Capítulo 81 ao 85


 Capítulo 81 – Chantageando com a Própria Morte (2)

RU’ER! — gritou a Matriarca Wen, horrorizada.

No instante em que Wen Ru caiu, inerte, ao lado de uma Ye Mu atônita, sua mãe correu para dentro do cômodo e a tomou nos braços, apertando o corpo ensanguentado contra o peito.

Naquele momento, a respiração de Wen Ru já estava fraca enquanto ela segurava com força a mão da mãe. Com dificuldade, murmurou:

— Foi ela... ela tentou me matar... porque... eu matei a mãe dela...

Ye Li só conseguiu entrar no aposento algum tempo depois.

— O que está acontecendo?!

No instante em que Wen Ru viu Ye Li, suas lágrimas começaram a escorrer.

— General, general... — soluçou, coberta de sangue e com uma expressão lastimável. — Eu rea-realmente nunca te traí... foi... foi ela! Ela armou pra mim!

Wen Ru estendeu a mão na direção de Ye Li.

— Foram dez anos... como marido e mulher... General, eu estou disposta a usar a minha vida para provar... minha... inocên...

Suas últimas palavras se esvaíram no ar.

O olhar de Ye Li foi ficando mais afiado a cada frase, mas antes que pudesse processar tudo, a mão de Wen Ru caiu sem vida no instante seguinte. A esposa do primeiro-ministro abraçou o corpo da filha e soltou um grito lancinante:

Ru’er! Como você pôde ser tão tola! Mamãe sabe que você é inocente. Mamãe também sabe disso!

Ye Mu, despertando do choque inicial, foi obrigada a recuar dois passos com o alvoroço dos presentes. Ela afrouxou o aperto no punhal, que caiu no chão com um som metálico.

Ao verem a adaga suja de sangue, uma mulher ao lado da esposa do primeiro-ministro apontou para Ye Mu e gritou:

— Rápido, prendam essa menina! O crime de assassinar a senhora é punível com a morte! Ela não pode sair impune!

Mal a mulher terminou de falar, os presentes já queriam avançar, mas Ye Li foi mais rápido e se adiantou.

— Parem!

Dentro da residência do general, a família Wen não ousava agir impulsivamente. Por isso, a matriarca só pôde erguer a cabeça e dizer com indignação:

— Será que o general pretende proteger essa assassina? — Sua voz se elevou num tom de fúria. — Vai se tornar inimigo da minha casa por causa de uma concubina?!

— Eu não matei ninguém.

Ye Mu falou de repente, atraindo todos os olhares. Eles estavam furiosos e desconfiados, mas quanto mais desfavorável a situação, mais serena ela se mostrava.

Com o rosto firme, repetiu em voz alta e clara:

Eu não matei ninguém!

— Mentira! — A matriarca Wen apontava para ela com os olhos injetados de sangue. — Ru’er disse que você a matou por vingança pela morte da sua mãe!

Ela cuspiu com desprezo:

— Como a vida de uma simples concubina pode se comparar à da minha filha? Já basta você manchar sua reputação — agora ainda tira a vida dela? Vou mandar alguém te prender agora mesmo!

Ye Mu sabia que, se não falasse agora, não teria mais oportunidade de se defender. Por isso, gritou com firmeza:

— Ela se suicidou! Ela caiu longe da cadeira. Foi claramente esfaqueada enquanto estava de pé, e eu nem sou tão alta quanto suas pernas! Como eu poderia tê-la esfaqueado no peito?

Ela apontou os fatos friamente, com convicção:

— Além disso, uma ferida de suicídio em humanos costuma ser um corte reto no abdômen. Se eu a tivesse atacado, seria um golpe vertical! Quanto ao motivo dela querer me incriminar... isso não preciso nem dizer.

— Que língua afiada!

A matriarca Wen entregou cuidadosamente o corpo de Wen Ru a algumas pessoas e se levantou, furiosa. Avançou até Ye Mu com cada passo carregado de raiva.

