmido, seus olhos permaneciam fixos no hambúrguer, e ela implorava em vozinha:

— Depressa, por favor.

Quando suas mãos ficaram limpas, Zhong Jin disse:

— Pode comer agora.

Zhong Yuntong imediatamente pegou o hambúrguer e deu uma grande mordida, fazendo as bochechas incharem instantaneamente.

Zhong Jin limpou o canto da boca dela com um guardanapo, onde havia caído um pouco de molho da salada.

— Dê mordidas menores.

Em seguida, colocou um canudinho na caixinha de suco e entregou a ela, deixando-a beber um pouco.

Zhong Yuntong alternava mordidas no hambúrguer e goles de suco, os finos pelos das bochechas balançando a cada movimento. Enquanto comia, ela continuava olhando para trás, por cima do ombro de Zhong Jin.

Curioso, Zhong Jin se virou e viu uma família de três pessoas sentada atrás deles. Eles haviam pedido muita comida, quase cobrindo a mesa inteira.

Uma menininha da idade de Zhong Yuntong estava sentada entre os pais, aguardando de olhos fechados que a mãe a alimentasse. A garota estava lindamente vestida com um vestido de princesa brilhante e sapatos reluzentes, com uma tiara cintilante na cabeça.

Zhong Jin lançou um olhar rápido para eles e se voltou novamente. O olhar de Zhong Yuntong demorou-se na menina com vestido de princesa, suas pupilas escuras refletindo os brilhos da tiara.

Será que ela está com inveja do vestido de princesa e da tiara?

Provavelmente sim.

A roupa de Zhong Yuntong — uma camiseta e shorts comprados em promoção — estava amassada após o voo. Zhong Jin agora entendia por que estavam à venda: amassavam com muita facilidade. Ela havia dormido no avião, e sua trança estava um pouco bagunçada e solta.

Apesar de sua delicada beleza de boneca, ela havia vivido de forma improvisada, quase nômade, nos últimos dias. Ainda assim, se manteve bem comportada. Exceto por chorar quando conheceu Zhong Jin pela primeira vez, não derramou mais uma lágrima — uma criança doce e atenciosa.

Naquele momento, Zhong Jin esqueceu de seus próprios problemas. Sentiu até uma pontada de compaixão por essa pequena diante dele.

— O que você está olhando? — perguntou Zhong Jin.

Se Zhong Yuntong mencionasse um vestido de princesa ou uma coroa brilhante, ele já havia decidido comprar para ela.

Zhong Yuntong o encarou com seus grandes olhos, as longas e grossas pestanas batendo duas vezes. Cobriu a boca e sussurrou em uma voz extremamente baixa:

— Coxa de frango.

Por tentar manter a voz baixa, seus movimentos pareciam furtivos, como um cachorrinho se esgueirando.

— O quê? Pode falar mais alto? — disse Zhong Jin.

Zhong Yuntong continuou em voz minúscula:

— Agora posso falar alto?

Só então Zhong Jin se lembrou de que, antes de embarcar, havia pedido para ela não falar muito alto para não incomodar os outros. Ela realmente havia levado suas palavras a sério e se lembrava delas até agora.

— Pode falar normalmente, mas não muito alto.

— Ah — Zhong Yuntong imediatamente apontou para a mesa atrás deles, os olhos cheios de desejo. — Por que aquele franguinho está usando roupas crocantes?

— ... — Zhong Jin ficou sem palavras.

Zhong Yuntong finalmente teve seu desejo realizado e começou a comer a coxa de frango crocante, segurando-a com as duas mãos. Logo suas bochechas estavam untadas de gordura. Zhong Jin, já tendo terminado sua refeição, sentou-se ao lado dela, limpando suas mãos e rosto para evitar que a gordura manchasse suas roupas.

Quando saíram do restaurante, já estava escuro lá fora. Os prédios do CBD atrás deles ainda estavam iluminados, e os carros, com as luzes vermelhas acesas, formavam um fluxo interminável de trânsito. Entregadores em scooters elétricas se esgueiravam entre os veículos parados. Era uma cena familiar, mas, após um ano afastado e agora retornando com uma criança, Zhong Jin sentiu como se tudo tivesse se tornado estranhamente desconhecido.

Carregando Zhong Yuntong, Zhong Jin atravessou a faixa de pedestres e seguiu em direção ao shopping do outro lado da rua.

