Capítulo 166 a 170


 Capítulo 166 – Nascimento (2)

Ele seguiu as instruções de Ye Mu, cortou ao longo do canal de parto e então alcançou o interior para puxar o bebê para fora.

Suas mãos estavam cobertas de sangue, mas sua expressão permanecia solene e digna. O que ele fazia naquele momento era considerado impuro para a época. A maioria dos homens escolheria manter-se longe de uma cena como essa. Mesmo em tais circunstâncias, apenas o mestre silencioso permanecia completamente focado, tentando salvar ambas as vidas com todo o seu coração!

Ye Mu se lembrou de como as pessoas do lado de fora comentavam sobre o caráter do mestre silencioso; ela sentiu que ele era, de fato, uma boa pessoa.

Ela havia suspeitado que ele era o responsável por tê-la despertado repentinamente e a deixado enlouquecida. No entanto, agora, suas suspeitas diminuíram um pouco.

Justo quando estava imersa em seus pensamentos, o bebê finalmente foi puxado para fora!

Ye Mu correu para ajudar. Ela enfiou a tripa no local do corte e, lentamente, mas com firmeza, o sangramento estancou! Até ela mesma ficou surpresa por ter funcionado tão bem.

— É útil! Eu não esperava que isso realmente funcionasse! — os olhos de Ye Mu se iluminaram!

Ela havia aprendido aquele método com um médico de guerra. No entanto, nunca o havia testado por conta própria, então ficou muito surpresa ao ver que realmente dava resultado!

O mestre silencioso não conseguiu evitar soltar um longo suspiro de alívio ao ver que a mulher, embora inconsciente, não corria mais risco de vida. O bebê começou a chorar depois que ele deu um leve tapa em suas nádegas. O rostinho, vermelho-arroxeado, estava com os olhos bem fechados. Ele parecia feio chorando, mas tanto o mestre silencioso quanto Ye Mu trocaram um sorriso diante do choro alto do recém-nascido.

Antes daquele dia, havia uma barreira invisível entre os dois. Mas, após salvarem a mulher e o bebê juntos, aquela parede parecia ter se tornado mais fina.

O mestre silencioso segurava o bebê quando, de repente, se curvou diante de Ye Mu!

— Obrigado. Foi graças a você que a criança sobreviveu. Você também o impediu de se tornar órfão.

Ye Mu relaxou e acenou com a mão.

— Eu não fiz muita coisa; só dei algumas orientações. Mas quanto a você... é melhor trocar de roupa primeiro!

Mas o mestre silencioso não se levantou.

— Há outra coisa. — Ele parecia um pouco envergonhado ao dizer: — Este humilde monge espera que você revele seu método de estancar hemorragias ao mundo. As mulheres arriscam suas vidas ao dar à luz. Inúmeras morrem no parto! Se esse método for útil a outras pessoas, ele poderá salvar muitas vidas.

Ye Mu ficou surpresa com o pedido. Não esperava que o jovem monge fosse tão consciente. Mas, como estava fazendo uma boa ação, acenou com a mão de maneira generosa e disse:

— Tudo bem, então vou depender de você para divulgar isso. Afinal, ainda sou só uma criança. As pessoas não acreditariam se fosse eu quem contasse.

Ao ouvir isso, as orelhas do mestre silencioso ficaram vermelhas. Ele era um monge... será que os outros acreditariam se fosse ele a dizer isso?

De qualquer forma, o assunto estava resolvido. Como ainda teria que permanecer alguns dias no Templo Tianshu, Ye Mu não insistiu para que o mestre a recompensasse por seu feito. Ao ver que ele estava cansado, deixou que ele descansasse primeiro.

À noite, os dois comeram uma refeição vegetariana no templo.

Ye Mu comentou com o mestre silencioso:

— Você é uma boa pessoa. No início, achei que não permitiria que a mulher grávida desse à luz no templo! Você deveria ter visto a reação das outras pessoas quando você autorizou isso! Olhavam pra gente como se estivéssemos profanando Buda.

Não foram apenas os devotos que ficaram contrariados, até mesmo os outros monges discordaram da forma como o mestre lidou com a situação. Afinal, o templo era considerado um local sagrado e inviolável.

O mestre silencioso pousou os hashis e declarou com seriedade:

— Eles estavam errados.