— Está dizendo que minha filha armou contra você? Quem você pensa que é?! Usar o suicídio dela como desculpa?!

Ye Mu ergueu o rosto e a encarou sem o menor traço de medo.

— Ela tinha medo que eu fizesse algo contra o filho dela. Sabia que o fim da sua ida ao templo já estava decidido. Estava com medo de ser abandonada, com medo de seu filho ser reduzido a nada. Ela se equivocou ao pensar que fui eu quem a prejudicou. E nem depois de morta teve arrependimento no coração!

Cale a boca! — A esposa do primeiro-ministro avançou sobre Ye Mu, tentando agarrar sua gola com as unhas afiadas!

Com essas palavras, Ye Mu havia exposto abertamente o verdadeiro motivo de Wen Ru — o que deixou a mulher tão furiosa que seu corpo inteiro tremia.

Sua filha havia se sacrificado para proteger sua reputação. Ela jamais permitiria que alguém a manchasse!

— Não importa o quanto você se justifique, como concubina, sua morte é certa!

Ela estendeu a mão para empurrar Ye Mu de lado, mas logo se virou para Ye Li e declarou:

— Se o general não quer lidar com essa questão, então esta madame não se importa de levá-la até a Corte Imperial. Peço uma decisão justa da sua parte!

Capítulo 82 – Forçada a Entrar no Mundo (1)

Chega! — Ye Li gesticulou com a mão, a testa começando a latejar. Era óbvio que ele estava extremamente irritado com toda aquela situação!

As palavras de Ye Mu o haviam acalmado da raiva anterior. Após ponderar por um momento, ele sabia que Ye Mu não estava mentindo. Também sentia que tudo aquilo havia sido um plano de Wen Ru. Agora que estava morta, poderia preservar sua reputação e ainda assim levar sua vingança.

Mas Ye Mu...

Ele fitou a pequena criança à sua frente com olhos firmes como sinos. Wen Ru havia decidido levar Ye Mu consigo para a morte. E com a família Wen presente, a situação estava se tornando cada vez mais delicada...

— O general pretende proteger essa criaturinha desprezível? Ferir a própria mãe, desrespeitar os superiores... uma criança tão desleal e ingrata assim — ainda que morra dez mil vezes, não será o bastante! — A esposa do primeiro-ministro jamais pensou que o general defenderia essa garota bastarda mesmo com o corpo de sua filha diante dele. Ver Ye Li hesitando repetidas vezes fez sua raiva se intensificar ainda mais. Será que o corpo precioso da minha filha vale menos que o de uma concubina? Pensando nisso, seus olhos se encheram de aversão. As maçãs do rosto salientes e os lábios finos se cerraram com força.

Naquele momento, ela estava decidida a matar Ye Mu!

Ye Li realmente não queria abrir mão de Ye Mu. Afinal, aquela criança já o surpreendera diversas vezes. Mas, pensando racionalmente, ela não valia o conflito com a residência do primeiro-ministro. Além disso, ele ainda desejava estabilizar sua posição junto àquela poderosa família...

Ele encarou Ye Mu por um momento — e ela também o olhava com expectativa. Ela já havia explicado tudo com tanta clareza, era impossível que Ye Li não conseguisse distinguir o verdadeiro do falso.

Mesmo assim, por mais que Ye Mu pensasse assim, em seu coração, ela se sentia extremamente insegura quanto à decisão de Ye Li. E a cada segundo que passava, o olhar dele sobre ela ficava mais gélido.

O coração de Ye Mu tremeu levemente, e então ela ouviu Ye Li dizer:

— A sogra tem razão...

Ele se virou, desviando o olhar dela.

— Ye Mu assassinou a própria mãe, as provas...

Pai! — Ye Mu fechou os olhos e gritou de repente, interrompendo suas palavras.

Esse chamado fez Ye Li sentir uma pontada de vergonha. Nunca havia sentido isso antes, mas por algum motivo, ao ouvi-la chamá-lo de pai, sentiu o rosto se contrair e até mesmo arder de forma inexplicável.