Percebendo que não estavam indo de volta para o hotel, Zhong Yuntong chutou as pernas em protesto:

— Eu quero dormir.

— Primeiro vamos comprar roupas. — Zhong Jin respondeu.

Zhong Yuntong imediatamente encostou a testa no ombro de Zhong Jin:

— Não compra nada. Quero dormir.

Zhong Jin ignorou.

— Ahhhh, meus olhos estão quase fechando. — resmungou Zhong Yuntong.

— Então fecha por um tempinho. — respondeu Zhong Jin.


Capítulo 8

A pequena que havia dito que seus olhos estavam quase fechando ficou imediatamente fascinada por um pequeno trenzinho que corria pelo chão assim que entraram no shopping. Ela insistiu em arrastar Zhong Jin para andar nele duas vezes. Ela ainda queria sentar no assento do motorista do trem, segurando o volante com as duas mãos e lembrando seu “papai” atrás dela:

— Estamos virando, segure firme, por favor.

Zhong Jin, com suas longas pernas dobradas de forma desconfortável, sentou-se no colorido trenzinho de desenho animado. Como único passageiro masculino e com sua aparência marcante, sua presença era impossível de ignorar. Para disfarçar o constrangimento, Zhong Jin assumiu uma expressão levemente aborrecida.

Finalmente, o passeio de trem chegou ao fim. Xiao Tong (Zhong Yuntong) enfiou um pequeno objeto na mão de Zhong Jin e disse:

— Me ajuda a pendurar isso.

Na palma dele havia um chaveiro de Crocs do Happy Meal do McDonald’s. Xiao Tong havia visto uma menina mais velha com um brinquedo pendurado na bolsa e queria fazer o mesmo com seu novo brinquedo.

Ela ainda carregava a pequena bolsa de tricô que Rao Shishi lhe dera como presente junto com a compra de um iogurte. A bolsa de tricô, que tendia a perder a forma, estava agora esticada e quase irreconhecível.

O olhar de Zhong Jin demorou-se por um momento nas palavras “Berry Yogurt” impressas na bolsa. Em vez de pendurar o chaveiro, ele pegou a criança e entrou em uma loja de bolsas próxima.

O atendente os cumprimentou calorosamente, elogiando a fofura da criança, mas informou, com pesar:

— Senhor, não temos bolsas para crianças tão pequenas. Sinto muito.

Zhong Jin carregou Zhong Yuntong para fora da loja, olhou ao redor e voltou a entrar.

— Você poderia me dizer onde encontro uma bolsa igual a dela?

Seguindo as instruções do atendente, encontraram uma grande loja de roupas infantis que vendia de tudo, de roupas a sapatos e bolsas. Zhong Jin respirou aliviado, feliz por não precisarem vagar sem rumo.

O atendente os conduziu até a seção de bolsas e trouxe várias opções adoráveis. Zhong Jin, sem conseguir decidir, pois todas pareciam parecidas, deixou que Xiao Tong escolhesse sozinha.

Zhong Yuntong apontou para uma mochila pendurada na parede.

— Essa é da Peppa Pig. Eu quero essa.

Ela havia assistido recentemente à série animada no tablet na delegacia e se tornado fã.

Zhong Jin olhou para a mochila rosa da Peppa Pig, rechonchuda, e não via graça. Parecia volumosa e pouco prática, recheada com algodão para dar forma tridimensional.

Enquanto questionava o gosto da criança, Xiao Tong, com ajuda do atendente, já havia colocado a mochila rosa da Peppa Pig. Vendo-a assim, Zhong Jin mudou de ideia. A mochila pouco atraente, quando usada pela criança adorável, de alguma forma se tornou fofa.

Zhong Yuntong lembrou-se do chaveiro de Crocs e se aproximou bamboleando com a nova mochila, pedindo que Zhong Jin a pendurasse para ela.

Pouco depois, ela voltou correndo, parecendo ter feito uma descoberta revolucionária.

— Venha rápido! Eu achei algo!

Ela arrastou Zhong Jin pela mão pelos corredores até chegarem à seção de sapatos. Apontando para um par de calçados, exclamou:

— Olha! Os pais estão aqui!

Diante deles havia uma parede de sandálias Crocs. Xiao Tong, pensando ter encontrado os “pais” de seu chaveiro, estava radiante.

Zhong Jin entrou na brincadeira.

— Devemos levar os pais deles para casa também?

— Sim, sim! E os que estão ao lado são irmãos, irmãs e parentes. Vamos levar todos!

