Capítulo 91 ao 95


 Capítulo 91 – Entrando numa Prisão (2)

Essa também era a razão do seu novo ódio. Ele nunca confiara em ninguém tanto quanto confiava em Ye Mu. No entanto, foi só anteontem, quando o Imperador o convocou secretamente, que descobriu que o Imperador estava completamente bem e saudável!

Era risível pensar que o Imperador estava à beira da morte. Depois de tantas movimentações seguidas, ele quase decidiu agir.

No fim, tudo não passava de uma farsa!

— Ela não mentiu para você!

Mo Linyuan o agarrou com um olhar gelado.

— O Imperador realmente não teria muito tempo de vida.

— Heh, não é? — Ye Li se aproximou de Mo Linyuan passo a passo. — Você sabia que o Imperador participou hoje do banquete de escolha de consorte do Segundo Príncipe?

Como uma pessoa cheia de vigor poderia morrer? Ye Li ainda não conseguia acreditar nas palavras do jovem.

Mo Linyuan não se preocupou com ele e logo disse:

— O Pó de Alimento Frio tem a capacidade de fortalecer o corpo masculino, curar impotência e, ao ser misturado com algumas ervas raras, possui o efeito milagroso de reviver um moribundo! Porém, é apenas temporário. Pessoas saudáveis que tomam por muito tempo adoecem em poucos anos, quanto mais quem já está doente.

Ye Li ficou surpreendentemente chocado ao ouvir isso.

— Você... quer dizer que o Imperador tomou um remédio e por isso...

— Exatamente! Se você consumir esse Pó de Alimento Frio fortalecido, ele vai te excitar tanto que seu corpo ficará quente e seco e seu tato extremamente sensível. Você terá que tomar o pó com vinho quente, tirar as roupas e suar para espalhar completamente os efeitos dessa medicina — acho que você já viu o Imperador. Pense bem, os sintomas dele não coincidem com o que acabei de descrever?

O coração de Ye Li disparou ao se lembrar da vez em que foi convocado pelo Imperador e viu sua aparência. Então... não foi Ye Mu quem mentiu para ele, mas o Imperador estava secretamente tomando um remédio proibido?

Então... ele estava culpando a pessoa errada?

Mo Linyuan respondeu com fervor.

— Parece que você já entendeu. Além disso, estou certo, não estou? Você errou sobre ela — quero que salve Mu’er agora mesmo!

— Já é tarde demais... — Ye Li murmurou para si mesmo. — O Imperador quer uma garota e despreza escravos. Ela já está no palácio há meio dia, receio que...

— Eu não ligo! Agora, me leve até o palácio. Caso contrário, garanto que você não conseguirá o mapa proibido da Guarda Imperial!

— Você... ousa me ameaçar? — Ye Li encarou Mo Linyuan e disse: — Você mentiu para mim. Não é mudo. E ainda ousa me ameaçar agora — você realmente tem coragem de ferro!

Com o som de um papel rasgado ao meio, o mapa praticamente se partiu diante dos olhos de Ye Li. Naquele momento, sua expressão ficou extremamente perigosa.

— Pare!

Por trás do mapa estavam os olhos sérios de Mo Linyuan.

— Quero que me leve ao palácio agora!


— Alguém venha! Tragam-nas para servir a Sua Majestade! — Consorte Rou ergueu a voz e riu.

Ye Mu deu um passo para trás.

— Não, eu não vou!

— Heh, uma vez que você entrar no palácio, a decisão não será mais sua! — continuou ela. — Sua Majestade precisa de alguém para descarregar sua fúria depois de tomar o remédio. Rápido, prendam-nas, não percam tempo!

Ao seu comando, os guardas imediatamente avançaram para prendê-la. Ye Mu ficou surpresa e rapidamente desviou! Felizmente, ainda tinha alguma habilidade, conseguindo esquivar-se agilmente dos guardas em seu encalço. Mas, vendo que era difícil de capturá-la, mais e mais pessoas começaram a cercá-la.

Mas o que era mais urgente é que a outra garota já havia sido capturada!

Capítulo 92 – Bondade ou Maldade (1)

Nesse instante, uma voz agitada soou de dentro do pavilhão coberto por cortinas:

— Quente... este Imperador está com febre!

Ao ouvir essa voz desorientada, Consorte Rou entrou em pânico.