— Você... ainda tem algo a dizer?

A voz de Ye Li soou fraca. As pessoas da residência Wen, por outro lado, estavam impacientes, encarando Ye Mu com desprezo.

Apenas uma filha de concubina... por que precisamos ouvir o que ela tem a dizer? pensavam todos, com o desdém estampado no rosto.

Ye Mu abriu os olhos novamente, e seus olhos redondos como os de um gato estavam absolutamente serenos. Ela até mesmo sorriu, mostrando os dentinhos afiados.

— Pai, abaixe-se. Tenho algo para te contar.

General! Por que ainda precisa ouvi-la? Leve-a imediatamente! — pressionou a matriarca Wen do outro lado.

Ye Li fez um gesto com a mão, mandando silenciar os clamores ansiosos. Hesitou por um momento antes de se inclinar. E então, finalmente, ouviu Ye Mu sussurrar...

— Pai, se eu tivesse um jeito de matar o Primeiro-Ministro... você ainda deixaria que eu morresse?

Ye Li ficou paralisado, todo o corpo enrijecido!

Ao ver a expressão de Ye Li mudar drasticamente, a esposa do primeiro-ministro sentiu-se ligeiramente inquieta.

General, do que está esperando? — gritou, aflita. — É só uma escrava filha de concubina. Por acaso quer que a Residência do Primeiro-Ministro faça justiça com as próprias mãos?!

Ye Li não olhou para ela. Só conseguia encarar Ye Mu, estupefato. Os olhos claros daquela garotinha o fitavam com um brilho que ele não conseguia compreender.

O plano original de Ye Mu era seguir à sombra de Mo Linyuan, sem se envolver em nada. Agora que Mo Linyuan a ajudaria a conseguir aquele esquivo mapa das fronteiras da cidade, sua situação havia se tornado urgente demais para ser ignorada. Com o outro lado determinado a se livrar dela, um sentimento de fúria cresceu dentro de si. A vontade de intervir e resolver tudo rapidamente se intensificou, e por isso ela abrira a boca no último segundo.

E no instante em que disse aquelas palavras, Ye Mu finalmente havia cravado sua existência de forma definitiva neste mundo.

Capítulo 83 – Forçada a Entrar no Mundo (2)

Ye Mu ficou na ponta dos pés e sussurrou, palavra por palavra, no ouvido de Ye Li:

— O Primeiro-Ministro apoia abertamente o Imperador Zhao, mas eu sei que a Concubina Imperial Ru, que ele enviou ao palácio, está grávida!

Ela continuou:

— Além disso, ele mandou alguém fazer um diagnóstico secreto e descobriu que a criança com certeza é um menino! Agora que Sua Majestade está doente, não são poucos os que sabem da sua condição... e quem não teria seus próprios motivos ocultos? Se a notícia de que o Primeiro-Ministro está protegendo essa criança ainda não nascida chegasse ao Imperador Zhao... o pai ainda acha que a residência do Primeiro-Ministro estará segura?

Conforme Ye Li escutava, a expressão em seus olhos mudava constantemente.

— E se for esse o caso... o senhor está disposto a matar a própria filha — uma filha que está disposta a ajudá-lo com suas habilidades — por causa do inimigo?!

A voz de Ye Mu foi excepcionalmente gélida ao dizer aquelas últimas palavras, e isso causou um calafrio tão intenso em Ye Li que ele chegou a suar frio!

De repente, ele se endireitou e lançou um olhar hesitante para Ye Mu, perguntando, com certa incerteza:

— Quem diabos é você?!

Ye Mu riu, divertindo-se com a reação dele, e respondeu com um ar travesso:

— Ora, sou sua filha! E mais ainda, sua filha que o adora de todo coração. Mesmo assim, o senhor tem coragem de permitir que sua filha... sofra essas injustiças?