Zhong Jin respondeu:

— ...Só podemos levar um.

Xiao Tong piscou os grandes olhos, parecendo um pouco desapontada.

— Ah.

Zhong Jin cedeu:

— ...Tudo bem, no máximo dois.

Depois de passear pela loja por um tempo, a energia de Xiao Tong estava quase esgotada. Ela se agarrou a Zhong Jin, cochilando. Seguindo as recomendações do atendente, Zhong Jin comprou alguns conjuntos de roupas, carregou a criança adormecida em um braço e segurou as sacolas de compras no outro ao saírem do shopping.

De volta ao hotel, o telefone de Zhong Jin tocou. Ele atendeu, trocou algumas palavras, olhou para Zhong Yuntong deitada na cama e disse ao interlocutor:

— Pode subir um instante?

Cerca de dez minutos depois, bateram à porta. Zhong Jin abriu e encontrou uma jovem na casa dos vinte anos. Vestia camiseta simples e jeans, postura ereta, e os olhos brilhantes transmitiam uma confiança refrescante.

Ao ver Zhong Jin, ela sorriu e cumprimentou:

— Capitão Zhong.

Quando Zhong Jin estava em Jing City, havia sido capitão da unidade de investigação criminal da polícia municipal, então as pessoas de lá ainda o chamavam de “Capitão Zhong” por hábito.

— Dra. Du, quanto tempo.

Zhong Jin voltou para o quarto, pegou duas escovas de dentes lacradas em sacos de evidência da mala e as entregou a ela na porta.

— Como mencionei ao telefone, pode agilizar os testes de DNA dessas duas amostras?

— Claro, terei os resultados até amanhã ao meio-dia — respondeu Du Xin, conhecedora da profissão de Zhong Jin, sem fazer mais perguntas.

— Envie a conta e eu farei a transferência.

Du Xin sorriu novamente.

— Certo. Por que não perguntou ao meu mentor? Ele normalmente cuida das suas amostras.

— É um assunto pessoal, então não quis envolver o centro de perícia. Obrigado pela ajuda — Zhong Jin expressou sua gratidão mais uma vez.

— Sem problema algum. Estou apenas fazendo meu trabalho — disse Du Xin, acenando com os sacos de evidência. — Capitão Zhong, se não houver mais nada, vou indo.

— Certo, cuide-se.

Na manhã seguinte, Zhong Jin foi acordado bruscamente por um toque insistente. Ele empurrou Zhong Yuntong, que dormia em seu peito como um porquinho, e tateou o celular na mesa de cabeceira. Vendo o identificador, atendeu:

— Yu Feiyang.

A voz do outro lado estava ofegante, trêmula, como se estivesse correndo.

— Você voltou a Jing City e nem me avisou?

Zhong Jin fechou os olhos e bocejou levemente.

— Sim.

— Quanto tempo vai ficar desta vez?

— Dois dias. Vou embora antes de segunda-feira.

— Vamos nos encontrar antes de você ir. Não seja estranho, Zhong Jin. Onde você está? Vou te encontrar.

Zhong Jin sentou-se, calçou as chinelas e entrou no banheiro.

— A Du Xin não te disse onde estou?

— Não, ela sabe das regras. Só mencionou que você voltou e deixou por isso mesmo.

Zhong Jin apertou pasta de dentes na escova com uma mão.

— Certo, vou te mandar o endereço.

Yu Feiyang era amigo de infância de Zhong Jin. Frequentaram juntos o ensino fundamental e médio, depois ingressaram na academia de polícia — Zhong Jin em investigação criminal e Yu Feiyang em medicina forense. Após a formatura, ingressaram juntos na polícia da cidade. Seus interesses se alinhavam, e suas trajetórias de vida eram quase idênticas.

Mesmo mais tarde, quando os casos de Zhong Jin exigiam perícia forense, Yu Feiyang sempre era o responsável por eles. Du Xin, que havia ido buscar as escovas de dentes na noite anterior, era protegida de Yu Feiyang. Ele a havia orientado durante o estágio, embora ela ainda não tivesse ingressado no centro de perícia e atualmente trabalhasse como médica no departamento de identificação de um hospital particular de alto padrão.

Quando Yu Feiyang chegou ao hotel, Xiao Tong já estava acordada, escovando os dentes com os cabelos parecendo terem sido atingidos por um raio.