Ele juntou as mãos diante do peito:

— Buda certa vez cortou a própria carne para alimentar uma águia, pois ela também possuía vida. Todos os seres vivos são iguais. Portanto, para salvar a mulher grávida e seu bebê, Buda não nos culparia por derramar sangue em seu templo.

Seus olhos estavam firmes enquanto dizia isso. As sobrancelhas delicadas e bonitas, que normalmente lhe davam um ar sedutor, naquele momento pareciam puras e sagradas.


Capítulo 167 – Eu machuquei alguém (1)

Ye Mu não conseguiu conter o sorriso.

— Agora você pode dormir tranquilo por ter ajudado alguém! Esses anos todos, sempre ouvi falarem sobre as boas ações que você faz. Dizem que você distribui itens gratuitamente e até oferece tratamentos médicos sem cobrar nada! Mas tem algo que eu queria muito saber.

Ela baixou a voz e perguntou:

— Você sempre fez boas ações. Mas... já fez mal a alguém em toda a sua vida?

Será que ele é um santo se nunca fez nada de errado?

Mas suas palavras diretas atingiram o mestre silencioso como uma lâmina. Seus olhos se arregalaram subitamente ao encará-la.

Se alguém tivesse feito aquela pergunta antes, ele poderia responder, sem hesitação, que nunca havia feito nada de ruim. Nunca machucara ou enganara ninguém. Desde que assumira o Templo Tianshou, fazer o bem se tornara um hábito. Ele suportava todas as dificuldades de bom grado.

Mas agora, ao refletir... teria cometido alguma maldade?

Num instante de devaneio, ele se lembrou do campo de cadáveres espalhados ao pé da montanha.

No início, ele havia despertado Ye Mu antes de todos os outros e intensificado a energia interna dela. Fez isso porque Wen Feng disse que Mo Linyuan viria buscá-la em breve.

Ele queria que Ye Mu matasse Mo Linyuan.

No entanto, jamais imaginou que tantas pessoas estivessem atrás de Mo Linyuan para matá-lo. Ainda assim, mesmo diante de tal perigo, Mo Linyuan veio procurar por Ye Mu. O mais inesperado foi que, mesmo com apenas seis anos, Ye Mu teve força de vontade e autocontrole o suficiente para resistir! Ela eliminou todos os inimigos de Mo Linyuan e, para não machucá-lo, destruiu parte de seus próprios meridianos.

Ele queria que Ye Mu matasse Mo Linyuan. Mas, no fim, a “fera” que ele libertou ajudou Mo Linyuan e o salvou.

Quando ele desceu a montanha e viu o campo de cadáveres, chorou e riu ao mesmo tempo. No final, vomitou sangue.

Era, sem dúvida, a punição divina por tentar prejudicar alguém! Ele não feriu a pessoa que queria ferir — e acabou ferindo a si mesmo!

— Ei! Ei! — Ye Mu acenou com as pequenas mãos diante dele. — Se minha pergunta foi difícil demais, esquece. Seu rosto está péssimo!

O mestre silencioso olhou em sua direção, mas não teve coragem de encará-la. Afinal, ela era alguém que ele havia ferido sem intenção.

Ye Mu lhe serviu uma xícara de chá e disse:

— Você deve estar cansado depois de um dia tão longo. Descanse bem esta noite!

O mestre silencioso olhou para a xícara em sua mão e, de repente, falou:

— A verdade é que... eu cometi um erro no passado.

— Hã? — Ye Mu arregalou os olhos, surpresa, e imediatamente sorriu. — Eu não esperava por essa resposta! O que você fez?

O mestre a encarou com seus olhos delicados e encantadores. À luz da vela, o rosto redondo de Ye Mu parecia ainda mais fofo e adorável.

— Eu machuquei alguém.

As pessoas que perseguiam Mo Linyuan foram todas mortas. Suas mortes eram justificáveis. Mas Ye Mu ainda sofria com os ferimentos daquele dia.

Ele havia intensificado demais os poderes dela, forçando-a ao limite, até que sofresse um desvio de energia. Mesmo que a ajudasse a estabilizar a energia interna todo mês, seu corpo continuava cada vez mais instável.

O motivo de Ye Mu ainda manter a sanidade era que nunca havia curado completamente seus meridianos!

A capacidade de recuperação dela era extremamente alta. Embora parecesse frágil, pequena e insignificante, possuía centenas de anos de energia interna acumulada dentro de si! Por isso, seu corpo era diferente do dos outros — não importava a gravidade dos ferimentos, ela sempre se recuperava rapidamente.