— Rápido, tragam ela para dentro!

O guarda, vendo que Ye Mu era difícil de capturar, levou a garotinha apressadamente para dentro do pavilhão, mas antes que pudesse se aproximar, o imperador saiu às pressas. Seu cabelo estava despenteado e o rosto, vermelho como brasa.

No momento em que viu a garotinha, os olhos do imperador brilharam e, sem dizer uma palavra, ele correu até ela. A menina ficou aterrorizada, sem saber como escapar do firme aperto dos guardas.

A garota gritava desesperadamente. Quando Ye Mu viu aquela cena, de repente entendeu como as duas princesas haviam morrido!

A menina gritava e se debatia em agonia. Por mais que tentasse, não conseguia se soltar, e quanto mais lutava, mais sangrava. Naquele ritmo, certamente morreria!

O imperador a mordeu com tanta força que seu corpo inteiro ficou coberto de sangue dela. Os guardas ao redor não esperavam ver uma cena tão insana e pararam, perplexos. Ye Mu aproveitou a oportunidade para golpear a cabeça de um dos protetores do imperador e avançou para empurrá-lo!

O imperador caiu bruscamente no chão, e a garota que ele segurava tropeçou. Nesse momento, suas roupas estavam rasgadas em pedaços, e o que restava delas estava manchado de sangue escuro.

O coração de Ye Mu gelou e ela rapidamente a puxou para o lado.

Consorte Rou voltou a si e, ao ver o imperador sentado na grama, recuou assustada.

— Se vocês não conseguem nem capturar duas garotas, querem ser entregues a Sua Majestade?

Ao ouvir a ordem de Consorte Rou, um lampejo assassino passou pelos olhos de Ye Mu. Ela tinha dado tudo de si para fugir a qualquer custo, mas o inimigo continuava implacável, pisando em cada um de seus passos.

Será que realmente achavam que ela era fácil de intimidar?

Quando todos estavam cercando Ye Mu, ela usou toda a sua força interior restante para avançar contra Consorte Rou!

Um dos guardas percebeu sua intenção e tentou detê-la, mas naquele momento, Ye Mu estava extremamente concentrada; sua intuição corporal e força pareciam ter dobrado, e os ataques concentrados do oponente se moviam em câmera lenta para seus olhos.

Embora suas costas e pulsos ainda fossem atingidos, com sua estranha técnica de movimento, ela conseguiu romper as camadas de defesa e chegar diante de Consorte Rou!

Sua figura era mais rápida que fantasmas!

Consorte Rou saltou assustada e tentou fugir, mas pisou na própria saia, torceu a perna e caiu no chão. Isso foi conveniente para Ye Mu — caso contrário, com a altura de Consorte Rou, ela não conseguiria segurá-la.

— Todos parem! — o alfinete afiado que Ye Mu usava no coque pressionava o pescoço de Consorte Rou, e os guardas trocaram olhares apreensivos. Logo, pararam imediatamente.

Consorte Rou não esperava que Ye Mu soubesse artes marciais e tivesse habilidade excepcional, então entrou em pânico! Porém, antes que pudesse falar, o imperador cambaleou até ficar de pé.

— Quente... tão quente, este Imperador está tão quente!

A garota de antes chorava alto, e o imperador foi atraído pelo seu lamento, caminhando desajeitadamente em sua direção, segurando a cabeça, confuso.

Ye Mu gritou de repente:

— Sua Majestade, a senhora está procurando a pessoa errada!

Os olhos vermelhos e turvos do imperador desviaram e pousaram no corpo de Consorte Rou, fazendo os pelos dela se arrepiarem. Ela tentou fugir, mas o alfinete de Ye Mu a segurava! A outra ponta do alfinete fora afiada por Ye Mu até ficar extremamente pontiaguda.

Com um leve movimento da mão, uma ferida fresca surgiu no pescoço de Consorte Rou.

— Sua Majestade, esta é a sua mulher!

Capítulo 93 – Bondade ou Maldade (2)

— N-não! Rápido, rápido! Protejam o imperador! Protejam o imperador! — Ao ouvir isso, Consorte Rou cobriu a ferida e gritou, apavorada. Ela ainda estava grávida e não aguentaria a loucura do imperador!