Em pé sobre uma cadeira em frente ao espelho, ela movia a escova de dentes de maneira desajeitada pela boca. Zhong Jin estava junto à porta do banheiro, oferecendo orientação:

— Escove de cima para baixo, em movimentos paralelos.

Xiao Tong, com a boca cheia de espuma de pasta de dentes, murmurou:

— Paralelo? O que é isso?

Yu Feiyang, observando de lado com a testa franzida, começou a ficar cada vez mais ansioso. Ele entrou no banheiro, pegou a escova de dentes e começou a escovar os dentes dela ele mesmo.

Quando terminou, Yu Feiyang segurou suavemente o queixo da criança.

— Abra bem a boca, deixa o tio dar uma olhada.

Xiao Tong obedeceu e abriu a boca bem grande.

— Ah.

Yu Feiyang examinou seus dentes cuidadosamente.

— Hm, com base no desenvolvimento dos incisivos centrais, incisivos laterais, caninos e primeiros e segundos molares, eu estimaria a idade dela entre três e quatro anos.

Zhong Jin, que estava arrumando a cama, pegou um travesseiro e atirou em Yu Feiyang:

— Sai daqui.

Devido à natureza do trabalho, estavam acostumados a manter certos detalhes dos casos confidenciais. Zhong Jin não deu nenhuma explicação sobre a criança desconhecida ao seu lado, e Yu Feiyang não fez uma única pergunta. Era como se fossem apenas velhos amigos se reencontrando. Yu Feiyang dirigiu Zhong Jin e Xiao Tong pelas ruas e becos familiares da cidade, rumo a uma pequena loja de macarrão que costumavam frequentar.

A loja de macarrão ficava escondida em um beco antigo, um lugar que apenas os locais saberiam como encontrar.

Zhong Jin e Yu Feiyang conversavam sobre este e aquele assunto, enquanto Zhong Yuntong se esforçava com uma tigela de macarrão maior do que sua cabeça. A tigela era tão grande que era difícil de manusear, e os macarrões particularmente longos. Após muito esforço, Zhong Yuntong conseguiu pegar um longo fio de macarrão. Ela abriu a boca para mordê-lo ao meio, mas antes de sequer provar, os macarrões escorregadios saíram direto de sua boca.

Yu Feiyang olhou para ela e disse:

— Comece a comer pelo topo, não pelo meio. Se você começar pelo topo, vai conseguir comer direitinho.

Depois disso, ele se voltou para Zhong Jin:

— Lembra da Qiu Rong do colégio? Aquela que era muito boa em esportes. No mês passado, ela se suicidou por causa de um amor. Pulou em um lago. Fui eu quem cuidou da identificação.

Zhong Jin ficou atônito por um momento. Lembrou-se de Qiu Rong. No colégio, Qiu Rong era muito próxima de sua ex-esposa, Qiu Sheng. As duas meninas frequentemente iam ao banheiro juntas. Zhong Jin até se perguntava por que as garotas sempre iam juntas. Não era estranho?

— A vida é imprevisível. Quem diria que, quase com trinta anos, um de nossos colegas cometeria suicídio por amor? — suspirou Yu Feiyang, os olhos piscando em direção a Zhong Yuntong. De repente, sua voz se elevou bruscamente: — Ei, sua pequena danadinha, o que você está fazendo?

Zhong Yuntong estava pegando dois fios de macarrão e colocando-os sobre a cabeça, espalhando molho de carne oleoso pelo rosto e cabelo.

— Zhong Yuntong, o que você está fazendo? — Zhong Jin pegou alguns lenços para limpar os macarrões da cabeça dela, com o tom um pouco ríspido.

Zhong Yuntong piscou os olhos, apontou firmemente para Yu Feiyang e acusou em voz alta:

— Ele me disse para comer do topo!

Yu Feiyang, "..."

Zhong Jin, "..."

Zhong Yuntong bateu na própria cabeça confusa:

— Ugh, como eu vou comer isso?

Zhong Jin recebeu uma mensagem de Du Xin, que incluía uma cópia eletrônica de um relatório de identificação. Ele abriu a imagem e rolou até o final para verificar o resultado. Como esperado, o resultado era o que ele antecipava. Transferiu a taxa de identificação para Du Xin e desligou o telefone.

Depois de terminar o macarrão, Zhong Jin perguntou a Yu Feiyang:

— Você trabalha hoje?

— Não, é fim de semana. Finalmente tenho um dia de folga.