Seus olhos passaram por sobre o corpo de Wen Ru, e o significado era evidente. O coração de Ye Li ficou em turbulência, e ele até sentiu um leve medo de Ye Mu.

No entanto, ao pensar no que ela dissera — sobre a doença do Imperador, sobre o tesouro antigo que ela lhe entregara, e agora sobre uma oportunidade de eliminar o Primeiro-Ministro —, ele compreendeu que, de fato, ela vinha ajudando-o esse tempo todo!

Pensando nisso... Ye Li finalmente se acalmou.

A esposa do Primeiro-Ministro, preocupada, continuou pressionando com severidade:

— General, o que o senhor quer dizer com isso? Vai mesmo acobertar essa bastarda?!

Ye Li fechou os olhos. Quando os abriu novamente para encarar a esposa do Primeiro-Ministro, não havia mais nem um traço de hesitação ou medo. Se o que Ye Mu dissera fosse verdade, então haveria um espetáculo grandioso entre o Primeiro-Ministro e o Imperador Zhao.

E se fosse mentira... ainda assim, Ye Mu era apenas uma criança — mas capaz de arquitetar algo tão engenhoso em meio ao perigo. Já valeria a pena entrar em conflito com a família do Primeiro-Ministro por uma mente tão sagaz.

Ele declarou com firmeza:

— Ainda há pontos suspeitos sobre a morte da minha esposa. Além disso, isso é um assunto da minha casa. Este general precisa investigar com cautela, para não acusar injustamente um inocente, nem proteger um culpado.

— Então... — A matriarca Wen tremia de raiva. Apontando para Ye Li, demorou-se antes de finalmente falar: — Então o senhor pretende proteger ela?! Vai mesmo virar inimigo da residência do Primeiro-Ministro sem hesitar?!

Ye Li também não era um homem virtuoso. Ele zombou:

— Minha sogra, eu a respeito e por isso a chamo assim. Já que Wen Ru se foi, quero que parta deste mundo com alguma dignidade.

— Está me ameaçando? — A esposa do Primeiro-Ministro mal conseguia acreditar na situação diante de si. — Ela era sua esposa! Se esse escândalo se espalhar, que honra restará à sua residência?!

Ye Li lançou um olhar para Ye Mu, cujo rosto estava um pouco pálido. Havia algo que o incomodava, e seu tom se tornou mais impaciente:

— Acha mesmo que me importo com reputação? Se o Primeiro-Ministro não interferir, então minha esposa receberá um enterro digno, e seu filho continuará sendo meu legítimo herdeiro até o fim da vida. Mas se ele interferir... as consequências serão sérias.

A esposa do Primeiro-Ministro ficou tão furiosa que sua visão escureceu. Se não fosse por alguém a amparar, teria desmaiado no local.

— Muito bem... muito bem! — Ela riu de raiva. O peito apertado tornava a respiração difícil, e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

Ainda assim, ela só conseguia rir loucamente!

— Sempre ouvi rumores de que Ye Li era frio e sem coração, mas achava que estavam exagerando! — Sua voz era carregada de mágoa e ira. — Mas minha filha... foi casada com você por mais de uma década! E foi só isso que você fez por ela no fim...

As lágrimas escorriam enquanto ela cerrava os dentes e dizia com amargura:

— Quero ver se um dia alguém vai arriscar tudo por você! Já que é tão cruel, então, a partir de hoje, esta residência do Primeiro-Ministro considerará como se jamais tivesse casado uma filha com a família Ye!

Capítulo 84 – Eu Vou Levar Alguém Comigo (1)

Enquanto a família Wen partia com um clima sombrio, Ye Li finalmente sentiu o cansaço tomar conta dele. Ele lançou um olhar para o corpo de Wen Ru, mandou seus servos envolvê-lo e escondê-lo por enquanto. Esse assunto ele resolveria depois.

A infeliz Wen Ru pensou que, se morresse, levaria Ye Mu junto para a sepultura. Mas quem poderia imaginar que isso não aconteceria? Se ela soubesse antes, certamente não teria escolhido morrer.