No entanto, os guardas ao redor não ousavam se aproximar com medo de que Ye Mu usasse Consorte Rou como refém. Afinal, Consorte Rou ainda era muito favorecida pelo imperador, e ao ver o sangue escorrendo do corpo dela, ele claramente foi provocado.

— Mulheres... eu quero uma mulher!

A aproximação dele a assustou profundamente, fazendo a alma de Consorte Rou clamar imediatamente, implorando a Ye Mu:

— Não! Por favor! Eu imploro — me deixe ir! Ainda carrego uma criança no ventre!

Ye Mu nem moveu a mão que segurava seu pescoço. Apenas um olhar impiedoso estava fixado nela.

— Quando você entregou as outras garotas nas mãos da besta, você ao menos se lembrou de que eram crianças?

Então, o imperador avançou em direção a Consorte Rou com um sorriso lascivo. Ye Mu recuou alguns passos apressadamente, enquanto Consorte Rou era agarrada pelo imperador.

Consorte Rou gritava, socava e chutava como uma louca, suplicando por ajuda com o rosto aflito:

— Rápido, salvem-me... alguém me salve, por favor!

Porém, os guardas ao redor hesitavam; todos eram da família do imperador. Por isso, só ouviam o imperador e respeitavam ainda mais seus desejos. Naquele momento, o imperador claramente queria... consumar com sua amada consorte imperial.

Por que eles deveriam interferir?

Somente Ye Mu permaneceu ali, ofegante. O alfinete ainda pingava sangue, e seu peito subia e descia violentamente.

Independente do destino de Consorte Rou nas mãos do imperador, Ye Mu tinha visto sua insanidade e agora sabia a verdade sobre a morte das nobres que entraram recentemente no palácio.

E, como não havia ninguém para deter o imperador, em pouco tempo as roupas de Consorte Rou também foram rasgadas, e um uivo estridente ecoou pelo jardim.

Ela nunca imaginou que um dia estaria levantando uma pedra para se esmagar o próprio pé, ao alimentar o imperador com aquela medicina e encontrar uma garota para aliviar os efeitos colaterais da droga! Todos os guardas imperiais serviam o imperador, e era fato conhecido que em toda situação eles colocavam apenas os interesses do imperador em primeiro lugar...

Será que ela morreria ali, naquele dia?!

Mas, ao pensar na criança e nos planos futuros, Rou não sabia de onde tirou forças para empurrar o imperador, porém, antes que pudesse correr o bastante, ele a agarrou de novo, e ela caiu mais uma vez no chão.

Não muito longe da figura de Ye Mu.

Nesse momento, a expressão de Ye Mu estava cheia de complexidade. A criança em seu ventre era inocente, mas a mãe dessa criança quase quis matá-la.

— Me salve... por favor, me salve! — Consorte Rou não se importava com mais nada. Como os guardas imperiais não agiam para salvá-la, só podia buscar ajuda inútilmente em Ye Mu.

E para despertar a compaixão de Ye Mu, seus olhos se encheram de lágrimas, repetindo:

— Meu ventre... eu ainda tenho uma criança aqui dentro... ele é inocente!

Vendo que Ye Mu hesitava, Rou sentiu que ainda havia uma esperança e estendeu os dedos para agarrar sua saia. Ye Mu olhou para ela de cima e depois para o imperador enlouquecido. Finalmente, quando a mão de Consorte Rou estava quase tocando sua saia, Ye Mu se agachou e colocou o alfinete na mão da mulher.

Consorte Rou segurou o alfinete e ergueu abruptamente a cabeça para encarar Ye Mu. Sentiu que aquela garota diante dela tinha um par de olhos límpidos e frios como gelo.

— A dor pode ajudar uma pessoa a despertar rápido se ela tomou remédio demais. Você pode cravar ele no ombro ou até no coração.

As palavras baixas e apressadas da jovem foram claramente ouvidas por Rou, que estava caída no chão, em estado lamentável, enquanto o imperador rasgava suas roupas como um louco.

Com o alfinete firme em sua mão, um brilho afiado passou por seus olhos.

Capítulo 94 – Salvando Sua Vida (1)

Depois que Ye Mu terminou de falar, ela de repente deu um passo para trás. Só então os guardas imperiais perceberam o alfinete na mão de Consorte Rou. Surpresos, correram para detê-la! Afinal, eles eram homens do imperador e naturalmente não permitiriam que Consorte Rou tentasse assassinar o soberano!