— Certo, então pode ficar com ela um pouco? Preciso resolver umas coisas. — Zhong Jin pegou Zhong Yuntong e a entregou a Yu Feiyang.

Yu Feiyang olhou para Zhong Yuntong e chamou Zhong Jin:

— Para onde você vai? Posso te levar de carro.

Zhong Jin acenou, dispensando a oferta, e chamou um táxi na beira da rua. Antes de entrar no carro, disse a Yu Feiyang:

— Leva ela para lavar o cabelo.

Yu Feiyang ajeitou a criança rechonchuda nos braços e disse:

— Certo, então vou levá-la para cortar o cabelo.

Capítulo 9

Em uma pequena barbearia escondida em um beco, a decoração lembrava os anos 80 e 90, quando usavam alicates aquecidos para enrolar o cabelo. O barbeiro era um senhor de cabelos brancos, com as mãos trêmulas segurando a tesoura.

Yu Feiyang empurrou alegremente Zhong Yuntong na cadeira do barbeiro.

— Vovô Wang, corte o cabelo dessa criança.

O Vovô Wang, também conhecido como Tony, colocou os óculos de leitura e se aproximou para inspecionar o cabelo de Zhong Yuntong. Virou a cabeça e perguntou:

— Que comprimento devo cortar?

Yu Feiyang, sentado em um banquinho pequeno com as pernas dobradas, olhava o celular.

— Só aparar um pouco. Desde que não pareça que ela levou um raio, está bom.

— Entendi.

Meia hora depois, Yu Feiyang ouviu um choro alto. Olhou no espelho e viu que Zhong Yuntong havia sido transformada em uma criança com corte tigela.

Seus cabelos pretos e brilhantes estavam lisos sobre a testa, as pontas bem aparadas, como se alguém tivesse colocado uma tigela sobre sua cabeça e cortado em torno dela. Parecia que ela estava usando uma casca de melão preta brilhante na cabeça.

Yu Feiyang ficou pasmo.

— Céus, o que aconteceu?

O Vovô Wang, com a confiança típica de um barbeiro experiente, disse:

— Essa criança tem um cabelo tão bonito, tão escuro e brilhante. Olha como ela ficou viva agora!

Yu Feiyang não sabia o que fazer. Não só precisava descobrir como explicar isso a Zhong Jin, mas também lidar com a criança inconsolável que chorava pelo cabelo perdido.

Depois de levar Zhong Yuntong de volta ao carro, Yu Feiyang tentou consolá-la.

— Escuta, pequena, é o seguinte. Um barbeiro que cobra 10 yuans por um corte de cabelo geralmente não entende a linguagem humana. Você teve azar porque eu estava tentando economizar. Mas estou disposto a compensar você. Vou usar o dinheiro que economizei no seu corte para comprar um chapéu. Que tal?

Zhong Yuntong não quis nem ouvir. Ela continuou chorando.

Seu cabelo era precioso. Todos os dias, ela lavava com água perfumada com flores e aplicava óleos essenciais extraídos de nozes para mantê-lo brilhante e sedoso. A mãe adornava seus cabelos com todos os tipos de pedras preciosas, e quando corria ao sol, o cabelo reluzia.

Agora, tudo isso estava arruinado. Ela parecia um cogumelo.

— Waaaaah! — chorou Zhong Yuntong ainda mais, arrependida de ter adormecido durante o corte.

Yu Feiyang coçou a cabeça.

— Que tal assim? Eu te compro o chapéu mais bonito e ainda te dou um sorvete. Combinado?

Lágrimas encheram os grandes olhos de Zhong Yuntong enquanto ela fungava.

— Não, eu não quero isso. Eu quero comer o frango de roupa crocante.

Quem era esse “frango de roupa crocante”? Yu Feiyang não fazia ideia, mas não estava em posição de questionar.

Então, sem hesitar, concordou.

— Certo, vamos fazer isso. Vamos procurar esse frango de roupa crocante.

Enquanto Yu Feiyang vagava pelas ruas com Zhong Yuntong em busca desse misterioso frango, Zhong Jin chegou a um café e foi direto para uma sala privada no segundo andar.

A sala era elegantemente decorada, com bom isolamento acústico e privacidade. Zhong Jin pediu um Americano gelado e ficou sentado por um momento, até que alguém entrou.

A mulher usava uma camiseta preta justa e jeans largos e rasgados, que revelavam um pouco de sua cintura torneada. Tinha uma figura alta e atlética, mas o rosto estava completamente coberto por um chapéu, óculos escuros e máscara.