Ye Mu olhava para o corpo sem nenhum traço de compaixão. Não havia porquê, afinal, aquela mulher ameaçara sua vida. Mesmo morta, não teria piedade na outra vida. Além disso, já que insistiam em causar problemas para ela, então... não deveriam culpá-la por agir primeiro!

Como era de se esperar, no segundo seguinte, o olhar de Ye Li recaiu sobre Ye Mu:

— Fale, como você vai provar que tudo o que disse agora é verdade?

Ao ouvir isso, Ye Mu fixou o olhar em Ye Li por um instante. Ficou em silêncio por um tempo, então baixou a cabeça e disse:

— Se eu dissesse que menti para proteger minha vida, o senhor me mataria por raiva?

Apesar dessa possibilidade em suas especulações anteriores, quando Ye Mu realmente admitiu, Ye Li não ficou furioso como imaginara.

Ele franziu a testa e ficou em silêncio por um longo tempo, antes de soltar um bufar frio:

— Você ousa me enganar? Seu moleque, deve ter muita coragem!

Embora falasse sério, suas palavras não carregavam raiva. Só mostravam que Ye Mu havia se esforçado bastante, e por isso ocupava um lugar em seu coração.

Ye Mu pareceu perceber isso e soltou um longo suspiro de alívio.

— Na verdade... aquelas palavras não eram mentira. A pessoa que me contou da grave condição do imperador da última vez veio me procurar de novo e me contou essa notícia. Não sei se é verdade, mas com sua inteligência, pai, o senhor deve descobrir rapidamente.

Ao ouvir que se tratava daquele homem misterioso, as grossas sobrancelhas de Ye Li se franziram imediatamente. Perguntou em voz baixa:

— Se é assim, por que não falou antes?

Ele olhava fixamente para Ye Mu, como querendo saber que mais ela estava escondendo.

Ye Mu balançou a cabeça:

— No começo não falei porque tinha medo. Achava que, se dissesse isso, o senhor pensaria que eu só inventava histórias por ódio à madame. Além disso, eu precisava me proteger das ações da madame antes... e tinha muito medo de que, se fosse mentira, ela usasse isso contra mim.

No fim das contas, ela foi quem falou e se defendeu. E, até pouco tempo, fora encurralada.

Esse fato mexeu com o coração frio de Ye Li, fazendo desaparecer qualquer pensamento de fúria. Se fosse outra criança, teria sido difícil pensar tão profundamente; portanto, ele não podia culpá-la por ser tão reservada.

Ye Li ficou em silêncio por um momento e então sussurrou:

— Você fez bem. Mas qualquer informação que chegar até você — tem que me contar na hora. E se aquele homem de preto voltar a procurá-la, não deve esconder nada de mim.

Ye Mu assentiu.

Vendo que ela estava comportada, Ye Li não pôde evitar estender a mão e tocar sua cabeça, onde os cachos haviam se soltado da luta com Wen Ru...

Essa garota também poderia ser considerada azarada. Não só passara por um desastre inimaginável, como a cena anterior a havia feito perder a vivacidade que tinha.

Ao pensar nisso, um sentimento estranho se espalhou no coração de Ye Li. Especialmente quando os cabelos finos e macios dela roçaram sua palma, ele sentiu, de repente, o significado da expressão: “sangue é mais grosso que água”.

— Quase mandei você embora junto com a família Wen. Você me odeia? — Antes que Ye Li se desse conta, já havia feito essa pergunta.

Ye Mu pensou por um instante e respondeu:

— Pai, o poder é realmente tão importante? Para ser imperador, é necessário... perder pessoas importantes para você?

Capítulo 85 – Eu Vou Levar Alguém Comigo (2)

As palavras de Ye Mu fizeram o canto da boca de Ye Li se apertar novamente. Ele puxou a mão para trás, colocando-a ostensivamente nas costas.

— O país que a família Qi governa — metade dele deveria ser meu! Mas se se recusam a me entregar, então só me resta tomar à força.