Mas, para impedir-se de machucar outras pessoas, ela rompia dois meridianos toda vez que os outros dois se recuperavam.

Capítulo 168 – Eu Machuquei Alguém (2)

Como dois dos meridianos dela estavam quebrados, sua energia interna não circulava por todo o corpo. Isso causava dores variadas e hematomas internos. Contudo, ela nunca reclamava e continuava a sorrir todos os dias.

A única má ação que ele fizera foi ter ferido Ye Mu.

Ye Mu não sabia por que ele a encarava tão intensamente. Ela ficou na ponta dos pés e deu um tapinha no ombro do mestre silencioso.

— Ninguém é perfeito. Você já fez um ótimo trabalho. Pelo menos, só cometeu uma má ação — disse ela com maturidade, suspirando com pesar.

O mestre silencioso não disse mais nada. Desejou-lhe boa noite e pediu que descansasse cedo antes de sair.

Na manhã seguinte, o mestre silencioso foi à rua, como de costume, para tratar gratuitamente os pobres.

Por causa de sua boa reputação, qualquer pessoa que o procurava, fosse rica ou pobre, sempre o tratava com educação.

Ye Mu estava entediada de tanto sentar e resolveu ajudar o mestre a embrulhar remédios para os pacientes. Durante sua estadia ali, aprendeu bastante sobre ervas. Além disso, as ervas usadas pelo mestre silencioso eram comuns e conhecidas.

— Seu caso é difícil de curar completamente. Você deveria voltar para casa e fazer banho de pés com água quente. Se puder, recomendo que não more mais na montanha — disse ele a um velho.

Depois de tratar o velho, receitou remédio para baixar a febre. Quando se levantou para espreguiçar, viu Ye Mu cambaleando em sua direção, carregando uma caixa alta de remédios.

A pilha de caixas estava mais alta que a cabeça dela. O motivo do cambalear não era o peso, mas a altura da pilha. Se não tivesse cuidado, tudo cairia no chão.

Mesmo sem ver o rosto dela, o mestre silencioso não resistiu e riu ao ver a cena engraçada.

A pessoa sentada diante dele ficou zonza diante do sorriso do mestre.

O mestre silencioso era um monge bonito. Geralmente, sorria gentilmente para todos, mas aquele sorriso inesperado fez o coração de todos bater mais forte!

Ye Mu não viu o sorriso do mestre. Finalmente, chegou à mesa com suas pernas curtas e pousou a pilha de remédios sobre ela. Depois, limpou o suor do rosto pequeno.

— Tosse. Todos os remédios para prevenir insolação estão aqui. Depois que usarmos tudo isso, não restará nada — falou seriamente.

Olhou para o mestre silencioso com seus olhos grandes e redondos, enquanto ele apertava os lábios para não sorrir mais. Entregou-lhe uma tigela com água.

Ye Mu estava exausta! As mãos estavam sujas, então pegou as mãos do mestre silencioso e se inclinou para beber a água!

Naquele momento, eles ficaram muito próximos. O mestre silencioso não esperava que Ye Mu usasse a boca diretamente, sem a ajuda das mãos, e ficou atônito por um instante!

Um velho que veio para ser atendido viu a cena e comentou:

— Olhe como o mestre silencioso é gentil! Ele realmente sabe cuidar das pessoas!

Uma paciente feminina resmungou:

— De onde saiu essa raposinha? Como pode fazer o mestre silencioso te dar água no meio do dia? Você não sente vergonha?

Ye Mu não era alguém que se deixava intimidar. Limpou a boca depois de beber a água.

— Suas palavras são azedas! Tá claro que você está com inveja!

Assim que falou, desapareceu como uma fumaça. Como o monge estava ali para fazer o bem, era melhor ela ir embora e evitar brigas.

Depois que a intenção da garota foi revelada por Ye Mu, as pessoas ao redor sorriram com satisfação para ela. Sem poder se defender, a outra apenas virou as costas e foi embora.

O mestre silencioso olhou para a figura desaparecendo, sem saber o que fazer. Viu Ye Mu correr para a casa e ajudar a mover a pilha de remédios, ainda maior que ela mesma. Não pôde evitar balançar a cabeça e sorrir amargamente.

Sem perceber, sempre que Ye Mu estava por perto, sua vida monótona e silenciosa se enchia de cores, vitalidade e energia.