Quando entrou na sala, a mulher retirou os óculos e a máscara, revelando traços marcantes.

Ela olhou para Zhong Jin e sentou-se friamente à sua frente.

Era o primeiro encontro desde o divórcio, e a atmosfera era constrangedora. Nenhum dos dois falou por um momento.

Zhong Jin esfregou o nariz e perguntou:

— O que você quer beber?

Ao mesmo tempo, Qiu Sheng, fria como um iceberg, perguntou:

— Por que você quis se encontrar comigo?

Outro silêncio se seguiu. Qiu Sheng disse:

— Não quero nada. Vai direto ao ponto.

Zhong Jin passou a mão pelos cabelos, o rosto bonito carregando uma leve expressão de confusão.

Na época, Qiu Sheng se encantara com seu jeito bonito, porém melancólico. Agora, no final dos 20 anos, Zhong Jin havia perdido o charme juvenil, mas sua aura madura e calma era ainda mais atraente.

No entanto, após o divórcio, os sentimentos de Qiu Sheng por ele haviam mudado. Zhong Jin ainda era bonito, mas ela não sentia mais aquele frio na barriga ao vê-lo.

Ela recostou-se no sofá, os olhos cor-de-pêssego fixos nele, curiosa para saber por que ele havia pedido o encontro.

Zhong Jin deu um grande gole em seu café e colocou o copo gelado de volta na mesa. Com voz rouca, disse:

— Qiu Sheng, eu tenho uma filha.

A mente de Qiu Sheng ficou em branco por um instante, e então pareceu que um martelo havia atingido seu coração. Lágrimas surgiram nos olhos e escorreram pelo rosto até o queixo.

Zhong Jin entregou-lhe um lenço da mesa e continuou:

— Uma criança apareceu de repente, dizendo ser minha filha. O teste de DNA confirmou. Eu queria te perguntar se você sabia de algo. Afinal…

Sua voz ficou ainda mais rouca:

— Afinal, você é a única pessoa com quem estive.

Qiu Sheng mordeu o lábio inferior com força, conseguindo finalmente falar após uma longa pausa.

— Ficamos juntos por 10 anos, casados por 4. Você realmente acha que eu poderia ter uma criança sem que você soubesse? Zhong Jin, você está louco? Me chamou aqui só para se gabar de ter uma filha? Não consigo acreditar nisso. Devo ter sido cega para me apaixonar por alguém tão sem vergonha como você.

Após algumas palavras de raiva, as lágrimas de Qiu Sheng começaram a cair novamente.

Zhong Jin estendeu a mão, hesitou e depois a recolheu.

— Não seja assim. Tudo isso é tão bizarro. A criança simplesmente apareceu do nada, e eu estou tão surpreso quanto você. Por isso quis conversar.

Qiu Sheng pegou um lenço e o pressionou contra os olhos, cerrando os dentes:

— Não acredito que você não teve nada a ver com isso. Como uma criança poderia simplesmente aparecer?

— A criança realmente apareceu. — As palavras escaparam antes que Zhong Jin pudesse se conter.

Qiu Sheng parou de chorar, os olhos castanho-claros gelados enquanto o encarava.

— Zhong Jin, eu pareço idiota para você?

Com isso, Qiu Sheng se levantou.

Ao alcançar a xícara de café, Zhong Jin fechou os olhos e se inclinou para frente, preparando-se para o inevitável.

O café frio escorreu pela testa dele, manchando a camisa branca com manchas marrons.

Depois que Qiu Sheng saiu, Zhong Jin ficou sozinho no café por muito tempo. A criança não era de Qiu Sheng, e ele não conseguia imaginar outras possibilidades. Ele realmente não havia estado com mais ninguém. Toda a situação parecia um emaranhado de fios, e ele se sentia mais perdido do que nunca. Todas as suas habilidades investigativas eram inúteis ali.

Quando seu telefone tocou, Zhong Jin atendeu e encontrou Yu Feiyang na linha, perguntando se ele já tinha terminado.

Zhong Jin enviou a Yu Feiyang o endereço do café.

Yu Feiyang e Zhong Yuntong estavam em um KFC próximo. Depois de terminarem o frango frito, Zhong Yuntong insistiu em embalar uma refeição para Zhong Jin, e Yu Feiyang a levou até o café.