A princípio, Consorte Rou hesitou, mas ao ver que os guardas tentavam arrancar o alfinete de sua mão, tomou uma decisão instantânea. Virou-se e cravou com ferocidade a ponta afiada no ombro do imperador!

O imperador soltou um grito agonizante e caiu de lado. Em seu estado confuso, o som de “Protejam o imperador, protejam o imperador!” ecoava em seus ouvidos. No momento em que seu sangue espirrou, tudo ao redor se transformou em caos!

Consorte Rou foi cercada. Com as mãos cobertas de sangue, ela não entendia como a situação havia chegado a esse ponto. Obviamente, ela tentava usar aquela oportunidade para matar Ye Mu.

Como isso pôde acontecer? Como pôde ser assim...

O médico imperial aguardava em sua sala próxima. Ao ouvir a súbita convocação, apressou-se até lá. Quando viu o sangue escorrendo do ombro do imperador, rapidamente fez com que ele sentasse em uma cadeira e tratou o ferimento ali mesmo.

Embora Consorte Rou tenha usado muita força, ainda era uma mulher que não havia fortalecido o corpo, então seu ataque não causou um ferimento profundo.

Consorte Rou foi presa na hora para interrogatório. Claro, Ye Mu também foi detida. Quando o imperador saiu de seu estupor delirante, estava extremamente irritado.

Mandando esconder o remédio, ele gritou com os olhos vermelhos de raiva:

— Vagabunda! Como ousa tentar me assassinar?! Alguém, arrastem essa mulher e joguem-na na prisão da morte!

Ao ouvir que seria executada, a já desanimada Consorte Rou despertou imediatamente. Olhou com medo na direção do imperador e se ajoelhou, implorando por perdão:

— Vossa Majestade! Vossa Majestade, esta concubina foi injustamente acusada! Eu carrego a semente do dragão no ventre — Vossa Majestade, por favor, pense bem!

Normalmente, ao saber que Consorte Rou estava grávida, o imperador se preocuparia. Mas com todo o corpo dolorido, só sentia fúria e hostilidade.

— Semente do dragão? Você ainda ousa agir contra mim? Quem sabe de quem é a criança que você carrega! Arrastem essa desgraçada para longe!

Assim que terminou, os guardas não perderam tempo e arrastaram Consorte Rou para longe. Nesse momento, um dos guardas imperiais apontou para Ye Mu e para a garota que chorava ao lado dela e perguntou, taciturno:

— Vossa Majestade, e elas?

O olhar do imperador varreu Ye Mu ao ouvir isso. O ódio e a ganância retornaram aos seus olhos, e sua expressão furiosa se suavizou por um momento.

— Prendam-nas por enquanto. Nenhuma delas pode escapar!

— Sim, senhor! — o guarda respondeu prontamente.

Quando os guardas imperiais cercaram Ye Mu novamente, ela puxou o braço direito deslocado para perto do corpo, enquanto a mão esquerda livre se fechava em punho.

Ela tinha apenas seis anos e estava dentro do perigoso Palácio Imperial, então fugir era impossível. Mas ela havia sido enviada ali por Ye Li.

Quem viria salvá-la agora?

Justamente quando Ye Mu desistia temporariamente de lutar e esperava a oportunidade certa para agir, um criado entrou apressado no jardim. Olhou para o chão coberto de roupas rasgadas e sangue espalhado, e só então viu Ye Mu inteira. Soltou um longo suspiro e sussurrou no ouvido do imperador:

— Vossa Majestade, o grande general solicita audiência!

O imperador franziu a testa. Ye Li? Por que ele ainda queria vê-lo? Não tinha ele dito que desistiria da filha? Estaria voltando atrás?

Quando o imperador ia recusar, Ye Li já havia forçado a entrada. Gritou do lado de fora do jardim, amplificando a voz com sua força interior:

— Vossa Majestade, seu súdito solicita audiência!

A expressão do imperador tornou-se imediatamente feia. Ye Li ousar invadir seu palácio? Isso era um ultraje absoluto!

Ye Mu ficou ainda mais chocada. Não era para Ye Li ter desistido dela?

Capítulo 95 – Salvando Sua Vida (2)

Por quê… Ye Mu só conseguia pensar.