Ao terminar, olhou para baixo, sua expressão tomada por um frio quase de ferro e sangue.

Depois de um longo silêncio, Ye Mu finalmente tomou sua decisão:

— Entendo. Pai, eu vou ajudar o senhor, com certeza.

Dessa vez, ela estava séria! Não importava quem fosse, já que se envolvera no caos do país Yue, faria tudo para encerrá-lo o quanto antes!


Do outro lado, Mo Linyuan estava sentado num balanço em um amplo pátio, ouvindo o relato detalhado dos seus subordinados sobre o que acontecera no país Mo durante sua ausência. Ele havia trocado as roupas de escravo por vestes puras e brancas, com um raro brocado cor de luar e uma coroa prateada adornando a cabeça. Parecia uma criança imortal caída no mundo mortal.

Um subordinado não se conteve e acrescentou:

— Sua Alteza foi sequestrada por alguns meses, e a situação na corte só se tornou mais tensa a cada dia. Sua Alteza deve voltar para tomar conta do que está acontecendo!

Mo Linyuan sabia bem o quanto era urgente seu retorno, mas…

— Não há pressa — franziu a testa — Quero levar alguém comigo, mas trazê-la será um processo muito complicado. Por isso, decidi apoiar alguém para facilitar as coisas. Estou falando sério.

O homem ajoelhado arregalou os olhos ao ouvir isso.

Quem precisava que o príncipe herdeiro convocasse uma força tão grande?

Ele respondeu ansioso:

— Mas isso é assunto do país Yue. Se nos envolvermos, será como atear fogo…

Mo Linyuan sorriu:

— De jeito nenhum. Pedi que investigassem um tal Yan Xu. Conseguiram alguma informação?

— Ainda não… mas acredito que em breve teremos notícias.

Mo Linyuan ignorou os olhares hesitantes e guardou seus pensamentos para si.

— Então não há pressa — sorriu — A pessoa que quero está aqui, então não importa o quão caótico esteja o país Yue, eu só quero ficar aqui.


Alguns dias depois, a mansão do general estava em luto. Ao mesmo tempo, o ambiente na residência tornara-se pesado. Ye Li estava usando os tesouros do velho pátio e se preparando para uma grande batalha!

Ye Mu achava evidente que a forma mais rápida de acalmar o caos era deixar Ye Li subir ao trono do dragão com sucesso. Afinal, não importava quem se tornasse imperador, essa pessoa provavelmente teria uma posição instável com Ye Li ainda vivo. Além disso, ela nem precisaria agir sozinha com alguém tão poderoso ao seu lado.

Por que, então, deveria sacrificar sua própria segurança?

Além disso, enquanto Yan Xu não a notasse, ele não teria chance de virar o jogo. E se Mo Linyuan conseguisse realmente obter o Mapa do Exército Proibido, Ye Li poderia invadir o palácio imperial com certeza absoluta.

Portanto, já que as chances de sucesso de Ye Li eram tão grandes, para que hesitar? Quanto a Yan Xu… só podia pedir desculpas.

Como ele também não queria voltar para ela, não havia outra escolha a não ser deixá-lo seguir seu caminho. De qualquer forma, ela sabia que o Oficial Liu fora dopado e os subordinados de Mo Linyuan haviam voltado para seu lado. Era mais seguro para ele ficar na propriedade daquele oficial do que na traiçoeira residência do general.

Ye Tian havia ido arrumar confusão com ela várias vezes e, devido ao feio incidente com Wen Ru, a residência do Primeiro-Ministro já começava a mostrar sinais de se afastar da do General.

No entanto, o Primeiro-Ministro mantinha em sigilo absoluto o fato de a Concubina Rou estar ou não grávida; Ye Li não tinha como descobrir, então adiava seus planos e aguardava o momento ideal para agir.

Até que um dia, um banquete foi organizado no palácio imperial, com convite para todas as moças solteiras das famílias aristocráticas da cidade.


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