Capítulo 169 – A Família Zhong Está Capturando Pessoas (1)

No dia seguinte, o mestre silencioso estava prestes a ajudar Ye Mu a circular a energia interna no corpo dela quando um grupo grande bateu na porta do templo.

A Família Zhong era uma das três grandes famílias. Estavam acostumados a oprimir e intimidar outros. Embora tivessem se controlado no último ano, ainda reagiriam se fossem provocados.

Madame Zhong trouxe pessoalmente algumas pessoas. Ontem, Ye Mu os assustou, mas depois de pensar a noite toda, ela sentiu que algo estava errado. Por isso, veio ao templo para destruí-lo hoje!

— Procurem aquela mulher e aquele filho bastardo! — sob suas ordens, os homens começaram a invadir. Os monges não ousavam ferir ninguém, então não conseguiram impedir a invasão.

O mestre silencioso ficou numa situação difícil ao ouvir a notícia, pois a mulher ainda não tinha despertado.

Ye Mu sugeriu:

— Por que não dá um pouco de energia interna para ela acordar temporariamente? Assim, podemos entender a situação com ela, e então decidir.

O mestre praticava o método de Cultivo do Coração Claro, um estilo de cultivo suave.

Depois de despertar a mãe, Ye Mu segurava o bebê nos braços. Seus olhos ficaram ternos e suaves.

O bebê vinha bebendo leite de cabra desde que a mãe desmaiou. Ye Mu perguntou:

— Quem é você? Sabe escrever? Temos algumas perguntas porque a Família Zhong está aqui.

O rosto da mulher ficou pálido ao ouvir falar da Família Zhong. Ela assentiu e olhou para eles suplicante. Era mesmo muda.

Ye Mu pegou uma caneta e papel e perguntou:

— Disseram que você é concubina da Família Zhong. Isso é verdade?

A mulher negou rapidamente e escreveu sobre seu sofrimento.

Descobriu-se que ela era prostituta em bordéis oficiais. Chamava-se Fang Ru. Quando o imperador assumiu o trono há um ano, ela finalmente foi liberada da prostituição. Usou a prata que juntou para comprar sua liberdade. Depois, conheceu o jovem mestre da Família Zhong.

O jovem mestre gostava dela, mas, por ser prostituta, a família proibiu o casamento e até de ela ser concubina. Só poderia ser sua amante, vivendo fora da família.

Alguns meses atrás, descobriu que estava grávida. Com medo de ser forçada a abortar, rompeu com o jovem mestre. Dez dias atrás, a família descobriu a gravidez e tentou obrigá-la a abortar, mas ela se recusou. Decidiu se esconder no campo até a situação se acalmar. Mas antes de sair da cidade, foi ao templo fazer oferendas para o filho que ainda nem tinha nascido. Foi pega no templo, e a criança nasceu prematura.

Ye Mu olhou para o que Fang Ru escreveu e resmungou:

— A Família Zhong é mesmo cruel, não quer nem seu próprio sangue.

Fang Ru fez uma expressão triste e puxou a mão de Ye Mu, esperando que ela a salvasse!

Também escreveu que, enquanto o filho dela estivesse seguro, ela rezaria pela bênção dele no templo para o resto da vida!

Ye Mu olhou para o mestre silencioso:

— Vocês aceitam freiras aqui?

Pela primeira vez, a expressão gentil do mestre se quebrou um pouco:

— Não, não aceitamos.

Ye Mu coçou a cabeça:

— Primeiro, vamos enfrentá-los de frente!

A Família Zhong não encontrou a mulher nem o filho, e não podia entrar no pátio interno. Então começaram a difamar o templo e os monges.

— Venham ver! Olhem que monges são esses! Estão prendendo à força uma concubina da Família Zhong no templo. Nem sabem o que querem fazer com ela!

As palavras se tornaram cada vez mais caluniosas e desagradáveis. Muitos devotos ouviram o tumulto e se reuniram. Também acharam errado que o Templo Tianshou prendesse uma grávida.

Quando o mestre silencioso saiu, ouviu a voz alta de Madame Zhong e franziu a testa:

— Quem está fazendo tanto barulho no templo?

Madame Zhong estava diante dos servos, com as mãos na cintura:

— Sou eu! Mestre silencioso, vejo que você ainda é jovem, é natural que se apaixone. Mas não devia ter se envolvido com uma concubina fugitiva! E o pior, ela está grávida de outro homem.