Como o imperador temia os soldados e cavalos sob o comando de Ye Li, ele refletiu por um instante antes de conter sua raiva e permitir que os eunucos anunciassem a chegada de Ye Li.

Ele queria ver o que Ye Li pretendia fazer.

Ye Li também sabia o que aconteceria se forçasse sua entrada, mas não podia esperar. Mesmo que quisesse adiar as coisas, o garoto ao seu lado não lhe daria chance alguma.

Como esperado, o imperador tinha uma expressão sombria assim que Ye Li entrou.

— General Ye é tão poderoso que trata o Jardim Imperial deste Imperador como se fosse seu quintal. Se quer invadir com tanta ousadia, ainda me respeita?

Ye Mu estava parada, parada pelos Guardas Imperiais, e olhou para Ye Li. Não esperava realmente que fosse ele, mas o que Ye Mu não esperava era que o jovem ao lado de Ye Li era ninguém menos que Mo Linyuan!

Quando Ye Li viu que Ye Mu ainda estava ali, seus nervos tensos finalmente se acalmaram. Mesmo tendo sido coagido por Mo Linyuan, ao vê-la bem não pôde deixar de soltar um profundo suspiro de alívio.

Ele se curvou para o imperador e disse:

— Vossa Majestade, o motivo desta visita apressada não é por mim, general, mas pela vida de Sua Majestade!

Ao ouvir isso, o imperador ficou assustado! Voltando a si, ele bateu furioso no corrimão do trono de dragão:

— Insolente! Está me amaldiçoando?

Ye Li não disse mais nada, apenas olhou para Mo Linyuan ao seu lado. Mo Linyuan permanecia com a cabeça baixa desde o início, mas agora finalmente a ergueu. Sem medo, olhou diretamente para o imperador.

— Em resposta a Vossa Majestade, o que o general disse é verdade. A Pílula Imortal que tens tomado é, na verdade, um remédio proibido do país Mo modificado com o Pó do Fogo Frio. Após tomar essa pílula, o usuário consegue aumentar sua força física e se recuperar da dor por um curto período.

O imperador não pôde deixar de encarar o jovem com voz gélida:

— Se é assim, por que diz que é um remédio proibido?

Mo Linyuan respondeu:

— Porque, depois de tomar essa medicina, o desejo que se sente é extremo, e só é acalmado pelo cansaço físico. Portanto, quanto mais se gasta essa energia, mais rápido se morre. Segundo os registros do país Mo, se um homem forte tomar esse remédio, em cinco anos será acometido por uma doença maligna sem cura conhecida. Por isso, Vossa Majestade, a razão pela qual o general invadiu seu palácio às pressas é para salvar sua vida!

As palavras de Mo Linyuan deixaram o imperador estupefato! A energia trazida por esse remédio vinha, na verdade, do excesso de esforço do corpo?

Como… como isso era possível? Não deveria ser um elixir que cura todas as doenças?!

Antes que o imperador pudesse responder, Mo Linyuan continuou:

— Se Vossa Majestade não acredita, pergunte ao médico imperial ao seu lado pelo diagnóstico verdadeiro; o rubor em seu rosto é apenas uma aparência falsa de saúde, na verdade indica os efeitos contínuos da medicina.

O médico imperial, que estava cuidando dos ferimentos do imperador, ouviu aquilo e suou frio. Era um tabu tratar a doença do imperador, pois qualquer descuido poderia custar-lhe a vida. Além disso, ele já sabia da enfermidade do imperador e da falta de esperança de recuperação.

O imperador acreditava ter se recuperado. Mas diante da situação em que sua condição foi desvendada, como deveria responder?

Um calafrio percorreu sua espinha. Ele perguntou severamente ao médico imperial ao seu lado:

— Ele está dizendo a verdade?! Este imperador realmente não se recuperou? Não ouse mentir para o Filho do Céu!

Finalmente, o médico imperial se ajoelhou e fez várias reverências:

— Vossa Majestade… o que ele disse é a verdade!

De qualquer forma, ele não poderia esconder isso por muito tempo. Com o cansaço crescente do imperador, mesmo tomando mais pílulas, elas seriam inúteis em menos de dois meses. Melhor admitir logo!

O corpo do imperador, que antes se mantinha imponente na cadeira, afrouxou-se ao ouvir aquilo.

Capítulo 95 – Salvando Sua Vida (2)

Por quê… Ye Mu só conseguia pensar.