Zhong Yuntong usava um chapéu tipo pescador cor de chocolate que escondia seu corte tigela, com uma mochila da Peppa Pig nas costas. Ela se esgueirou para fora do banco do carro e ficou perto da porta, com o olhar fixo na janela entreaberta de um carro próximo.

Ela piscou.

— Hã? Mamãe?

A mulher seguiu dirigindo, e Zhong Yuntong farejou o ar, sem saber se realmente era o cheiro da mãe.

Yu Feiyang saiu do banco do motorista e perguntou:

— O que você está olhando?

Zhong Yuntong apontou para onde o carro tinha estacionado.

— Mamãe.

Yu Feiyang seguiu o dedo dela e viu um grande cachorro amarelo descansando à sombra.

— Isso é um cachorro, não sua mãe — disse Yu Feiyang, pegando-a no colo e carregando-a nos ombros para encontrar Zhong Jin.

— Ei, o que aconteceu com sua camisa? — perguntou Yu Feiyang assim que entraram na sala privada, notando as manchas de café.

— Nada, só derramei um pouco de café — desviou Zhong Jin. — O que vocês dois estavam aprontando?

Yu Feiyang respondeu:

— Passei metade do dia procurando esse “frango de roupa crocante” com a criança.

Zhong Jin corrigiu:

— Frango frito crocante.

Yu Feiyang olhou para a expressão satisfeita de Zhong Jin e revirou os olhos para ela do outro lado da sala.

— Agora você decide falar? Quando te mandei mensagem antes, você fingiu que estava morta.

Zhong Jin pegou o telefone, desbloqueou, e de fato havia várias mensagens de Yu Feiyang no app social:

【Emergência, mano! Que história é essa de franguinho de roupa crocante?】

【É um brinquedo?】

【Você vai responder? Meus pés estão quase queimando de tanto andar.】

【Essa criança parece minúscula, mas carregá-la é exaustivo.】

— Desculpa, não vi suas mensagens — disse Zhong Jin, colocando o telefone com a tela virada para baixo na mesa de café.

Xiao Tong entregou a Zhong Jin a sacola do KFC que estava segurando.

— Você também ganhou um — disse ela, segurando o franguinho de roupa crocante.

Zhong Jin pegou a sacola.

— Obrigado. — Notando o pequeno chapéu na cabeça da criança, perguntou: — Por que você está usando chapéu nesse calor?

Zhong Yuntong imediatamente levantou as duas mãos para segurar firme o chapéu de pescador.

— Não é nada, nada — disse, mas sua expressão atrapalhada mostrava claramente o contrário.

— O que está acontecendo? — Zhong Jin olhou para Yu Feiyang.

— Bom, é o seguinte… — começou Yu Feiyang. — Mais cedo, quando nos separamos, você não me disse para levá-la ao corte de cabelo? Então a levei àquela barbearia que costumávamos frequentar antigamente — aquela do Vovô Wang. Lembra dele?

Zhong Jin interrompeu:

— Vai direto ao ponto.

Yu Feiyang fechou os olhos, estendeu a mão e arrancou o chapéu da cabeça da criança.

— E então aconteceu isso.

Zhong Jin ficou olhando para a garotinha de corte tigela por um instante, completamente perplexo. O que? Ela enviou uma pequena e fofa angelical esta manhã, e agora voltou parecendo uma batata um pouco confusa?

— Quem te disse para cortar o cabelo dela? — exigiu Zhong Jin.

Yu Feiyang, sabendo que estava errado, forçou um sorriso constrangido.

— Não foi você? Você disse para levá-la ao corte de cabelo.

— Eu disse para levá-la para lavar o cabelo. E só disse isso porque você a ensinou a colocar macarrão na cabeça.

— Ah, então era isso que você quis dizer. Ops, foi mal.

Zhong Jin se levantou de repente e começou a dar palmadas em Yu Feiyang.

— Você cortou o cabelo dela e ainda a levou para a barbearia do Vovô Wang? Você sabe que ele só faz cortes de menino e que ele teve um AVC há dois anos — mal consegue segurar a tesoura firme. Você está louco?

Yu Feiyang se abaixou e desviou, tentando escapar dos golpes.

A pequena sala do café mergulhou no caos. Xiao Tong ficou perto da mesa de café, puxando um pedaço de frango frito da sacola e mordiscando-o junto com seu brinquedo de franguinho crocante. De vez em quando, ela gritava animada:

— Boa, acertou!


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