Capítulo 170 – A Família Zhong Está Capturando Pessoas (2)

— Presunçoso! — uma ruga surgiu entre as sobrancelhas do mestre silencioso ao ouvir as acusações da mulher. Era a primeira vez que ele ficava tão zangado! — Um templo budista é um lugar sagrado; como sua boca pode ser tão suja?

— Suja eu? — Madame Zhong riu astutamente. — Quem é sujo aqui? Eu ou você, com essa mente impura? Não só tem uma jovem vivendo no templo, como ainda está forçando uma mulher grávida a ficar aqui. Quem sabe o que você anda pregando aqui?

O mestre silencioso ficou furioso! Mas antes que pudesse agir, ouviu um ‘pa’ e Madame Zhong levou um tapa forte de alguém. Ela gritou de dor e deu alguns passos para trás.

— Quem foi? Quem me bateu?

Ye Mu balançou a mão e pulou na frente dela.

— Sinto muito por não ter batido mais forte. O que você disse? Tem problema uma jovem ficar no templo? Eu estou bem aqui, por que não fala na minha cara?

Madame Zhong cobriu o rosto e lançou um olhar cheio de rancor.

— Sua vadiazinha, como ousa me bater! Não fique tão insolente só porque é gente de Sua Majestade! Vim aqui pegar uma concubina fugitiva. Mesmo que eu denuncie vocês para a Mansão Yizheng, eles vão ficar do meu lado!

Ye Mu não recuou.

— Você disse que ela é uma concubina fugitiva da Família Zhong. Cadê a prova?

Nesse momento, Fang Ru saiu do pátio interno com os olhos vermelhos de tanto chorar e olhou para Madame Zhong.

Madame Zhong ficou furiosa ao ver que Fang Ru realmente tinha dado à luz.

— Quer provas? Vou mostrar! — pegou um livro com a lista de todas as concubinas da Família Zhong de dentro de uma caixa. — Olha aqui. Ela mesma carimbou a impressão digital, não tem como ser falso.

Assim que Madame Zhong mostrou o livro, as pessoas ao redor começaram a discutir. Ye Mu olhou para Fang Ru com estranhamento, mas Fang Ru ficou pálida e quase desabou.

Ela assinou o livro para virar concubina do jovem mestre Zhong. Mas depois, ele disse que a mãe dele não concordava, e por isso a página com o nome dela foi rasgada pela mãe dele. Será que não foi ela que rasgou?

Madame Zhong sorriu com desdém ao ver Fang Ru recuar com o filho nos braços.

— Esse documento não é falso! Ela é a concubina fugitiva da Família Zhong. Agora não tem o que dizer, né? Levem ela daqui!

Virou-se e lançou um olhar fulminante para Ye Mu.

— Maldita pirralha, só espere. Vou revidar seu tapa em breve!

Os servos da Família Zhong avançaram em direção a Fang Ru, que continuou recuando. Sem poder falar, só podia gritar segurando o bebê. O mestre silencioso queria ajudar, mas o documento estava assinado por ela, e ele não podia mais se intrometer nesse assunto.

— Parem! — Ye Mu pulou na frente de Fang Ru. — Eu não permiti que vocês a tocassem. Querem confusão?

Fang Ru rapidamente se escondeu atrás de Ye Mu. Apesar de pequena, Ye Mu era a única disposta a defendê-la.

O mestre silencioso certamente não deixaria Ye Mu, uma criança, carregar todo o peso daquela situação. Ele avançou e disse:

— Este humilde monge vai pessoalmente verificar a verdade com o pessoal da Mansão Yizheng. Entretanto, ela ainda está fraca do parto, então não podem levá-la.

Madame Zhong não esperava que aquele grupo de monges fosse tão teimoso.

— Muito bem, só esperem. Vou denunciar este templo por corrupção!

A voz afiada e arrogante de Madame Zhong irritou Ye Mu. Suas mãos coçavam para agir quando uma voz familiar foi ouvida.

— Por que está tão animado aqui?

Os olhos de Ye Mu brilharam! Mo Linyuan estava ali!

Ela correu instintivamente em direção a Mo Linyuan, que também ficou muito feliz em vê-la. Ele havia vindo naquele dia para buscar Ye Mu, mas inesperadamente se deparou com aquela cena.


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