Como o imperador temia os soldados e cavalos sob o comando de Ye Li, ele refletiu por um instante antes de conter sua raiva e permitir que os eunucos anunciassem a chegada de Ye Li.

Ele queria ver o que Ye Li pretendia fazer.

Ye Li também sabia o que aconteceria se forçasse sua entrada, mas não podia esperar. Mesmo que quisesse adiar as coisas, o garoto ao seu lado não lhe daria chance alguma.

Como esperado, o imperador tinha uma expressão sombria assim que Ye Li entrou.

— General Ye é tão poderoso que trata o Jardim Imperial deste Imperador como se fosse seu quintal. Se quer invadir com tanta ousadia, ainda me respeita?

Ye Mu estava parada, parada pelos Guardas Imperiais, e olhou para Ye Li. Não esperava realmente que fosse ele, mas o que Ye Mu não esperava era que o jovem ao lado de Ye Li era ninguém menos que Mo Linyuan!

Quando Ye Li viu que Ye Mu ainda estava ali, seus nervos tensos finalmente se acalmaram. Mesmo tendo sido coagido por Mo Linyuan, ao vê-la bem não pôde deixar de soltar um profundo suspiro de alívio.

Ele se curvou para o imperador e disse:

— Vossa Majestade, o motivo desta visita apressada não é por mim, general, mas pela vida de Sua Majestade!

Ao ouvir isso, o imperador ficou assustado! Voltando a si, ele bateu furioso no corrimão do trono de dragão:

— Insolente! Está me amaldiçoando?

Ye Li não disse mais nada, apenas olhou para Mo Linyuan ao seu lado. Mo Linyuan permanecia com a cabeça baixa desde o início, mas agora finalmente a ergueu. Sem medo, olhou diretamente para o imperador.

— Em resposta a Vossa Majestade, o que o general disse é verdade. A Pílula Imortal que tens tomado é, na verdade, um remédio proibido do país Mo modificado com o Pó do Fogo Frio. Após tomar essa pílula, o usuário consegue aumentar sua força física e se recuperar da dor por um curto período.

O imperador não pôde deixar de encarar o jovem com voz gélida:

— Se é assim, por que diz que é um remédio proibido?

Mo Linyuan respondeu:

— Porque, depois de tomar essa medicina, o desejo que se sente é extremo, e só é acalmado pelo cansaço físico. Portanto, quanto mais se gasta essa energia, mais rápido se morre. Segundo os registros do país Mo, se um homem forte tomar esse remédio, em cinco anos será acometido por uma doença maligna sem cura conhecida. Por isso, Vossa Majestade, a razão pela qual o general invadiu seu palácio às pressas é para salvar sua vida!

As palavras de Mo Linyuan deixaram o imperador estupefato! A energia trazida por esse remédio vinha, na verdade, do excesso de esforço do corpo?

Como… como isso era possível? Não deveria ser um elixir que cura todas as doenças?!

Antes que o imperador pudesse responder, Mo Linyuan continuou:

— Se Vossa Majestade não acredita, pergunte ao médico imperial ao seu lado pelo diagnóstico verdadeiro; o rubor em seu rosto é apenas uma aparência falsa de saúde, na verdade indica os efeitos contínuos da medicina.

O médico imperial, que estava cuidando dos ferimentos do imperador, ouviu aquilo e suou frio. Era um tabu tratar a doença do imperador, pois qualquer descuido poderia custar-lhe a vida. Além disso, ele já sabia da enfermidade do imperador e da falta de esperança de recuperação.

O imperador acreditava ter se recuperado. Mas diante da situação em que sua condição foi desvendada, como deveria responder?

Um calafrio percorreu sua espinha. Ele perguntou severamente ao médico imperial ao seu lado:

— Ele está dizendo a verdade?! Este imperador realmente não se recuperou? Não ouse mentir para o Filho do Céu!

Finalmente, o médico imperial se ajoelhou e fez várias reverências:

— Vossa Majestade… o que ele disse é a verdade!

De qualquer forma, ele não poderia esconder isso por muito tempo. Com o cansaço crescente do imperador, mesmo tomando mais pílulas, elas seriam inúteis em menos de dois meses. Melhor admitir logo!

O corpo do imperador, que antes se mantinha imponente na cadeira, afrouxou-se ao ouvir aquilo.



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